
Este texto é parte do relato de um Inglês que tinha entrado a barra do Tejo e assistiu ao terramoto de 1 de Novembro de 1755 de dentro do seu navio no rio frente a Lisboa.
Faz hoje 255 anos que Lisboa foi arrasada pelo terrível terramoto seguido de um enorme maremoto, hoje, correntemente designado por tsunami.
O terramoto, de magnitude 9 na escala de Richter, para além de Lisboa, atingiu também fortemente todo o litoral Algarvio e vários outros locais no País. Em Lisboa as vítimas terão andado entre as 20 e 40 mil, que sucumbiram, primeiro à derrocada dos edifícios, depois aos fogos que alastraram a cidade e ainda, afogados pelas ondas gigantes de mais de 10 metros que atingiram as partes mais baixas de Lisboa.
Preciosidades artísticas e literárias desapareceram, soterradas ou queimadas. Ruíram o Paço da Ribeira com a magnífica biblioteca que D. João V enriquecera, o teatro da ópera, o Palácio da Corte Real com todos os principais arquivos da administração do Reino, visto ser este o Paço-Sede de Portugal, O Castelo de S. Jorge, o arquivo histórico da Torre do Tombo, Catedrais, Basílicas, Igrejas, hospitais. Nos arquivos perderam-se testemunhos únicos das descobertas, nomeadamente registos das viagens de Vasco da Gama, de Cristovão Colombo, etc ., etc.
O Terramoto de 1755 foi o fim de um de ciclo de grande reorganização do Estado, que corresponde aos primeiros cinco anos do reinado de D. José I e da crescente intervenção de Sebastião José de Carvalho e Melo, mais tarde Conde de Oeiras e Marquês de Pombal.
O que conhecemos hoje por “Baixa Pombalina” corresponde à reconstrução orientada pelo Marquês de Pombal. Estes novos edifícios foram construídos já com proteção anti-sísmica, uma inovação para a época.
(Dicas: História de Portugal - José Hermano Saraiva)
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