PRONUNCIAMENTO


Repasso pelos mandatos de Jorge Sampaio, Mário Soares e Ramalho Eanes e mesmo Spínola e Costa Gomes, e não consigo lembrar-me de um “pronunciamento” presidencial tão mau, tão desestabilizador, tão fora do contexto, tão provocador, como ao que assistimos ontem.

Independentemente do sentido do meu voto, habituei-me, como decerto a maioria dos portugueses, a ver na instituição, Presidência da Republica, o símbolo máximo da nossa segurança democrática. A nível político pode haver períodos mais agitados, na Assembleia “esgatanham-se” todos, mas, no topo, zelando pelo cumprimento da nossa Constituição, e garante da nossa democracia, lá está o Presidente da Republica, assim como se fosse um porto de abrigo.

Até ontem, foi assim!

Numa altura, em que o principal papel dum Presidente da República, seria procurar estabilidade, mediar, fazer “pontes”, criar consensos, enfim, estabelecer condições para que os reais interesses do País fossem defendidos por todos os intervenientes, em vez disso, atira com um barril bem cheio de gasolina, para a fogueira. Ainda se tivesse razão, criticável, mas, compreensível. Mas não, nem isso, o senhor trocou tudo, acusou quem lhe apeteceu, e ignorou afinal o início de tudo; a notícia do “publico” em 18 e 19 de Agosto, “denunciando” haver escutas em Belém, a mando do Governo.

Ontem, Cavaco Silva, prestou um mau serviço ao País. Penso que iniciou a caminhada para não voltar a ser eleito, por mim, não é de certeza.

É sintomático verificar que, mesmo aqueles analistas e comentadores, habitualmente acríticos em relação ao Presidente, ontem, não lhe perdoaram.

Já hoje o Primeiro – Ministro fez uma curta declaração sobre o assunto. Remeteu para o comunicado do PS de ontem, e disse aos jornalistas não querer voltar a falar do assunto, ou seja, está a tentar “pôr água na fervura” como compete a um cidadão responsável.

SBF

PRATELEIRA DE LIVROS



1613

“Um amor proibido no mundo exótico e cruel do Império Português das Índias”

De Pedro Vasconcelos

Este romance é o primeiro de, pelo menos três, “rodados” no Império Português da Índia” no início do século XVII em pleno reinado Filipino, que este autor publica. O 1613 em 2005, o 1617 em 2007 e o 1621 já em 2009. Tal como o tempo que decorre de livro para livro, assim evolui a história.

O heroísmo destes nossos antepassados, percorrendo as estradas marítimas antes abertas pelo “Leão dos Mares da Ásia” Afonso de Albuquerque, mantendo a marca lusa contra todas as contrariedades, designadamente os ataques às fortalezas portuguesas por parte dos emergentes Holandeses.

O dia de 27 de Janeiro de 1613 é, no romance, um marco histórico. A frota holandesa faz mais um ataque, desta vez, à fortaleza de Solor numa das muitas ilhas do pacífico, onde hoje é, o grande arquipélago da Indonésia, e que naquela época faziam parte do império português.

Os holandeses levaram a melhor, e em resultado dessa derrota, levaram D. Manuel Álvares ao tribunal em Goa, acusado de ser o responsável por mais esta perda do Império. Aí, se vai desenrolar a história, com o encontro de D. Manuel e a amada de Solor, a princesa Nenu.

Tal como hoje se sabe, do Império Português no Oriente, os holandeses levaram uma boa parte e depois os Ingleses e Franceses. Só conseguimos manter Timor no sul, Macau a norte e Goa, Damão e Diu na costa ocidental da Índia.

É uma publicação da “Oficina do Livro” com a 1ª edição em Outubro de 2005.

Pedro Vasconcelos nasceu em Lisboa em 1961. Viveu em Paris, Belgrado, Timor e nas florestas do Zaire. É um verdadeiro viajante e colunista de áreas temáticas em várias revistas e jornais. Da sua experiência em Timor e Índia, nasceu este seu primeiro romance, 1613, que põe à prova a capacidade do leitor de não se deixar levar pela aventura.

SBF
(Gravura: Capa do Livro - Oficina do Livro)

CHEGOU A HORA DO RECREIO

Um, dois e três, “lá vai alho!” e, lá vai balanço, corre, corre, e… aii! Quatro, cinco e seis, “és pesado c’mó ca…!”

A classe toda ao mesmo tempo, como se de coro de igreja se tratasse; nove vezes um, nove, nove vezes dois, dezoito, nove vezes três, vinte sete… e por aí fora. Nunca gostei da tabuada dos nove nem das fotografias na parede atrás da professora.

Não sei como, mas um, eu sabia que era o Salazar, o outro, só mais tarde soube que era o Craveiro Lopes e já devia ser o Américo Tomás. Estava atrasado três ou quatro anos, porque o Américo Tomás ficou Presidente quando o Humberto Delgado ganhou em 1958, e, como tinha dito que demitia o Salazar, este antecipou-se, e pôs a PIDE a correr com ele. Naquele tempo, os presidentes, os ministros, os directores e o Salazar, faziam assim; quando “não iam à bola com alguém” punham a PIDE, que era uma polícia que não vestia farda para as pessoas não saberem quem eram, dizia eu, punham a PIDE atrás, apanhava a pessoa, prendia, batia e torturava e depois tinham uns tribunais a fingir, que se chamavam “plenários”, onde condenavam as pessoas a penas efectivas de prisão, para não andarem a gritar “Viva a liberdade!”, “Abaixo o fascismo!”, “Abaixo o Salazar!”, “Eleições livres!”, “Vivam os trabalhadores!” “Independência pás Colónias!” e muitas outras coisas que naquele tempo ninguém podia dizer porque o Salazar não queria.

A minha professora não usava régua com buraquinhos. Dava reguadas com uma régua normal de madeira. Estava mesmo a dizer a verdade. Foi injusta comigo, mas eu não tive argumentos que a convencesse, e, não tive como escapar à régua que me aqueceu as palmas das duas mãos. Mas a Professora era boa Senhora.

Encosta só a pontinha da fralda da minha bata branca à bata aos quadradinhos azuis do “Julinho” – E o “Julinho” diz; “Está a fazer contacto, vai dar choque…” e eu esperava e nada…nem contacto, nem choque, tudo na mesma.

E as férias vieram e o Natal também veio, e depois o Ano Novo, e a guerra em Angola começou. Quando voltei à escola, já lá estava o Américo Tomás em vez do Craveiro Lopes. E a minha Mãe dizia mal da guerra. Oh Mãe, quando eu for pá tropa ainda há guerra? Não filho, ainda falta muito tempo.

Eu aprendi com a minha Mãe que a guerra era uma coisa má, e a minha Mãe dizia sempre mal da guerra. Com a minha Mãe só aprendi coisas boas.

Chegou a hora do recreio. Ainda falta muito contado em anos para ir pá tropa.

Um, dois e três, “lá vai alho!”

SBF

OUTONO

As folhas caiem cada vez com mais intensidade.

O Outono anuncia-nos dias cinzentos, árvores despidas e vegetação engelhada e seca.

O Outono chama o Inverno que fica mais próximo, e a presença do sol é cada vez menos tempo. Anoitece a meio da tarde com tristeza e melancolia.

O Outono e o Inverno pressentem o final da vida.

O Outono e o Inverno são uma passagem para a alegria da Primavera e Verão.

SBF

(Foto: Folha Caduca – Wikipédia)

FREUD E OUTROS PENSADORES



E a caminho das eleições nós vamos. Nestes dias, antes de se dar trabalho às URNAS, há tanta gente a fazer greve… Estarão à espera que alguém lhes resolva alguma coisa, ou é só, para tentarem influenciar o sentido do voto?

Afinal; OCDE, INE, BdP e outros que tais, todos os dias nos transmitem indicadores de boa, ou, menos má reacção aos efeitos da crise universal. Parece que os “medicamentos” de Sócrates e companhia, deram algum resultado.

Escutas daqui, escutas dali, um assessor a menos, e o PR a ficar mal no filme.

Pacheco daqui, Rangel dacolá, salta, salta, laranjinha. É que esta coisa, não é: “Muda aos cinco e acaba aos dez”. Enquanto houver golos, estão sempre a contar, e, os desta cor, estão a sofrer uma goleada.

Para disfarçar, vamos lá mudar de cor. Então… não é que os Ingleses, nunca mais mandam para cá o Vale e Azevedo. Os súbditos de SM, são uns gajos porreiros, e, principalmente, para os “portugas”. Há séculos que os nossos tribunais pediram a devolução do “elemento”, mas como para eles, palavra de “portuga” não vale, o Vale (passe a redundância) e os Ingleses, vão gozando connosco.

E o drogado do “Freud”? Diz-se que sonhava “coisas boas” quando morreu (em liberdade) a 23 de Setembro de 1939 em Londres. Ainda hoje, e não sabemos durante quanto tempo mais, as teorias deste homem, dão que pensar…

SBF

(Foto: Freud em 1920 – Wikipédia)

PRATELEIRA DE LIVROS



UM GIRASSOL CHAMADO BEATRIZ
De Eduardo Olímpio

O almoço já tinha sido naquele dia de final do Verão de 1977. Já não me lembro do nome daquela lojinha de livros na rua Bernardino Costa (nº 36, salvo erro), ao Cais do Sodré, que o Eduardo Olímpio tinha naquela época. Hoje já não está, e a “Caneças” que é pastelaria e padaria, de vizinha, lá ocupou o prédio todo, incluindo a esquina com a travessa do Corpo Santo, onde estava a lojinha.

Eu, o Carlos e a Helena que não era de Tróia, muitos dias, lá entrávamos, víamos e líamos capas e contracapas e o Eduardo conversava. Ele falava de amigo, de livreiro, de escritor.

Naquele dia de final do Verão de 1977, a conversa foi mais longa. Na calçada, os andantes lá iam com destino certo ou não. As amplas montras da esquina cumpriam a sua obrigação e deixavam ver os bustos dos passantes. A “gente” falava e falava, já era o primeiro governo constitucional do Primeiro – Ministro Mário Soares. A democracia estava a dar os primeiros passos e muitas incertezas se contavam. O Eduardo Olímpio conversava e Eu, o Carlos e a Helena que não era de Tróia, bebíamos a sabedoria deste homem culto e simples, esclarecido e inteligente.

O Verão de 1977 estava a dar as últimas e Eu, o Carlos e a Helena que não era de Tróia, trouxemos leitura com dedicatória do escritor Eduardo Olímpio.

Da minha prateleira “alfarrabista”, com a juventude (de 1977) na palma da mão, apeteceu-me tirar “Um Girassol Chamado Beatriz”. As folhas já têm tom amarelado e anotações de uso. Abrindo, a, esferográfica azul, vê-se: Esboço de um girassol e escrito, «com aquele – abraço do Eduardo Olímpio – 1977». Passou muito tempo, contado em anos foram 32, mas agradeço-te outra vez. Este livrinho é uma delícia. São as tuas crónicas, na tua terra, da vida desde os 2 anos até “a menina da carreira de Manique”, esta “menina”, que daria lugar mais tarde, a um outro livro de crónicas com este mesmo nome. Aos dez anos dizes esta coisa maravilhosa: “…nem que eu vivesse mil anos esqueceria as mãos de minha mãe passando pela minha cabeça enquanto repetia: - o meu menino… - o meu menino… dizem que eu sou muito parecido com ela: - eu acho que a melhor coisa que a vida me deu é eu ser parecido com minha mãe.”

O Eduardo Olímpio nasceu a 24 de Janeiro de 1933 em Alvalade do Sado, é autor de uma vasta obra de poesia, ficção e infantil.

“Um Girassol…” foi editado pela “Prelo Editora” em Novembro de 1975.

SBF

(Gravura: Capa do Livro digitalizada)

DURÃO BARROSO


Há dezanove anos atrás, por altura dos “acordos de Bicesse” (paz em Angola assinada pelo MPLA e UNITA), já se proclamavam elogios a Durão Barroso, principal promotor e organizador do processo e Secretário de Estado dos Assuntos Externos e Cooperação do Governo de Cavaco Silva.

O homem já tinha tido outras funções governativas, e, para trás, até já tinha sido militante activíssimo do MRPP.

Este lugar, o protagonismo nos “acordos do Bicesse” e algumas intervenções em palcos internacionais a favor da retirada da Indonésia de Timor Leste, atiraram-no de tal forma para a ribalta, que passou a ser a estrela do Governo e, no seguinte, foi promovido a Ministro dos Negócios Estrangeiros.

O resto do percurso é bem mais recente, toda a gente se lembra da “cimeira da vergonha” nos Açores, grande pedra no sapato de Durão Barroso, e da forma como abandona a chefia do Governo português partindo rapidamente para Bruxelas em 2004. Já naqueles idos anos de 1990, eu tinha um colega de trabalho fanático pelo PSD, que, constantemente me lembrava que “o Durão ainda havia de ir longe”. Bom, Bruxelas não é assim tão perto, mas, esse meu colega tinha razão, o homem tem mérito, porque senão, nem tinha ido em 2004, quanto mais um segundo mandato em Presidente da Comissão Europeia.

Como se percebe, não tenho particular simpatia, nem pela pessoa, nem pelo que politicamente representa, mas, contra factos não há argumentos e, tratando-se de um português, fico satisfeito e orgulhoso, de ver reconhecida a sua competência para mais um mandato à frente dos 27 da União Europeia.

SBF

(Foto: Wikipédia)

JANELA DO TERCEIRO ANDAR



Daquela Janela do terceiro andar, via as silhuetas e os passos apressados. Iam e vinham do comboio conforme o relógio da “Ribeira das Naus” marcava. Daquela janela, sentia a vida, sentia a felicidade, sentia a tristeza, sentia a ansiedade do princípio dos anos setenta, sentia a chegada do fim da ditadura.

Daquela janela do terceiro andar, conseguia ver as entradas e saídas do “Bragança”, porta do lado já escolhida pelo Eça, pelo Bulhão Pato e por outros das andanças romanescas do ido século IXX. Daquela janela, até via a outra paralela, da do Alecrim, a das Flores, que também o Eça tinha escolhido para palco da “tragédia”, só chegada aos escaparates por este nosso tempo e lido com avareza e entusiasmo. Do terceiro andar, todos os dias via o brilho do sol que me carregava de sonhos e esperança.

Daquela janela do terceiro andar, o tempo, contado em alguns anos, levava a juventude para a verdade dura da vida. Naquela janela, vi, ouvi e pensei o bom e o mau, o feliz e o infeliz, o amor e a indiferença, o trabalho e o lazer, o bonito e feio.

No terceiro andar, aquela janela, foi a grande encruzilhada da vida!

SBF
(Foto: Praça Duque da Terceira em Lisboa - Wikipédia)

“GATO FEDORENTO” ENTREVISTA SÓCRATES

Nunca pensei ver o Engº Sócrates ser entrevistado pelo Ricardo Araújo Pereira.

Saíram-se os dois muito bem.

O “Gato Fedorento” perguntou com humor (qb), e o Sócrates correspondeu inteiramente à onda.

Grande lição para os nossos “jornalistas” e para os outros “políticos”.

Estou com muita curiosidade de ver a prestação dos outros fazedores de política.

SBF

PRATELEIRA DE LIVROS



O ÚLTIMO CABALISTA DE LISBOA
De Richard Zimler

Descobri Richard Zimler com a leitura de “O Último Cabalista de Lisboa”. Foi o primeiro romance deste Luso-Americano publicado em 1996 pela “Quetzal”.

Já tenho na mão o último que o escritor escreveu, e que foi colocado à venda a semana passada; “Os Anagramas de Varsóvia”, uma história passada no gueto judaico daquela cidade no Outono de 1940. Quatrocentos mil Judeus que os nazis humilharam, maltrataram, torturaram e mataram.

A leitura deste está a seguir, mas agora, quero falar do “Último Cabalista de Lisboa”. É um romance que testemunha porventura, o maior erro que o Estado português cometeu ao longo de toda a história Lusa – A perseguição e expulsão dos Judeus do Reino de Portugal por ordem de D. Manuel I. Ao mesmo tempo, as agruras dos que ficaram e que foram forçados a converterem-se ao cristianismo, passando a serem conhecidos por cristãos – novos. O erro que refiro, não tem nada a ver com religião, mas sim, com a mais – valia que os Judeus representavam para a sociedade portuguesa da época. Foi uma perda irreparável, provavelmente até hoje. Eles eram: Comerciantes, artesãos, banqueiros, médicos, farmacêuticos, cientistas, professores, advogados, juízes, enfim, tudo o que tinha a ver com desenvolvimento, modernidade e organização.

O mesmo já tinha sucedido do outro lado da fronteira, em Castela, D. João II tinha aguentado a pressão, mas, D. Manuel I, “Embeiçado” pela Castelhana princesa “carrancuda”, Isabel da Paz, que só viria para Portugal, consumar o casamento com o Rei, depois dos Judeus serem todos expulsos do Reino. O Rei assim fez. Contra a opinião de toda a gente, incluindo da notável D. Leonor, sua irmã e viúva de D. João II e de sua Mãe D. Beatriz, cumpriu os caprichos de Isabel da Paz.

Bom, mas isto é outra história, voltemos ao nosso romance que centra a carga trágica nos acontecimentos de Abril de 1506. Nessa altura, durante as celebrações da Páscoa em Lisboa, foram assassinados 2000 cristãos – novos e os corpos queimados no Rossio.

A leitura deste romance, fez-me entender muito da história contemporânea do nosso País.

Quando forem comprar o último romance do Richard Zimler, procurem o “Último Cabalista de Lisboa”.

Richard nasceu em Nova York no ano de 1956, veio viver para o Porto em 1990 onde é professor da Universidade do Porto. Actualmente tem duplo nacionalidade (Americana e Portuguesa).

SBF

(Gravura: Capa do Livro)

ARRANQUE DA CAMPANHA

Aquela de que os espanhóis estão a conspirar contra a “digníssima” líder, e que o TGV só lhes interessa a eles, é de bradar aos céus. A mulher está a perder o “tino”!

Mesmo que tivesse a vitória garantida, não lhe ficava bem dizer «logo que eu tomar posse como primeira - ministra, faço, aconteço…» Já a ouvi dizer várias vezes, a última disse-o hoje em Ponta Delgada.

O “primeiro” também devia ter respondido à questão do valor das pensões irem diminuindo nos próximos 10/12 anos.

A sala Tejo do pavilhão atlântico estava cheia com o BE. Deu para ver algumas caras que, num comício do Bloco, pelo menos surpreendem.

SBF

POR UM PUNHADO DE VOTOS

Já acontecia antes, mas principalmente desde as saídas do “grande líder” e “partner”, da estação de televisão de Queluz de Baixo, que não param de aparecer em tudo o que é revistas e jornais.

Até parece que, para além de continuarem a “bater” no “nosso primeiro”, não têm mais que fazer.

Para muita gente, por obediência à tendência do seu círculo social, não fica bem elogiar o “primeiro”, ou sequer afirmar que tem dúvidas em quem vai votar a 27, e, quando alguém se atreve a fazê-lo, tanto(a)s lhe saltam em cima com tanta “verdade”, que não há tempo nem condições para lhes responder.

A verdade tornou-se uma palavra vã!

Neste tempo de campanha, há quem diga qualquer coisa por um punhado de “votos”.

SBF

JORGE DE SENA



E a homenagem foi cumprida.

Os restos mortais de Jorge de Sena estão finalmente em Portugal. Espero que o mesmo seja possível com todo o acervo do escritor, que se mantém, pelo menos uma grande parte, na casa dos USA onde vivia quando morreu em 1978.

É, sem dúvida, um dos grandes escritores portugueses, e em boa hora, está a ser prepara para breve, a publicação de toda a sua obra, tendo como expoente máximo, aquele extraordinário romance, “Sinais de Fogo”, que viria a ser adaptado ao cinema por Luís Filipe Rocha em 1995.

Espero também que “o ponto” de Jorge de Sena na nossa Serra de Sintra, seja valorizado como é merecido. Em vida, o escritor elegeu a nossa serra, como a mais bela, por isso, se mais razão não houvesse, esta seria suficiente para preservar com dignidade o local.

SBF

(Fotos: Sítio da Universidade do Porto)

TORRES GÉMEAS


As “gémeas” estavam lá, como se fizessem sempre parte daquele cenário.

A sintonia era TSF, rádio minha preferida à época. A transmissão aflita do que estava a acontecer, fez-me imaginar um ataque em massa aos USA, com aviões de guerra e mísseis vindos, sei lá de onde. O trânsito estava caótico naquela hora de almoço, nos USA eram 9 horas, e a situação embaraçava-me na condução.

Assim que consegui, observei as imagens em directo e nem queria acreditar no que estava a ver. Uma “gémea” caía como se fosse um baralho de cartas. Logo de seguida a outra, e os outros espectadores, tal como eu, desconheciam exactamente o que se passava. A dura realidade não demorou muito a saber-se.

Os americanos sofreram…

E o mundo todo ficou a saber…

E o Presidente dos USA era George Bush…

SBF

(Foto: Wikipédia
)

QUINTA FEIRA DIA DEZ, VÉSPERA DE ONZE

- Hoje também aconteceram coisas…

A máquina que computa já está em condições. Afinal não era bem a máquina que estava com os “neurónios” avariados, a “tontura” era dum acessório que se chama “modem”, aquele aparelhozinho que tem sempre umas luzinhas a piscar. Demorei mais de 48 horas a resolver o problema, mas, feito o diagnóstico por telefone, o pessoal da “ZON” resolveu o problema em cerca de 5 horas, incluindo deslocar um piquete que trocou o velho “modem” por um novo e moderno. Estou a contrariar a nossa tendência natural. Estou a dizer bem e a elogiar, a “ZON” foi eficientíssima.

- Aconteceu mais um debate para as legislativas.

Hoje na RTP moderação da Judite de Sousa e, dos dois lados da mesa, Paulo Portas e M Ferreira Leite. A ideia com que fiquei coincide com a maioria dos analistas. O Paulo Portas arrumou a líder do PSD. A mulher já não pode ver jornalistas à frente, não demora muito e vai passar-se…

- Aconteceu a “quadratura do círculo”

Hoje tive vontade de saltar para a mesa do “círculo”. Aquele JP Pereira tira do sério qualquer um. Para quem quis, há uns anos, quando era líder parlamentar do PSD, limitar o acesso dos jornalistas aos corredores e passos do parlamento, é não ter vergonha nenhuma, vir defender a postura do AJJ na Madeira.

- Hoje também me aconteceu…

EU - Boa tarde! É para marcar este exame… Os anteriores, foram feitos pelo Dr. Paulo….

GUICHÉ - O Dr. Paulo… já não está no hospital.

EU - O quê? Já não está como, mas foi trabalhar para outro sítio?

GUICHÉ - Sim, já não trabalha cá!

EU - Bom… então e pode ser o Dr. Ricardo…?

GUICHÉ - Não pode, porque também já cá não está, aliás, saíram os dois na mesma altura.

EU - Está bem, então… olhe, então marque para qualquer um…

- Aconteceu-me hoje…

SBF

BARACK OBAMA, E O PLANO DE SAÚDE


Só desde que o plano de saúde de Barack Obama começou a ter lugar nos noticiários da nossa comunicação social, é que muitos portugueses se aperceberam da importância e do valor que tem o nosso Serviço Nacional de Saúde. Pode não ser o mais perfeito, mas no ranking europeu está seguramente nos lugares de cima. O direito a ser assistido pelo SNS é universal.

Nos últimos dias, tenho-me apercebido do desconhecimento que existe sobre o sistema de saúde que (não) existe nos USA. Neste momento existem 47 milhões de americanos que, se adoecerem, não têm forma de se tratarem, só pagando. A única cobertura que existe, são os seguros de saúde privados. As pessoas trabalham, descontam para a seguradora e quando estão doentes ou têm um acidente, estão cobertos por essa apólice. Se têm o azar de ficar desempregados e, por consequência, deixar de ter condições para pagar o seguro, pura e simplesmente deixam de ter qualquer cobertura na doença.

O que Obama quer, é implementar um sistema de saúde universal, idêntico aos que existem aqui na Europa. Para nós é simples e óbvio, mas para a mentalidade ultra liberal americana, isto significa mais impostos, daí a contestação ao plano Obama muito orquestrada pelos republicanos e alas da direita radical e racista.

Barack Obama tem ainda um longo caminho a percorrer até conseguir transformar aquela sociedade, que, como se pode ver, não é tão perfeita assim. Entretanto as recordações do 11 de Setembro de 2001, não vão ajudar.

SBF

(Foto: Wikipédia)

GAVETA DOS RELÓGIOS

Estou outra vez com problemas sérios nesta máquina que computa.

Entretanto aconteceram algumas coisas:

Aconteceu reparar que o meu relógio estava com a hora errada. Pensei…deve ser a pilha que se está a ir. Cheguei a casa e fui direito a uma gaveta onde tenho alguns relógios com a ideia de trocar por outro. Coincidência das coincidências – Nem um só a trabalhar para me fazer a vontade. Como é que pode ser? Não pode! «Pode, pode! Diz o mais refilão. Tu (que sou eu), trataste de te agarrar a esse, e abandonaste-nos aqui fechados dentro desta gaveta vai para 4 ou 5 anos.» O quê? 4 ou 5 anos? Tanto tempo passado em anos a correr, a correr…

Aconteceu ontem o debate Sócrates-Louçã. Os digníssimos analistas e politólogos e outros que tais, disseram que desta vez o Louçã não levou a melhor, também com aquela “história” de acabar com as deduções fiscais nas despesas da saúde e da educação…

Aconteceu hoje um jogo de futebol na Hungria entre a selecção de Portugal e precisamente a selecção da Hungria. Os cá do “burgo” conseguiram finalmente ganhar. Vamos ver mais tarde se nos serviu de alguma coisa…

Aconteceu hoje também um debate, este na TVI com a Constância ou Constânça “qualquer coisa” que derrapa e gagueja que não é brincadeira, mas ia a dizer que aconteceu não um debate, mas duas entrevistas paralelas, porque praticamente não houve debate entre os dois candidatos, mas sim resposta individuais às perguntas da pivô. Fazendo também fé nos analistas, mesmo sendo respostas a perguntas, o Jerónimo levou a melhor sobre a Ferreira Leite.

Aconteceu também hoje uma manhã inteira na consulta de rotina.

Nota: Quanto digo “hoje” é 4ª feira e ontem 3º feira

SBF

PRATELEIRA DE LIVROS


RAZÕES DE CORAÇÃO
De Álvaro Guerra

Complementando o título, o autor designou um subtítulo: “Romance de paixões acontecidas em Mafra ocupada pelos franceses no ano de 1808”.

Este subtítulo, transmite de imediato ao leitor, o palco, os motivos e o tempo dos acontecimentos.

Partindo do achamento dum manuscrito verdadeiro, que foi escrito e pertenceu a uma personagem real, o Frei Pedro Taveira, que, nas vésperas das tropas francesas chegarem a Mafra, se pôs ao fresco abandonando o Convento de Mafra onde era Monge, tendo cavalgado sem parar até Ribamar,onde se instalou.

Tropas invasoras instaladas no Convento de Mafra, dominando a região, e lá estavam criadas as condições para nascerem algumas divisões entre os residentes. Alguns aliciados pelos franceses, passam-se para o lado do inimigo, e os patriotas resistentes lutam para correr com os invasores. O “veneno” atinge algumas famílias, deixando irmãos dum lado e irmãos do outro.

O rigor histórico é marca do autor que, também neste caso, procedeu a uma pormenorizada investigação aos usos e costumes de época.

Álvaro Guerra faz as personagens percorrerem toda a região: Mafra, Ribamar, Ericeira, Gradil, S. Lourenço, Barril, Santo Isidoro, Vimieiro e até Lourinhã, Caldas, etc, etc.

Apeteceu-me reler “Razões de Coração”, depois de 17/18 anos, e aconselho a leitura a quem goste do género e do autor. Pode não ser fácil encontrar mas, em último caso, há sempre um alfarrabista que espera por si!

Editado pela primeira vez em 1991 pelas “Publicações Dom Quixote” e em Maio de 2002 pela MEDIASAT para a “Colecção mil folhas” do jornal Público.

Álvaro Guerra nasceu em Vila Franca de Xira em 1936, foi jornalista, diplomata e escritor, participou no movimento dos Capitães de Abril e ajudou a derrubar a ditadura. Morreu de crise cardíaca na sua terra, Vila Franca, em Abril de 2002 e as suas cinzas foram lançadas ao Tejo.

SBF

(Gravura: Capa do Livro “mil folhas”)

PROFETAS DA DESGRAÇA

Em escrito assinado por Bruno Faria Lopes no “Jornal I” online de 5.09.2009 perguntava-se:

"Medina Carreira: voz lúcida sobre o país ou profeta da desgraça?"

Não tenho dúvida, este senhor, que também já foi ministro em democracia num governo ido de Mário Soares,

é, pelo menos, um perfeito profeta da desgraça.

Tem porta aberta nalguns órgãos de informação da nossa praça e arrasa toda a gente, principalmente os que estão à esquerda do PSD.

Já deixei de o ouvir quando o M Crespo o convida, mudo de canal porque o estômago fica revoltado.

SBF

JOANA AMARAL DIAS

A Joana Amaral Dias vai-se afirmando a cada intervenção pública que faz.

A entrevista que hoje é publicada no Diário de Notícias, confirma o seu carácter íntegro. Com a história do convite do PS para integrar as suas listas às legislativas, aconteceu o que eu imaginei. Foi realmente convidada e, como é honesta, entendeu que tinha obrigações de militante perante o seu partido e informou o BE.

O que não contava é que o seu partido usasse as mesmas “armas” que os outros e, vai daí, o seu amigo Francisco Louçã, faz aquele “show of” que todos nós sabemos.

É natural que a Joana não tenha gostado. Esta postura, de não tomar a sua (individual ou de grupo) verdade como absoluta, e de analisar os factos com imparcialidade, é (quase sempre) incompatível com a disciplina partidária e com aquela dose de demagogia que, infelizmente, é regra nos nossos partidos.

SBF

TRATADO DE TORDESILHAS



«EM NOME DE DEUS TODO-PODEROSO, Padre, Filho e Espírito Santo, três pessoas realmente distintas e apartadas e uma só essência divina. Manifesto e notório seja a todos quantos este público instrumento virem, como na vila de Tordesilhas, a sete dias do mês de Junho, ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de Mil Quatrocentos e noventa e quatro anos…»

É assim que começa o texto do famoso tratado de Tordesilhas, entre Portugal e os Reinos titulados (pela mesma época unidos numa só designação de Espanha) pelos Reis Católicos Fernando e Isabel. O tratado feito e concluído no dia sete de Junho na presença destes e do embaixador português D. João de Sousa e desembargador Aires de Almada, seria ratificado e assinado por D. Fernando de Aragão a 7 de Julho e por D. João II de Portugal a 5 de Setembro do mesmo ano, fez ontem 515 anos.

O Tratado, reclamado por D. João II, pretendia garantir os descobrimentos portugueses para ocidente, até 370 léguas de Cabo Verde que incluía o Brasil, já conhecido pelos nossos navegadores mas com descoberta oficial só em 1500 e também todo o hemisfério oriental. Esta salvaguarda foi necessária, em virtude da descoberta das Antilhas por Cristovão Colombo, ao serviço de Castela no ano de 1492, ficando toda a América para Castela por estar a oeste das ditas 370 léguas de Cabo Verde.

Hoje sabe-se, para além de Cristovão Colombo ser português de Cuba (Alentejo) que D. João II estava ao corrente das suas viagens e eventualmente até fazendo parte duma estratégia portuguesa que, com a sua morte em 1495, não chegou a ser apurada. O certo, é que a 6 de Março de mil quatrocentos e noventa e três, arribou ao cais do Restelo Cristovão Colombo com a única intenção de ser recebido pelo Rei português. O seu desejo foi cumprido, D. João II recebeu-o com todas as honras mas nunca se chegou a saber exactamente o motivo dessa audiência.

Dois anos depois sobe ao trono D. Manuel e Colombo continua a suas viagens à América ao serviço dos Reis Católicos.

Naquele tempo dizia-se; Senhor D. João II, pela graça de Deus rei de Portugal e dos Algarves daquém e dalém mar em África e senhor da Guiné.

SBF

(Gravuras: Wikipédia) – (Dicas: História de Portugal José Hermano Saraiva e Newton de Macedo
)

MADRE TERESA DE CALCUTÁ


Neste dia 5 de Setembro, faz 12 anos, que Agnes Gonxha Bojaxhiu conhecida em todo o mundo por Madre Teresa de Calcutá, morreu com 87 anos na cidade que a adoptou.

É o maior exemplo de generosidade, de entrega total e de fazer bem aos que mais precisam.

Embora religiosa Católica, nunca olhou à crença de cada um que precisava de auxílio.

O Papa João Paulo II, acompanhou a sua obra e beatificou-a em 19 de Outubro de 2003, menos de 2 anos de ele próprio morrer.

Não são poucas as vezes, que, no nosso dia – a – dia, referimos o nome de Madre Teresa de Calcutá, como sinónimo de caridade, auxílio, generosidade, etc.

A congregação “Missionárias da Caridade” está espalhada por todo o mundo com milhares de irmãs seguidoras de Madre Teresa.

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(Foto: Wikipédia)

TRUQUES DE FIM DE VERÃO

A quem beneficia e a quem prejudica o episódio do cancelamento do “jornal” da MMG?

Era certo, para a maioria dos cidadãos minimamente informados, que a saída do JE Moniz, que em si, já é resultado de “abandono” do barco que vai afundar-se, provocaria de imediato a saída também da MMG e de outros do mesmo clã. É assim que acontece em todo o lado e em circunstâncias parecidas. Não existiam atenuantes. Aquele jornal é lixo, e a pivô, é o que o bastonário da Ordem dos Advogados um dia lhe disse na cara e em directo. Esta é uma parte da história, corre no âmbito empresarial e é o raciocínio lógico sem trunfos escondidos na manga.

A componente política – partidária é que baralha as coisas. Estamos no início duma campanha eleitoral e o que se passou não foi numa empresa qualquer, foi numa estação de televisão líder de audiências. A quererem correr com a MMG e outros, deveriam ter esperado um mês, e então, faziam o que muito bem entendiam, a não ser que a intenção fosse mesmo prejudicar o PS e o Governo.

Objectivamente, os prejudicados são o PS, o Governo e o Engº José Sócrates. Os beneficiados, são os concorrentes da ”Média – Capital”, porque podem comprar mais barato, e, duma forma geral, a oposição, na mesma medida invertida do prejuízo PS.

Será que os eleitores “imparciais” ou “indecisos” conseguirão separar o trigo do joio?

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MANUEL PINHO

Manuel Pinho, Ex-Ministro da Economia, desde que saiu do Governo, tem sido alvo das mais variadas homenagens, provenientes na maioria das vezes de associações de pequenos e médios empresários, de autarcas e até de trabalhadores de empresas onde a intervenção do antigo governante foi decisiva para a manutenção de postos de trabalho.

Ontem, mais uma vez, Manuel Pinho foi homenageado, desta vez em Paços de Ferreira. Promotores; A Câmara Municipal de Paços de Ferreira (PSD) e os empresários da região.

No mínimo é estranho que, por todo o País, esta gente toda desate a agradecer, porque é disso que se trata, apoio prestado em altura de crise, a um homem que não é político nem pretendo voltar a ter cargos públicos.

Conclui-se portanto, que Manuel Pinho fez bem o seu trabalho, que foi um bom Ministro e por isso as pessoas lhe estão agradecidas. Tem também algumas bandeiras em que destaco a sua acção, no despertar e desenvolvimento das energias renováveis do nosso País. Ele, na sua modéstia, nunca deixa de referir que era Ministro dum Governo em que o principal responsável e Primeiro – Ministro é o Engº José Sócrates.

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MAJOR ALVEGA

O Major Alvega, invencível piloto de caça Luso – Britânico da esquadrilha da Royal Air Force, Força Aérea Britânica abreviada por RAF, foi o meu herói favorito de banda desenhada (quadradinhos) naquela altura de final da escola primária. Na verdade, comecei a perceber a segunda guerra mundial, devorando as mais variadas vitórias pelos céus da Europa, do Major Jaime Eduardo de Cook e Alvega. Não havia piloto germânico que lhe resistisse.

Estou a referir-me à década de 60, ou seja, menos de 20 anos do final da guerra, em que as recordações ainda eram muito presentes. O meu irmão, dez anos mais velho, falava-me do período imediatamente a seguir, segunda metade da década de 40. Com menos de 10 anos, já tinha noção do que tinha acontecido de facto, e, é por isso, que sempre digo ter aprendido a história de segunda guerra nos “quadradinhos”.

Esta lembrança vem a propósito das comemorações do 70º aniversário do início da dita guerra, com a invasão da Polónia pelo exército da Alemanha nazi, a 2 de Setembro de 1939.

A história já nos explica que um ano antes da invasão da Polónia, a Inglaterra e a França tinham ido na conversa de Hitler assinando a aceitação da anexação pela Alemanha dos Sudetos. Também a URSS tinha assinado com Hitler um pacto de não agressão. A Itália, Espanha de Franco, o Japão e a Alemanha assinaram outro acordo que viria a identificar este conjunto de “Países do eixo”.

Passados todos estes anos, os russos e polacos ainda têm versões diferentes sobre quem se portou mal, ou seja, quem esteve do lado certo e errado. De factos não pode haver dúvidas, a Alemanha invadiu a Polónia, e, uma semana depois, a URSS de Estaline, instalou-se na parte oriental da Polónia. Nessa altura, o pacto germano – soviético, funcionou na divisão dos despojos de guerra, só depois, quando Hitler passou a ser ameaça para Estaline, e invadiu mesmo a URSS, é que declaradamente Estaline se pôs do lado dos Aliados.

Naquela época não havia computadores e a televisão estava a dar os primeiros passos, mas para mim e para muitos miúdos como eu, os “quadradinhos” foram didácticos. Acho que os computadores “Magalhães” do primeiro ciclo, podiam oferecer este tipo de ferramenta para ajudar no ensino de história.

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LEGISLATIVAS 2009

E Sócrates falou de modernidade, de confiança, de esperança, de abertura de espírito e de vontade de vencer nas legislativas do próximo dia 27.

Cometeu erros, mais de forma do que de contudo, mas porque fez reformas. Se não fizesse nada, não errava.

Há alguém que se lembre como é que era o pré-escolar e o 1º ciclo (primária) em 2005? Já toda a gente se esqueceu;

Há alguém que se lembre como é que eram obtidos documentos - certidões nas conservatórias, ou como se faziam registos, como se criavam empresas, como se cediam quotas de empresas, etc, etc e quanto tempo demorava qualquer destes actos, em 2005?

Há alguém que se lembre como eram os divórcios litigiosos em 2005?

Há alguém que se lembre como e quanto tempo, eram as férias judiciais em 2005?

Há alguém que se lembre como um adulto – trabalhador conseguia terminar o 12º ano em 2005?

Há alguém que se lembre como era o ensino técnico – profissional em 2005?

Há alguém que se lembre quanto tempo esperava por uma consulta do seu médico de família em 2005?

Há alguém que se lembre quanto tempo esperava por uma primeira consulta num hospital público em 2005?

Há alguém que se lembre quanto tempo aguardava inscrito numa lista de espera para uma qualquer operação pelo SNS em 2005?

- Haveria muito mais coisas a perguntar. Na verdade já ninguém se lembra como o País estava muito mais atrasado em 2005. E as energias renováveis? E a investigação em várias disciplinas? E a saída da recessão técnica? E os índices de confiança? E a média do desemprego (9.2%) abaixo da zona Euro (9.5%) e comparando com Espanha (18%)?

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PRATELEIRA DE LIVROS



Angola, Terra Prometida
De Ana Sofia Fonseca

Como se diz na contra – capa do livro, a autora,

“traça o retrato destes anos dourados. Através de testemunhos e de uma pesquisa exaustiva leva-nos aos bairros de Luanda, ao mato e às praias. Ao dia-a-dia dos portugueses, aos seus usos e costumes. Em suma redesenha os contornos de uma terra que já só existe nas recordações de quem a viveu. Um livro de memórias, histórias e emoções. De saudade.”

Os da minha geração, têm o dever de compreender a descolonização portuguesa numa perspectiva diferente, daquela a que assistimos e interpretamos nos idos 1974/75. Era tempo do PREC, e os militares na “metrópole”, como eu, que gritavam nos quartéis, nas ruas, nos comícios, em toda a parte; “Nem mais um soldado para as colónias”, não estavam errados, sabiam só, uma parte da verdade. Aquela parte que muitos tinham combatido e continuavam a combater – o fascismo e tudo o que cheirasse a salazarento.

A outra parte da verdade, estava na alma de todas as famílias portuguesas que viviam e trabalhavam honestamente nas colónias. Essas, que dum dia para o outro, tiveram que deixar toda uma vida para trás e fugir como se fossem criminosos, essas, é que tinham a outra verdade que nós, aqui e em 1975, desconhecíamos.

É esta parte da verdade que temos a obrigação de compreender. Eu, por mim, estou a fazer por isso. A distância histórica, e o conhecimento que fui adquirindo através da leitura e pelas temporadas que passei, durante 20 anos, principalmente em Angola e Moçambique, deu para entender este outro lado da descolonização portuguesa.

Este trabalho da Ana Sofia Fonseca, ajuda muito a perceber esta outra verdade.
A Ana Sofia é jornalista “freelancer”, tendo trabalhado para vários órgãos de comunicação social, actualmente publica no Expresso, na Sábado e na Egoísta e colabora com a SIC. Tem trabalhos distinguidos pela AMI – Jornalismo Contra a Indiferença.

Edição da “Esfera dos Livros” em Abril de 2009.

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(Gravura: Capa do Livro
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PORQUE NÃO SE CALAM?

PORQUE NÃO SE CALAM? São praticamente os mesmos, que há menos de dois meses, bradavam “aos céus” por medidas mais restritivas, fortes e ...