JOÃO PAULO II – O PAPA!

Para muitos católicos no mundo inteiro, João Paulo II marcou a diferença entre a descrença e a renovação da fé em perfeita união com a sua religião.


Os não católicos ou até ateus, reconheceram em João Paulo II uma humanidade e uma capacidade de entrega com dimensão universal.


Os portugueses, duma forma muito particular, admiraram e continuam a admirar este Papa, pelo que ele representava e pela ligação ao nosso País através de Fátima.


Por vezes não é fácil entendermos porque simpatizamos ou admiramos alguém e, muito mais difícil é, explicarmos, por palavras, o que sentimos. Relativamente a João Paulo II, conheço algumas pessoas que se enquadram no que acabei de escrever.


Também acho que João Paulo II não foi só mais um Papa,


Ele é O Papa!


Silvestre Félix

A TROIKA E OS BASTIDORES

Por enquanto ninguém poderá saber o que terá originado a mudança de atitude do PS em relação ao Ministro das Finanças e, por outro lado, a forma como Teixeira dos Santos desapareceu da ribalta. Que aconteceu alguma coisa, aconteceu.


Já nos habituamos às surpresas de Paulo Portas mas não estava nada à espera que, duma maneira tão formal, se apresentasse candidato a Primeiro-Ministro. É verdade que todos eles o são e, para todos os efeitos, “presunção e água benta, cada um, toma o que quer”. O que é certo é que no meio dos disparates do PSD e do PS, ele e o CDS, vão ganhando pontos. Aliás, tudo se encaminha para que, à partida, seja o único que está garantido no próximo Governo.


Como é costume, o Primeiro-Ministro não deixa por mãos alheias a sua conhecida habilidade na condição de entrevistado e isso foi o que aconteceu na última entrevista À Judite de Sousa. Penso eu, no entanto, que podia aligeirar as críticas ao PSD, pelo menos até à assinatura com a troika. É verdade que o PSD não tem facilitado, antes pelo contrário, e até acho que se confirma o mau “negócio” de ter ido buscar o antigo (mau) Ministro das Finanças de Cavaco Silva. Então o homem passa a vida a enviar cartas ao Governo sobre as contas que a troika está a verificar. Cartas? Ele se calhar está distraído, é que estamos no século XXI. E depois diz (secundado pelo PPC) que «o próximo Governo tem de ter margem de manobra». Mas qual “margem”? Já foi dito e redito que não há dois empréstimos e as condições só são negociadas uma vez! Será que estão com problemas de audição?


O Presidente da República tem tentado passar a imagem de que está a fazer “muito” nos bastidores. Não me parece! Continua a não fazer o que deve. Até o acordo com a troika estar assinado ele devia estar no terreno, não a negociar com os técnicos, mas a criar condições para que a parte portuguesa se apresentasse como um bloco unido no essencial.


A trovoada e a chuvada que acabou de cair, está perfeitamente sintonizada com a situação política portuguesa e europeia. Exceção para os ingleses e o seu casamento real.


Silvestre Félix

FUTEBOL PORTUGUÊS

O futebol português, com todos os seus defeitos, ainda nos pode valer nestes tempos complicados. Não podemos deixar de sentir – nem que seja só uma pontinha – orgulho de sermos quem somos, quando conseguimos juntar três equipas portuguesas nas meias-finais dum campeonato europeu, e, a um passo muito pequeno, das finalistas serem duas dessas.


O facto (praticamente garantido) de ser uma equipa portuguesa a ganhar a Liga da Europa, não resolve os problemas do País, mas faz-nos muito bem.


Vamos aproveitar esses momentos!


Silvestre Félix

CASAMENTO REAL

A situação na Líbia, na Síria, no Iémen, o importante acordo entre a Fatah e o Hamas permitindo a formação dum novo Governo Palestiniano, o entendimento absurdo, ou não, de Sarkosy e Berlusconi para deitar “Schengen” ao lixo, a taxa de juro completamente estapafúrdia da dívida soberana grega a chegar aos 27% e a União (?) Europeia e o BCE, mais uma vez a assobiar p’ró lado e todas as desgraças que há no mundo sem ser em Portugal, que dessas, estamos nós mais que fartos, tudo isso perde, em muitos pontos, a mobilização de todos os meios de comunicação social à escala global, para dar cobertura ao casamento real Inglês.


É impressionante como dum casamento entre duas pessoas, sejam elas reais, se pode construir tamanha “empresa” de interesses e lucros sem limite. A natureza humana tem destas coisas e, por muito que me esforce, não consigo entender como “o circo” pode interessar a tantos milhões de pessoas. É verdade que muitos fora do Reino Unido continuam a ser súbditos de Sua Majestade – singularidade do império Britânico – mas, mesmo assim, os fanáticos são muitos mais.



Silvestre Félix

INCOMPETÊNCIA

Em resultado das próximas eleições, para que haja um governo apoiado por uma maioria parlamentar, vai ser necessário, que, pelo menos, dois partidos se entendam. É praticamente garantido que ninguém vai conseguir maioria absoluta.


Cavaco Silva não é o meu Presidente nem nunca foi o destinatário do meu voto, logo, é natural que não tenha gostado do discurso de ontem. Mas também não é isso que justifica sermos injustos na análise das suas palavras.


Quando alguns por aí, justificando a sua incapacidade no estabelecimento dum diálogo mínimo, mas suficiente para criar uma frente nacional capaz de negociar com as instituições estrangeiras, lançam areia para os olhos dos portugueses comparando a necessidade de entendimento pluripartidário, com o partido único do regime fascista que se chamava “união nacional”.


É pura demagogia utilizar a terminologia “união nacional” naquele sentido. Se não têm competência para defender os interesses nacionais que o assumam.


Os portugueses exigem que “eles” se entendam por Portugal e pelo seu Povo.


Silvestre Félix

25 DE ABRIL SEMPRE!

Até Guimarães fui e, por essas estradas abaixo, voltei!
Rever família e amigos, no berço, em casa me vejo.
Com espírito de Abril e sentimento pascal, coincidência pouco conveniente mas autentica, que a lição dos Capitães continue pelos tempos. Em Guimarães ou na Abrunheira, o tempo de Abril continua vivo e com vontade de assim permanecer.


As portas que Abril abriu não se questionam!


Viva o 25 de Abril!


25 de Abril sempre!


Silvestre Félix

SONDAGEM DA MARKTEST DÁ VITÓRIA AO PS

Na atual situação do País, e da forma como as coisas aconteceram, seria normal que o partido no poder, resultado do correspondente desgaste, perdesse as próximas eleições.
O que já não é normal, como tantas outras coisas nos meandros da nossa política, é que o maior partido da oposição, dum momento para o outro, começasse a dar tiros nos pés de tal maneira que, a pouco mais de um mês do povo ir votar, esteja a ser ultrapassado nas sondagens pelo partido do Governo.
Nós já sabemos o que costumam dizer os que perdem nas sondagens e não vale a pena repetir, mas que são sinais que muito devem preocupar os que já se iam considerando donos da “cadeira” a partir do dia 5 de Junho, lá isso é verdade. Claro que «presunção e água benta, cada toma o que quer», mas que diabo, que raio de contas eles fizeram.
Bom, num mês tudo pode mudar mas, para isso, muita prosa têm de corrigir.
É que, os portugueses não são tontinhos…
Silvestre Félix

GREVE NA CP

Continuo a não conseguir perceber, e a generalidade dos portugueses também não, o que os maquinistas da CP pensam conseguir com as constantes greves, estando o País da maneira que está.


Será que pretendem antecipar a privatização da empresa ou parte dela?


Se não é esse o objectivo, pode muito bem acontecer que mais esta greve anunciada entre os próximos dias 22 e 25 e outras que se seguirão, ajudem a que, logo haja governo, a privatização, pelo menos de algumas linhas, seja concretizada.


Os utentes é que sofrem. Na maioria trabalhadores de salários médio/baixo, são as vítimas dos maquinistas que continuam a ter uma situação profissional em termos de remuneração, muito acima da média.


Silvestre Félix

“O DIA INICIAL – 25 DE ABRIL HORA A HORA” - De Otelo Saraiva de Carvalho

Otelo Saraiva de Carvalho voltou à escrita com “O dia inicial – 25 de Abril hora a hora”.


Muito já se escreveu sobre os acontecimentos de 25 de Abril de 1974, inclusive, com a caneta de Otelo. No entanto, e pela grandeza das mudanças ocorridas em Portugal em consequência da ação levada a cabo pelo Movimento das Forças Armadas, muito ainda se escreverá porque a história é mesmo assim: Relatam os protagonistas e, mais tarde, os historiadores desenvolvem e muitas vezes até alteram o inicialmente dito e feito.


Neste caso, ninguém estará mais habilitado do que Otelo Saraiva de Carvalho para relatar, hora a hora, o que – depois de se ouvir na rádio a canção de Paulo de Carvalho “E depois do adeus” – foi acontecendo pela madrugada dentro.


Otelo recua à preparação do Movimento militar que havia de derrubar o regime, e depois, desde as vésperas, conta-nos tudo em pormenor: Os contactos diretos e por telefone, as notícias que iam tendo no Posto de Comando sobre o evoluir das operações, os sustos, as surpresas de última hora que punham em causa uma ou outra ação, os papéis que cada um deles desempenhava, a sua própria tarefa de coordenador das operações, enfim, tudo até às 20h do próprio dia 25, hora a que chegou ao Posto de Comando na Pontinha o General António de Spínola.


Neste livro, para além do relato do que foi acontecendo minuto a minuto, Otelo já vai, aqui e ali, fazendo comentários e considerações acerca de alguns dos intervenientes. Tanto pelo que já conhecia deles na altura, como pelo que fizeram nos dias, semanas e meses a seguir.


Quem quiser conhecer toda a movimentação militar que se materializou na revolução dos cravos com o consequente derrube do regime de ditadura, as causas que mobilizaram os Capitães a criar e a desenvolver o Movimento, não deixe de ler este livro. O autor comandou toda a operação a partir do Posto de Comando e era um dos membros da Comissão Executiva do Movimento das Forças Armadas.


Otelo Saraiva de Carvalho nasceu em Lourenço Marques, hoje Maputo, em Moçambique no ano de 1936. Fez várias comissões na Guerra Colonial e, depois do 25 de Abril, graduado em Brigadeiro, foi Comandante do COPCON e Comandante da Região Militar de Lisboa e fez parte do Conselho da Revolução. Conotado com a ala radical do MFA, chegou a ser preso depois do 25 de Novembro de 1975, tendo sido libertado pouco tempo depois. Já na reserva é candidato às presidenciais de 1976 e, uma segunda vez em 1980. Em 1984 volta a ser preso desta vez acusado de pertencer às FP-25, classificada como organização terrorista. Libertado cinco anos depois, Otelo continua a ser uma voz na sociedade portuguesa e, inquestionavelmente, uma referência da revolução de 25 de Abril de 1974.


É uma edição da “Objectiva” e a primeira em Março de 2011.


Silvestre Félix


(Imagem: Capa do livro digitalizada)

PODER DO POLVO!

Hoje, a entrevista da Fátima Campos Ferreira ao Professor Freitas do Amaral, teve, entre outras virtudes, a explicação duma forma simples e clara de como os especuladores e agiotas do mundo financeiro, atuam. (CLICAR PARA VER ENTREVISTA).

A verdade é esta – Tudo está subordinado ao poder do dinheiro!

O poder político, cedendo com o alívio da regulação numa tónica neo-liberal, deixou-se dominar completamente pelo poder do POLVO.

Vejam só!

Hoje, uma das famosas agências de notação financeira, colocou os Estados Unidos sob vigilância negativa. A desculpa é sempre a mesma, tem a ver com a situação do deficit orçamental e da dívida soberana americana.

Silvestre Félix

ESTAMOS (SÓ) CENTRADOS NO DINHEIRO!

Disse hoje o antigo Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, que «Estamos mais centrados no dinheiro do que nas pessoas».

Evidentemente que se referia à sociedade Norte-Americana mas, infelizmente, é um mal global. Na Europa então, nos últimos anos, as preocupações sociais da maioria dos Países desde o final da Segunda Guerra Mundial, foram dando lugar a políticas neo-liberais e economicistas acima de tudo. Hoje, é esta a orientação da União (?) Europeia.

As preocupações sociais deixaram a agenda e, pior do que isso, o desenvolvimento comunitário também saiu do alinhamento das prioridades dando lugar à obtenção do lucro fácil, na mais perfeita prática agiota, através dos grandes bancos, principalmente alemães, holandeses e franceses.

Os atuais dirigentes da Europa traíram os seus cidadãos e, a consequência desta conduta, é o desmoronamento da União (?), tal como a conhecemos hoje.

Silvestre Félix

NO MEIO ESTÃO OS MEXILHÕES!

Quem havia de dizer que ainda iríamos ter o FMI por amigo?

As versões que têm vindo a público sobre os juros que Portugal vai pagar pelo empréstimo UE-FMI, denunciam a gulosice dos nossos parceiros de Bruxelas em quererem cobrar a 5%, inviabilizando uma recuperação rápida da nossa economia, contrastando com a taxa de 3,5% proposta pelo FMI. Acha, esta última organização, que as más experiências com os programas da Grécia e da Irlanda, impõem que se corrija a orientação no de Portugal, no que respeita aos juros e ao prazo de maturidade, para que as coisas corram bem e a economia portuguesa comece a crescer a partir de 2012.

Isto só confirma o que já vai sendo dito por muitos observadores, economistas independentes e também pelo próprio FMI – A União Europeia não está a tomar as medidas corretas para ultrapassar a crise das dívidas soberanas.

O pior de tudo isto – É que, no meio, estão os mexilhões!

Silvestre Félix

CONSUMIR NACIONAL, SEMPRE!

Não nos resolve problema nenhum, nem altera nada do que de mau nos aconteceu mas, não deixa de ser irónico, que venha o Diretor do FMI, sigla que aprendemos a detestar, afirmar que a União Europeia assim não vai lá!

Diz Strauss-Khan, a propósito da atual crise, que a Europa «Precisa de ter um plano mais abrangente», acrescenta ainda que «A abordagem fragmentada de lidar um dia com taxas de juro e outro dia com outra coisa qualquer não está a funcionar».

Quer dizer, o próprio FMI denuncia a bagunça que vai andando pelos corredores do poder (?) Europeu. Tudo anda ao saber dos interesses e desejos momentâneos do “diretório”. Não interessa nada o coletivo.

Os portugueses, independentemente dos dias difíceis que aí vêm com as regras rígidas para garantir o empréstimo, têm de tratar da sua vida e ajudar a cortar a cabeça do polvo. Temos que adotar algumas máximas e levá-las a sério:

Consumir nacional, sempre!

Esta regra, que tem de ser pessoal e de cidadania. Abrirá caminho ao aumento de produção na agricultura, com destaque para os sub – sectores da pecuária, hortícolas, fruta e cereais. As pescas podem recuperar da letargia a que as políticas aplicadas nas últimas décadas a puseram, bastando para isso que, quando formos comprar peixe, nos habituemos a olhar para a origem do produto.

Se cada um de nós tiver a atitude certa, o País andará para a frente, o desemprego diminuirá e ninguém nos pode acusar de protecionismo contrário às diretivas de Bruxelas.

Ainda com a mesma determinação patriótica (excluindo o polémico da expressão), é necessário redimensionar, numa perspectiva de desígnio, o relacionamento em todas as áreas com os nossos parceiros da Lusofonia. Esta atitude nacional deverá passar a ser uma, ou melhor, a prioridade!

Nunca fui euro-cético, mas estou muito descrente no futuro da União Europeia tal como está e, dum momento para o outro tudo pode desmoronar. Temos de estar prevenidos.

Silvestre Félix

OTELO SARAIVA DE CARVALHO

Otelo Saraiva de Carvalho declarou ontem à Lusa;

«…que hoje em dia não faria a revolução, se soubesse que o país iria estar no estado em que está.»

Não concordo em absoluto com uma afirmação deste tipo. Tenho grande admiração por Otelo e ainda hoje acabei de ler o seu último livro que me enriqueceu o conhecimento sobre o que se passou naquele dia 25 de Abril de 1974.

A Revolução dos Cravos, que Otelo coordenou em termos operacionais, alterou muita coisa que não tem rigorosamente nada a ver com a situação económica e financeira que hoje se vive em PortugalFim da Guerra Colonial, final do império com a independência das colónias e fim da opressão e domínio de outros povos, desmantelamento do Estado fascista com o fim da censura e polícia política, instauração das liberdades individuais e coletivas e institucionalização do Estado democrático em todas as suas vertentes, etc., etc.

Otelo Saraiva de Carvalho sempre nos foi habituando, nestes 37 anos, a alguns “pronúncios” polémicos. O seu voluntarismo e a sua espontaneidade têm sido suficientes para desculpar uma ou outra “tirada” mais a despropósito, mas esta é de “bradar aos céus”. Ainda assim, Otelo tem de continuar a ser polémico senão deixa de ser autêntico. Com certeza foi levado pela revolta, que é comum a grande parte dos portugueses neste momento, mas, relendo as suas próprias declarações, já terá concluído que não era bem aquilo que queria dizer.

Um destes dias falarei aqui do seu livro “O Dia Inicial”, que vem mesmo a calhar neste mês de Abril.

Silvestre Félix

MEDO E ANSIEDADE

Os “inteligentes” fazem questão de aumentar o medo e a ansiedade dos portugueses.

Quanto maior for a pressão, mais dobrados nós ficamos e muito mais fácil é fazerem o que muito bem querem para oferecer o sustento ao polvo que, de tanto “labardanas” que é, a engordar assim, qualquer dia não consegue sair da toca e, aí, arrisca-se a ficar preso na própria cela que construiu.

Silvestre Félix

O ENCONTRO E A MENTIRA!

Afinal, soube-se ontem, na véspera da apresentação do PEC chamado IV em Bruxelas, foi servido em São Bento o “chá das cinco” ao líder do PSD e ao Primeiro-Ministro. As torradinhas parece que estavam um bocado queimadas, mas o chá preto era muito bom e, de açúcar, tinha pouca quantidade, para não tornar a conversa muito adocicada.

Não acordaram nada, a não ser, esconderem a realização do saboroso lanche, porque senão, duma hora para a outra, confundiam a residência do Primeiro-Ministro com um moderno salão de chá e não havia “bicho-careto” que não fosse lá pousar.

Ninguém fica bem no filme. Mamam o chá e as torradas e nós ficamos a chuchar no dedo. Como se fosse pouco, ainda vêm no dia seguinte dizer que não comeram nada e que, por isso, nós é que vamos ter de pagar a conta.

Silvestre Félix

ISLÂNDIA E OS AGIOTAS

O resultado do referendo realizado no passado sábado na Islândia está a assustar o mundo da finança agiota e especulativa.

Os cidadãos islandeses recusaram pagar ao Reino Unido e Holanda quase 4 mil milhões de euros resultante da falência dum banco que operava naquele País até à crise de 2008. Dizem os islandeses que a responsabilidade é dos antigos acionistas do banco, que vão atrás deles em vez de quererem sugar ainda mais os cidadãos que trabalhar.

O universo da comunicação social não tem dado grande destaque a esta vitória do povo islandês, porque, diga-se, uma grande parcela das empresas detentoras de grandes antenas de TV’s e rádios, grandes jornais e revistas, estão na mão de grandes grupos financeiros e, uma notícia destas não interessa que seja divulgada.

O povo islandês e as suas instituições, incluindo a presidência da República, deram um exemplo de cidadania e democracia, e, ao mesmo tempo, deram um murro no “estômago” do polvo que governa o mundo.

Ao contrário do que muitos querem, a «INDIGNAÇÃO» não deve ser riscada dos dicionários, antes pelo contrário, bem sublinhada e sempre em maiúsculas!

Silvestre Félix

FERNANDO NOBRE E OS PARTIDOS

Quando se faz da independência partidária uma bandeira como o Dr. Fernando Nobre fez durante a última campanha presidencial, é difícil compreender que aceite liderar a lista de Lisboa de um dos maiores partidos portugueses. É o PSD mas podia ser (este podia é empregue convictamente, porque, pelos vistos, aceitaria oferta idêntica de outros) o PS ou qualquer outro, não é isso que interessa. O que importa destacar agora é que não pode mais discursar naquela onda de rigor de cidadania, denunciando o espartilho dos partidos e dos interesses associados. Agora vai passar a fazer parte duma família partidária (mesmo não sendo filiado, por enquanto) e, aos olhos dos portugueses vai ser mais um político com toda a carga negativa que antes lhe atribuía.

Do ponto de vista partidário e no que respeita às ambições dos respetivos boys, a decisão trará alguns problemas a Pedro Passos Coelho que, só serão amenizados se o resultado eleitoral for francamente bom. A notícia é apresentada como grande trunfo e vão ser necessários alguns dias para perceber se se confirma esta intenção.

Dos apoiantes presidenciais de Fernando Nobre já dá para perceber que há muitos desiludidos e os votos conseguidos em Janeiro podem não ter qualquer influência nas opções a 5 de Junho.

Os partidos portugueses, para além de todas as vicissitudes, ainda conseguem aliciar muita gente para se debater pelos seus interesses.

Silvestre Félix

ACEITAM-SE VOLUNTÁRIOS PARA NEGOCIAR COM CE+FMI !!!

Os nossos responsáveis políticos continuam a dar provas de uma mediocridade que já todos sabíamos terem. Quando as baboseiras são cá dentro, ainda é “como o outro”, agora lá fora, ou quando envolvem instituições onde começamos a bater à porta de mão estendida, já é demais.

Ontem, na Hungria, sobre o pedido de ajuda (?) externa, o Ministro das Finanças Teixeira dos Santos, em declarações aos jornalistas, teve o despropósito de afirmar que a Comissão - Europeia não ia negociar o pacote com o Governo porque está em gestão, blá, blá…, etc., mas sim com os partidos da oposição e com o Presidente da República. Não estou a citar, mas terá sido esta a ideia. Completamente estapafúrdia a fala de Teixeira dos Santos. Já antes, não era o Governo de gestão que ia pedir a ajuda (?), mas depois, foi. Agora, não vai querer liderar as negociações, mas vai ter que ser. Alguém está a ver a CE a bater à porta de todos os partidos portugueses para negociar o pacote, enquanto o Governo e o Presidente estão sentadinhos nos seus gabinetes à espera de novidades?

Hoje foi a vez de Cavaco Silva dar sentido aquela máxima: “Pior a emenda que o soneto”. Também na Hungria, respondendo a jornalistas, colocou-se à margem de qualquer negociação. Sabemos que a Presidência não tem os meios técnicos para conduzir uma negociação técnica mas, aquilo que se pretende deste ou de qualquer outro Presidente, é a sua mediação, o seu poder de influência, o seu sentido de imparcialidade na defesa dos portugueses nem que seja com um “murro” na mesa. Ora, não é com respostas como a que hoje deu, que ajuda a mobilizar as, já de si, medíocres e esfrangalhadas instituições partidárias nacionais e que transmite confiança aos portugueses e às instituições europeias a quem fomos – bem ou mal – bater à porta.

Continuamos bem… mal!

Silvestre Félix

O PRESIDENTE E OS SEUS PODERES

Eu sou daqueles que acham que o Presidente da República não está isento de culpas na atual situação do País. Por acaso até, em “dois carrinhos”.

Primeiro “carrinho”: Alguns dos problemas estruturais do nosso sistema, nasceram no tempo em que Cavaco Silva era Primeiro-Ministro.

Segundo “carrinho”: Enquanto Presidente da República, falou de coisas despropositadas e em alturas inconvenientes, deixando o essencial e bem assente nos seus poderes Constitucionais, para o Parlamento ou, pura e simplesmente, pairando qualquer coisa sobre as nossas cabeças como nuvens negras.

Na verdade, a partir de certa altura, com a sua inação, Cavaco Silva despejou a função de qualquer utilidade, tendo optado pela oposição frontal ao Governo, materializada naquele célebre discurso de tomada de posse.

A inutilidade da sua função foi mais clara com o intencional silêncio e afastamento aquando da apresentação do PEC (chamado 4). Aqui, deveria ter assumido um papel pró-ativo promovendo entendimentos que levassem à aprovação das medidas de austeridade propostas, decerto menos penalizantes do que as, que aí vêm.

Já corre por aí nalguns meios, que a função presidencial vai ser posta à prova nos próximos tempos. Os poderes do Presidente podem ser mexidos na próxima revisão constitucional. Menos ou mais poderes, mais ou menos presidencialismo ou mais Parlamento? De uma coisa tenho a certeza, para ter um Presidente da República como este, não é necessário ser eleito por voto secreto e universal.

Entretanto há muito boa gente a criar demasiadas expectativas na ação presidencial pós-eleitoral. Eu acho que, mais uma vez, vai atirar o ónus para o Parlamento e continuará a mandar “recados”.

Silvestre Félix

O DINHEIRO É QUE MANDA!

Os nossos políticos da zona (não gosto do arco) do poder estão contentes!

Os banqueiros suspiram de alívio. Mais uma vez conseguiram, numa engrenagem bem oleada com o BCE e o seu chefe Trichet e mais o nosso esvaziado BdP, encostar o poder político à parede e obrigá-lo a fazer exatamente o que queriam.

Finalmente todos de acordo!

Uns cantam vitória porque a água correu para os seus moinhos e porque têm linha aberta ao “inteligente”. Os outros, conformam-se corajosos e esperançados num bom resultado nas próximas eleições.

E nós… os que pagam, os que ouvem, os que votam, os que contam o dinheiro todos os dias do mês, os que não têm trabalho… O que devemos fazer?

O que devemos fazer a uma classe política que, ignorando o País e os portugueses, vai utilizando as peças do tabuleiro ao corrente dos seus interesses?

As respostas ainda não foram dadas mas eu não tenho dúvidas que, mais tarde ou mais cedo, e sem se perceber muito bem como, os portugueses vão cobrar todos os sacrifícios que estão, e vão continuar a fazer.

Era bom que em 5 de Junho lhes fosse mostrado um cartão vermelho mas, se calhar, nem um amarelo e tudo ficará na mesma e eles continuarão a falar, a discursar e a enganar.

Silvestre Félix

AJUDA (?) FINANCEIRA EXTERNA

Mesmo fartos do tema, esta noite, uma grande parte dos portugueses, estão à frente dos televisores, tentando perceber tudo o que nos vai acontecer.

Finalmente, e a contento de muito boa (?) gente, Sócrates teve que estender a mão a Bruxelas.

Ironia das ironias, mesmo demissionário, o Primeiro-Ministro não se safou de ter que ser ele a fazer o que todos os outros queriam.

Uma coisa já nós descobrimos porque nos ferrou

– Um dos tentáculos do polvo!

Onde estará a cabeça?


Silvestre Félix

OS BANQUEIROS

Em 2008, com o estalar da crise financeira internacional, o Estado português correu em auxílio dos banqueiros para que não caíssem como um baralho de cartas.

O Estado nacionalizou o BPN, assumiu responsabilidades no BPP e avalisou o universo bancário nacional num valor total de 20 mil milhões de euros. Os custos destas operações estão a ser faturados e quem os pagará são os do costume – O Zé-Povinho!

Agora, com pressões de todos os lados, e com as dedadas certeiras dos “mercadosagiotas, o que fazem os mesmos banqueiros que o Estado há pouco mais de 2 anos salvou do colapso? Tira rapidamente todos os tapetes e junta-se ao coro de “inteligentes” para que o Estado vá pedir dinheiro a outros – Para financiamento do Estado, nem mais um tostão, dizem os tais banqueiros.

Os bancos continuam a ter muitos milhões de lucro, pagam menos impostos que os outros setores, e, quando toca a mostrarem a cor da camisola, assobiam pró lado.

Silvestre Félix

CAPITÃO SALGUEIRO MAIA

«Senhores, estamos aqui em nome da Liberdade. É em nome da Liberdade que não faremos justiça por nossas próprias mãos. As pessoas por quem esperam devem abandonar este local em inteira segurança, a fim de serem julgados.» (1)

Gritou o Capitão Salgueiro Maia, duma das janelas do Quartel do Carmo, de megafone na mão.

Era cerca das seis da tarde de 25 de Abril de 1974, o Largo do Carmo a abarrotar de gente que reclama, aos gritos, que lhes seja entregue Marcelo Caetano.

A sabedoria e o bom senso de Salgueiro Maia foram fundamentais para o sucesso desta hora crucial da revolução dos cravos – A rendição de Marcelo Caetano!

O Capitão Salgueiro Maia, que encarnou o espírito mais verdadeiro do 25 de Abril, morreu no dia 4 de Abril de 1992, faz hoje 19 anos.


Silvestre Félix


(Nota (1): Extraído do livro “O Dia inicial” de Otelo Saraiva de Carvalho)

O ANJO BRANCO - De José Rodrigues dos Santos

Pela abordagem de inúmeros fatos reais, embora encaixados na trama ficcionada que José Rodrigues dos Santos construiu, pela reflexão e interpretação que as principais personagens dão aos acontecimentos, pela caracterização que faz da sociedade portuguesa e dos portugueses em Portugal e nas Colónias, pela descrição de tantas contradições na atuação no terreno dos vários ramos das Forças Armadas e, dentro destas, sendo tropas especiais ou não, por tudo isto e com certeza por muito mais, este romance é um autêntico documento histórico.

Li todos os romances de José Rodrigues dos Santos e identifico-me muito com a sua escrita. Tal como já aconteceu com a “Filha do Capitão”, inspirado na experiência contada e recontada de seu Avô paterno que tinha participado na Guerra de 1914-1918, também no “Anjo Branco” se inspirou num familiar e aqui, muito mais perto, no seu próprio Pai. Ele próprio terá convivido com parte do ambiente à época. Decerto resguardado dos acontecimentos, mas, revisitando esses tempo, naturalmente reconstituiu na memória alguns fatos.

A denúncia do massacre de "Wiriyamu", que precedeu a famosa visita de Marcelo Caetano à Inglaterra onde até tomates podres lhe atiraram, que os da minha idade ou mais velhos se lembrarão, foi um tempo de muita pressão internacional sobre o regime da ditadura em Portugal. No romance está bem demonstrada a sanguinária conceção de guerra que as tropas especiais de Comandos tinham. Eles eram um dos lados negativos da presença colonial portuguesa em África. Também havia lados bons. Como o “Anjo Branco” outros houve que contribuíram honestamente para o bem-estar e melhoria das condições de vida de Moçambicanos, de Angolanos, Guineenses e todos os povos colonizados pelos portugueses.

A edição é da “Gradiva” e a primeira em Outubro de 2010. O título tem estado estes meses todos no “top ten” de vendas, passando pelo primeiro lugar muitas semanas.

Silvestre Félix

OBRIGADO, AMIGOS!

Rever amigos conforta-nos a alma!

Estar com amigos lembra-nos a vida e dá-nos esperança para o que aí vem.

Ao contrário do que se possa pensar, os amigos não são o passado.

Estivemos com eles no passado e foi com eles que aprendemos tudo para vivermos o presente e encontrarmos os caminhos certos do futuro.

Conviver com os amigos é como oxigenar o nosso sangue.

Obrigado, amigos!

Silvestre Félix

GOVERNO DE GESTÃO

Cá pelo “burgo”, pelo menos de dois em dois dias, lançam (nunca se sabe muito bem quem) uma máxima que deve ser noticiada e partilhada até à exaustão.

A que está na onda desde ontem é – Pode ou não pode, o Governo, pedir “ajuda” (?) externa, que é como quem diz, mandar vir o FMI?

Como disse ontem, os “profetas da desgraça”, os “aprendizes” e os “inteligentes” estão mais que contentes. Com juros a chegarem aos dez por cento, a coisa torna-se cada vez mais difícil aguentar e, finalmente, começa a abrir-se aquela “janela” que, pelo menos há um ano, andam a puxar.

É bom lembrar que, no espaço de quinze dias, os juros pedidos pelos mercados agiotas, subiram em média mais ou menos 4 pontos e os níveis das agências de cotação, cortados em 3 ou 4 degraus. Bom trabalho para quem nos quer enterrar, incluindo os cá de dentro.

Em consequência do defeito da Constituição neste caso concreto, não interessa agora passar os dias a discutir quem é que tem competência para formalizar a “ajuda” (?). Este ping-pong é a continuação da imagem degradante que os nossos políticos continuam a transmitir interna e externamente. O único Órgão político eleito e em plenas funções é o Presidente da República, portanto, Cavaco Silva não se pode pôr de fora. Qualquer necessidade de compromisso institucional tem de passar por ele.

É muito importante que numa próxima revisão constitucional, o artigo que fala das competências dum Governo de gestão, passe a ser explícito no que respeita a meia – dúzia de situações, para que não volte a surgir a dúvida que, aliás, já não é a primeira vez.

Silvestre Félix

NÃO FOI POR ESQUECIMENTO

  NÃO FOI POR ESQUECIMENTO Não foi por “esquecimento” que ao longo de 49 anos, a Assembleia da República nunca reuniu solenemente para ass...