Se o Belchior e o
Baltasar soubessem o que hoje se sabe sobre a fama de GASPAR, decerto não
teriam partilhado o mesmo palco da história milenar que a Igreja nos conta acerca da “adoração” do menino Jesus.
Como se vem dizendo por aí, pelas redes sociais, Belchior e Baltasar levaram as prendas e
o GASPAR,
quando chegou, “limpou tudo”. Já naquela época a tendência se manifestava e,
dois mil anos depois, é primeira página de jornais, abre os noticiários das
tv’s e rádios e, infelizmente para os da terra Lusitana, sempre pelas piores razões.
Percebo porque é GASPAR a pagar as favas todas. Os lusitanos têm muita relutância em
considerar credível a outra clássica história sobre “gamanço” – a dos “40 ladrões”.
Aqui seria; “GASPAR e os 40 ladrões”, pelo menos!
No que respeita à nossa carteira, subtrair é o verbo mais
utilizado. Quando lá vai mais um pagamento, ou quando o vencimento, subsídio ou
pensão, vem mais curto, lembramo-nos logo do GASPAR que “rapa tudo” e esquecemo-nos dos outros
trinta e nove.
Gostava de ser pequenino e desenvolver no processo de
crescimento uma atitude de “negação”
relativamente ao GASPAR dos Reis Magos
que, atrás duma estrela foi, até encontrar o local assinalado nas escrituras
como cenário da sua primeira atuação, fazendo fé nas múltiplas “partilhas” do facebook.
Silvestre Félix
(Gravura: Ali Baba - Wikipédia)