ESTRATÉGIA ORÇAMENTAL E O SONO!

Não consigo ouvir 10 minutos seguidos o Ministro das Finanças.


Dá-me sono!


Como perdi partes da apresentação do “documento de estratégia orçamental”, e como a curiosidade era muita no que respeita ao corte na despesa da administração pública, corri para a net e concluí que, afinal, nada de novo.


Tinha razão quando adormeci.


Para além de congelamento de salários, redução de pessoal, redução das prestações sociais e redução de consumo intermédio(?), no que respeita a despesa ficamos por aqui.


Quem é que tinha preparado, para pôr imediatamente em prática, um pacote de reduções, extinções e fusões de organismos públicos e também a revisão e denúncia de uma “mão-cheia” de PPP (parcerias público-privadas)?


Também ficamos a saber que a tão propagandeada redução da TSU está a ser complicada. Quem foi que usou, na campanha eleitoral, a implementação desta medida como meio de fazer crescer a economia?

Quem é que disse ir apresentar publicamente até final de Agosto todos os pormenores de cortes na despesa da administração pública?

E o Primeiro-Ministro?


Já está no ativo, não está?


Todos queremos acreditar que não nos querem pôr a dormir de propósito!


Silvestre Félix

HISTÓRIAS DE ESPIÕES

Donde nos terá ficado o gostinho das histórias de espiões e coisas parecidas? Herdamos isto de quem?


Ou não será hereditário?


O que é certo e não há forma de se desmentir é que, todos os anos, temos a nossa novela de escutas telefónicas, ouvidos disfarçados atrás dos cortinados, noites mal dormidas debaixo da cama para ouvir o que se passa por cima, disfarces com cabelos e barbas postiças e ouvidos bem apurados, tudo o que possa servir para uma espionagem eficaz.

Mesmo que o trabalhinho seja bem feito, há sempre “uma comadre” que se zanga e, por via disso, dá com a língua nos dentes.


Aí, grandes parangonas nos jornais e, no mesmo dia, faz-se fila interminável de “inteligentes” e “honestos” (palavras prestes a desaparecer dos nossos dicionários, porque já não têm explicação) que batem incessantemente com a mão direita no peito jurando pura inocência de qualquer “pecadito” que alguém venha a inventar.

O Zé – de manguito feito como manda o figurino – olha para estas “figuras” com o desprezo que merecem.


O pior, é que o “desprezo” não paga contas nem compra pão e vamos levando “com eles” cada vez que ligamos a televisão, ligamos o rádio ou olhamos para as primeiras páginas dos jornais.

Que sina!


Silvestre Félix

ÁGUAS DE PORTUGAL

Dos “anéis” que estamos vendedores, quase todos estratégicos para mantermos alguma soberania económica, o das “Águas de Portugal” é o que mais me custa engolir.


Qualquer uma das empresas em questão, pode, dum momento para o outro, deixar de ser nacional com a consequente mudança do centro de decisão para um outro local no mundo. Na maior parte dos casos, em qualquer altura, outro capital português, pode iniciar a construção de organização similar à TAP, à PT, EDP, etc., etc., ou seja, a concorrência pode funcionar. O mesmo não pode acontecer em relação às “Águas de Portugal”. O objeto de exploração – a ÁGUA, está fisicamente no território nacional.


A água é um bem essencial à vida que, a não ser invertida a tendência, vai diminuir em quantidade disponível nas próximas décadas. É irresponsável e condenável que a “nossa ÁGUA” faça parte da negociata com a Troika.


Sem que seja necessário pôr em causa o acordo, a privatização das “Águas de Portugal” deve ser travada e anulada. Não será com o remanescente desta venda que vamos salvar o País. Os portugueses de brandos costumes, devem defender a “nossa ÁGUA” usando todas as formas ao nosso alcance como já aconteceu noutros países onde a mesma questão esteve em debate.


Silvestre Félix

ANNA HAZARE – O HERÓI!

Anna Hazare, que a nós parece nome de mulher, é o mais recente “Herói-Homem” da maior democracia do mundo.
Este ativista social indiano, de 74 anos, terminou ontem uma greve de fome que durou 12 dias. Com o seu protesto conquistou a opinião pública do País a favor da aprovação, por parte do Governo, duma Lei anti-corrupção que inclua o cargo de um provedor por cada Estado. Este provedor, não só estará à disposição da população como fiscalizará a aplicação da Lei. O Governo estava contra esta proposta mas, perante a ação de Anna Hazare e o apoio popular que teve, foi obrigado a ceder. Com esse compromisso do Governo, Hazare pôs fim à greve de fome e foi aclamado pela população como Herói.


É uma lição de Democracia e muitos se lembraram do grande Mahatma Gandhi, fundador da moderna Índia, que chegou a usar a mesma arma – a greve de fome, perante o poder imperial Britânico.


Estamos num tempo em que o povo, munido da razão, tem conseguido “milagres”. É bom que os poderes instituídos tenham em conta esta realidade quando se esquecem da sua nobre missão – governar em nome do povo.


Silvestre Félix

E O CAPITAL? PAGA?

Cavaco Silva disse estar surpreendido com as propostas de criar um imposto para os mais ricos e que, em vez disso, se devia recuperar o imposto sobre heranças e doações.
O Presidente da República continua a estar melhor calado do que a falar.
Diz ele que quem herda não contribuiu para a herança. Como é que pode afirmar isto por regra e duma forma tão linear?


Não seria o imposto das fortunas, em si, que resolveria o problema do País mas, que o capital devia ser mais tributado, considerando o nível de sacrifício às costas do português comum, ninguém já tem dúvidas.


Silvestre Félix

PASSOS COELHO VAI À EUROPA!

As edições online desta tarde anunciam périplo (ou ronda) de Passos Coelho pela Europa durante a próxima semana. Pelo jeito do título, calcula-se uma ida a vários países em missão bilateral complementada, como é normal, com a vertente comunitária.
Continuamos a ler a notícia e percebemos então que o nosso Primeiro-Ministro, à exceção da nossa vizinha Espanha, a tal ronda ou périplo se resume a uma visitinha a Angela Merkel e a Nicolas Sarkozy, titulares do diretório europeu e seus parceiros no PPE.
Já agora, e porque estamos em tempos de austeridade e os dois do “eixo” estão sempre juntos, o nosso Primeiro poderia ter feito coincidir a “tal ronda” num desses momentos e assim poupava uma deslocação.
A ironia, neste caso, não é penalizante para Pedro Passos Coelho porque, bem faz ele. «Para que há de falar com os “santos” se pode ir diretamente aos “deuses”?» Acho que faz muito bem mas, os outros dois, é que se portam muito mal.


Ainda esta semana, o antigo Chanceler da Alemanha Helmut Kohl, voltou a criticar a política de Angela Merkel para a moeda única e Europa.

Esta senhora, na maior parte das vezes acompanhada pelo seu inseparável Sarkozy, está a cavar a sepultura daquela Europa solidária que Helmut Kohl queria.

Silvestre Félix

“GOLDEN SHARE” FOI-SE!

Mais uma “Golden Share” eliminada.
O Estado português deixou de ter qualquer poder na EDP. Este setor estratégico nacional está agora à mercê do desregulado poder do dinheiro.
Os alemães e franceses estão à espreita e podem muito bem vir por aí abaixo à “babuja” da privatização que eles próprios, na sua pele de diretório, criaram.
Oxalá os brasileiros da “Eletrobras” se antecipem e dêem sentido à “economia da Lusofonia”. Tem tudo a ver, até porque a EDP tem grande implantação no Brasil.


E assim se estão a ir os anéis…vamos ver até quando conseguimos aguentar os dedos…


Silvestre Félix

ONDE É QUE ESTÁ…O PS?

Baptista-Bastos, conhecido também por “BB” ou por “Onde é que estavas no 25 de Abril?”, na sua crónica no Diário de Notícias de hoje, pergunta “onde é que está António José Seguro?”.


De facto, que é feito do PS e do seu líder?

Na verdade não foi só ele que desapareceu, este “lindo mês de Agosto”, mesmo cinzento, levou muitos políticos para “fora de portas”. Portas aqui não tem nada a ver com o Ministro, quero dizer mesmo portas de entrar e sair.
No que respeita ao PS, deve considerar-se a “véspera” do Congresso que, feita a escolha do Secretário-Geral em diretas, muito pouco deve ter para dar mas, tem importância suficiente para deixar o partido meio parado. O debate interno vai ser fundamental para o PS conseguir encontrar o caminho certo para se afirmar opositor do Governo e, ao mesmo tempo, não contestar o acordo com a Troika que, antes, negociou e assinou.
Precisamos de um PS forte e determinado para que o País possa ultrapassar os obstáculos que ainda aí vêm, mesmo que seja com o atual Governo. Quanto mais assertiva for a sua oposição, mais eficaz será a ação governamental. Um bom trabalho do Partido Socialista tenderá a refrear a tentação neoliberal de alguns setores agora em São Bento. É bom para os portugueses que se procure o equilíbrio e a concertação.


Silvestre Félix

O APOCALIPSE DOS TRABALHADORES De Valter Hugo Mãe

Valter Hugo Mãe publicou o seu primeiro romance em 2004 e, dois anos depois, com (sem maiúsculas, como ele escreve) “o remorso de Baltazar serapião”, ganhou o Prémio José Saramago. O que acabei agora de ler e que foi a minha estreia na obra do autor é de “chorar por mais” que, aliás, o vou fazer quando o orçamento o permitir.
“o apocalipse dos trabalhadores” percorre as vidas e os sentimentos de duas mulheres-a-dias e acompanha o drama dos imigrantes do Leste. Cruza estas duas vertentes do mundo laboral mais sofrido e associa-lhe as carências afetivas que tantas vezes ignoramos porque pouco olhamos com olhos de ver.
A ação do romance decorre em Bragança e, também aí, Valter Hugo opta por não dar protagonismo às grandes cidades ao mesmo tempo que destaca a região mais afastada do litoral urbano.
Escreve os romances só com minúsculas e não utiliza outros sinais de pontuação que não sejam vírgulas e pontos.
Valter Hugo Mãe, nasceu em Angola no ano de 1971, é licenciado em direito e vive em Vila do Conde. É vocalista do grupo “Governo” e também se dedica às artes plásticas. Tem uma crónica no Jornal de Letras.
A 1ª edição foi em 2008 e esta, que é a 4ª, é da Objectiva em Março de 2011.


(Gravura: Capa do Livro digitalizada)


Silvestre Félix

LÍBIA E O CORONEL

O mundo está em mudança e rapidamente.
O coronel da Líbia, que ainda há menos de um ano se pavoneava por todo o lado onde fosse com as não sei quantas esposas e amazonas, armando a tenda nas praças mais emblemáticas em casa País visitado, está a esta hora nas “lonas”, se é que ainda tem “lonas”.
A outros já aconteceu o mesmo e ainda mais virão com idêntico “fado”. O povo pode descansar mas não dorme sempre. E, neste caso, tem mau acordar e não perdoa.
Tudo isto se passa tão perto da desenvolvida (?) Europa onde os ultraliberais no poder não vêem mais nada a não ser cifrões a “curto prazo”.


Silvestre Félix

SOMÁLIA E A FOME!

Enquanto boa parte do mundo “rico” gasta o tempo nas subidas e descidas das bolsas, dos juros de dívida, das subidas do preço do ouro, se deve ou não transacionar mais uns milhões de barris de petróleo, na viabilização de mais um fundo (sem fundo) de investimento, da transferência de mais uns milhões para as Ilhas Caimão ou outro novo offshore da moda…enquanto isto, a humanidade deixa morrer à fome milhares e milhares de somalis e outros na região do chamado “Corno de África”.
Todos os líderes políticos do mundo e principalmente os que reúnem no “G20” e “G8”, que se chamam a si próprios ricos, são responsáveis pelo que está a acontecer naquela região.


Era bom que pela fartura sentissem os mesmos efeitos da fome.
Há muito se diz: A abastança faz fastio!


Silvestre Félix

INSÓNIAS DOS TITULARES!

Este Agosto cinzento que corre pelos dias fora e há de ter trinta e um dias como já teve Julho e disso são testemunhas os nozinhos entre as costas das minhas mãos e os dedos, vai condicionando o espírito e a disposição de toda a gente que ouve, vê, fala e pensa na crise que nos caiu em cima.
O Sol é energia nem sempre controlada mas, Agosto sem Sol, é qualquer coisa que não se explica em manual escolar normal nem sequer nas Novas Oportunidades que este Governo disse ir reavaliar como parece querer fazer a tudo. O português comum, aquele que leva com as medidas de austeridade em cima, não entende como é que, até o Sol de Agosto, único que lhe resta, está contra ele.
O português que aperta o cinto, que também tem obrigações de família e que de Agosto também já só levava o Sol porque é das poucas coisas que os do poder ainda não descobriram como cobrar imposto ou taxa especial e porque férias é coisa para deputados e outros titulares de altos cargos do Estado, está quase convencido que o querem tramar.


Há por aí muito “titular” com insónias… Pois claro!
Há muito que se diz: “A consciência tranquila é o melhor remédio contra a insónia

Silvestre Félix

A SAÚDE E A CEGUEIRA DOS CORTES!

Quando oiço dizer que vão cotar xis por cento aqui, xis por cento ali, ou vão gastar menos xis milhões de euros aqui e menos xis milhões ali, todos os pêlos se me arrepiam.
Agora, os ministros, ministra, secretários e secretárias de estado, funcionários governamentais e todos os outros que lhes devem obediência, são portadores, de noite e de dia, no ativo ou em férias, da grande ferramenta chamada tesoura. Nas suas visitas oficiais e semi-oficiais, quando descobrem qualquer ponta a mais, sem outras delongas, apontam a afiada tesoura e, com gesto bem determinado, cortam uma boa parte da “
saliência”.


Os anunciados cortes na saúde, assustam qualquer um. Sabe-se da necessidade de aplicar rigor neste setor. É dos que mais derrapam nos orçamentos e não é sustentável que se mantenha essa tendência.
Por outro lado, a área da saúde não pode ser mais uma parcela no orçamento e, a solução não pode ser na base de: Se gasta muito, vai de corte. Não pode ser assim. A “parcela” representa pessoas que, ainda por cima, estão fragilizadas porque estão doentes. Toda a economia, neste tempo de ultra-liberalismo instalado, está desumanizada mas, pelo menos na saúde, as pessoas têm de estar em primeiro lugar.
Cortar nos desperdícios, fomentar a produção nacional dos mais variados consumíveis nos hospitais e outros serviços de saúde em vez de se importar e, em vez de cortar nos recursos humanos, antes, motivá-los para alcançarem objetivos de consenso.

Temos obrigação de curar os doentes, não de lhes arranjar mais doenças…

Silvestre Félix

AGOSTINHO DA SILVA

Do livro “Ir à Índia sem abandonar Portugal, considerações e outros textos” que reproduz textos e pensamentos ditos pelo grande Agostinho da Silva em 1987, publicado pela Assírio & Alvim em Maio de 1984 e a propósito da atual crise no hemisfério norte, extraí o seguinte:


«Milagre seria que Portugal tivesse escapado incólume de todos os graves, profundos acontecimentos que durante os séculos XXI e XXII, tanto mudaram a face da ecúmena. No hemisfério norte, o desabamento económico, social e político de todos os países de alta industrialização, desde os japoneses no extremo leste até os americanos na ponta ocidental, fez que o País sofresse as repercussões de toda a parte de rumo da Europa, justificando os que sempre tinham estado contra a chamada integração no igualmente chamado Mercado Comum…»


Só alguém com a sabedoria desde grande português que era Agostinho da Silva, conseguia antever o que havia de acontecer 24 ou 25 anos depois.


Silvestre Félix

TGV LISBOA-MADRID

Tudo o que os partidos portugueses dizem ou prometem na oposição, ultrapassa o “prazo de validade” quando sobem ao poder. O que antes, na oposição, era um tremendo erro, na cadeira do poder pode não ser bem assim.
Afinal a linha TGV Lisboa-Madrid já não é imediatamente suspensa?
O que mudou desde Maio até agora para merecer a pena reavaliar o assunto e, eventualmente, relançada a linha?
Quando é que estes políticos aprendem a não dizer “desta água não beberei”.
Tanta “porrada” deram no anterior Governo por causa deste projeto e agora?


Telhados de vidro”, é o que todos têm!


Silvestre Félix

PRIVATIZAÇÃO DA RTP?

A privatização da RTP ou, pelo menos, de um canal, foi assumida por esta liderança do PSD desde o seu início e na campanha para as legislativas de 5 de Junho.
Ganhas as eleições, o PSD defrontou-se com as habituais contradições e cobranças de clientelas. Com poder no partido, há quem não tenha interesse na existência de mais um canal privado e, aparentemente, este lobby teve força suficiente para fazer “engonhar” o objetivo inicial – a privatização de facto.
Então, o ministro da tutela deu a conhecer a intenção da criação dum “grupo de trabalho” para definir o “serviço público”, abrangendo as empresas de comunicação estatais – a RTP, RDP, Lusa e ANP.
Apanhando a boleia do PSD em campanha, da necessidade de envolvimento da sociedade civil (independentes dos partidos) nas instituições, a ponto de criar o lamentável episódio do primeiro candidato a Presidente da Assembleia da República, até se percebia que este “grupo de trabalho” fosse composto por pessoas que representassem a abrangência da nossa sociedade.
Pois bem, depois de conhecidos os nomes dessa “comissão”, podemos concluir que o Governo optou por entregar a responsabilidade de definir uma conceção tão subjetiva, a cidadãos (pelo menos os mais conhecidos) com muitos méritos para as audiências que os escolhem, mas que, de independentes na verdadeira aceção da palavra, nada têm, antes pelo contrário, e, ainda por cima, alguns têm protagonizado situações polémicas envolvendo setores respeitáveis da sociedade portuguesa.
Se a intenção é validar a definição que vier a ser criada só para durar a governação afeta à coligação, tudo bem. Sim, porque com esta composição, conservadora e retrógrada do mais que há, é praticamente certo que o resultado não irá agradar a nenhum partido da oposição nem a largas camadas de outros portugueses progressistas e independentes e, por isso, quando daqui a uns anos estiver em São Bento um Primeiro-Ministro que não seja do PSD nem do CDS, lá voltamos nós à primeira forma, aliás, como vem sendo costume.


A composição dos governos muda mas os métodos mantêm-se!


Silvestre Félix

MÍTICO “PONTAL”!

Foi o Primeiro-Ministro e, ou, o Presidente do PSD?
Ou será que foram os dois?
Pedro Passos Coelho foi à Quarteira cumprir calendário e muito bem. A mais não é obrigado e já muito mérito tem, por ter recuperado a presença do líder do PSD na mítica “Festa do Pontal”. Mas para dizer tão pouco não é preciso criar-se falsa expectativa. Basta estar presente!
Passos Coelho e alguns dos seus companheiros, embora tenham prometido resistir, lá vão falando do passado e das malditas heranças, mesmo que despropositadamente em discursos oficiais como o fez o Ministro da Defesa. Esquecem-se que, para além da dívida, alguns dos nossos graves problemas estruturais que provocaram mais de uma década de fraco crescimento económico, têm o selo “laranja”. A começar pela errada aplicação dos fundos provenientes da CEE na pré-adesão e pós-adesão, o abate da nossa Marinha Mercante e frota pesqueira, o abandono da indústria leve e pesada o incentivo ao abandono da agricultura, etc., etc. Alguns dos responsáveis por essas decisões, agora, se calhar, assobiam para o lado e estão ao lado deste Governo.
Nem todos os portugueses são culpados da situação em que nos encontramos e muitos menos os que agora são os mais visados com as medidas de austeridade. Ao contrário do que muitos nos querem fazer crer, duma forma geral somos empreendedores e trabalhadores. Foi a nossa classe política (arco do poder – PS, PSD e CDS) que, por incompetência, negligência ou cedendo às clientelas, governou mal, pelo menos nos últimos 25 anos. Ninguém pode cuspir para o ar sem correr o risco do cuspo lhe cair em cima. Nada do que aqui escrevi branqueia o desastre da última metade da governação de José Sócrates.


Portanto, quando falarem do passado sejam justos e verdadeiros.


Silvestre Félix

SOBERANIA E AS NOSSAS FORÇAS ARMADAS

A propósito das notícias que dão conta do Exército ter incorporado mil jovens para “praças”, alegadamente sem autorização do Governo, que evidentemente eu não acredito tenha acontecido assim, dei comigo a aceitar a minha própria contradição.
Na verdade, numa perspetiva de União Europeia, até algum tempo, achava que não se justificava manter as Forças Armadas com este grau de operacionalidade. Eliminado o perigo de invasão militar do nosso território e com a previsível tendência de integração europeia no âmbito da NATO ou fora, o caminho certo seria reformular todo o aparelho militar a uma dimensão residual.


O que “ontem” era verdade, hoje é mentira!


O ponto em que a União (só já tem o nome) Europeia se encontra é de prelúdio de desagregação. Num dia qualquer destes, acordamos com a União(?) esfrangalhada com, cada um para seu lado. Os egoísmos dos mais poderosos acabaram com o projeto sonhado e implementado pelos sofredores de sucessivas guerras entre vizinhos. Pelo meio, usando ferramentas ao serviço do neoliberal e desenfreado capitalismo, vão pondo os mais fracos de joelhos que, obrigados, lhes servem as soberanias de bandeja.
Por isto e por muito mais, as Forças Armadas Portuguesas devem manter-se operacionais, mesmo que num quadro de forte austeridade. Há muita despesa que pode e ser eliminada, os lóbis controlados, as altas patentes engajadas num projeto viável mas, agora mais do que nunca, é imprescindível que as Forças Armadas Portuguesas tenham capacidade para garantirem serem o último reduto da soberania nacional.


Silvestre Félix

A CULTURA E O PODER…

Todos sabemos, e já há muito tempo, que a definição de “serviço público de televisão”, é o que se quiser, ou melhor, é o que o Governo que estiver na “cadeira” precisa para justificar a sua política em relação à RTP.
Até se podia pensar que desta vez ia ser diferente mas, conhecendo-se a liderança do tal “Grupo” que vai criar a “definição do SPT” ou vai “definir o conceito de serviço público”, está tudo dito.
A propósito de indefinição de “serviço público de televisão”, que tem a ver com a completa falta de sensibilidade dos nossos Órgãos de Poder para a importância que a cultura tem para a afirmação de Portugal no mundo, diz Inês Pedrosa em entrevista ao DN – «lamenta que não exista atenção por parte dos primeiros-ministros para a área da cultura.» Diz ainda a Diretora da Casa Fernando Pessoa que «é inaceitável que o poeta português seja mais conhecido no Brasil, onde até é recitado por taxitas, do que no seu próprio país


A ausência na orgânica deste Governo dum Ministério da Cultura é sinal bastante significativo do que vale o nosso “código genético” para os mandantes deste tempo.


Silvestre Félix

A MONTANHA PARIU UM RATO... OUTRA VEZ!

Ontem online e hoje em papel, alguns títulos, davam como certo que o Ministro das Finanças ia anunciar na conferência de imprensa das 9h00, os esperados “cortes brutais” na despesa pública do Estado.


Toda a gente está, há muito, na expectativa!


Para quem considerava estas medidas tão fáceis de implementar ainda antes e durante a campanha eleitoral, está a demorar o seu anúncio. Será que, chegados ao Governo, os atuais responsáveis concluíram que afinal a coisa não era assim tão fácil ou que aquilo que havia a cortar já estava a ser feito pelos anteriores governantes?
As novidades continuam a ser pela receita e hoje não fugiu à regra – aumento da taxa do IVA de 6% para 23% na electricidade e gás natural. Coisa pouca (?) para quem tem rendimentos altos, e coisa complicada que se reflete no aperto de mais um furo no cinto dos, do costume.


Hoje, nota muito negativa para o Governo!


Silvestre Félix

TIRO NO PÉ?

Na expectativa de aumento da taxa intermédia do IVA para compensar (?) a anunciada redução da Taxa Social Única (TSU), a indústria da restauração está em pânico.
A imagem de restaurantes cheios à hora de almoço, “já era”. O desemprego e a crise em geral provocou cortes nos orçamentos familiares com acentuada incidência na alimentação em casa e, principalmente, fora.


Não é fácil tomar decisões e este Governo ainda tem de provar tudo. Tem, em cima, parte considerável do histórico negativo da nossa classe política.
Esta questão da TSU/IVA pode muito bem vir a ser “um tiro no pé” e, se o for, o buraco é muito grande.


Silvestre Félix

MINISTÉRIO DA ECONOMIA

Por muito mérito que tenham as reduções de pessoal e meios no novo Ministério da Economia, não chega para resolver o problema da economia de Portugal.
Este Ministro Álvaro, que chegou do Canadá com um selo de “estrela” da equipa, ainda nada fez nem disse, para além de denúncia, e bem, dos meios e motoristas, e secretárias, e seguranças, e porteiros, e sei lá mais o quê, que os anteriores tinham ao seu serviço.


Senhor Ministro Álvaro, comece a falar da Economia do País e dê conhecimento dos seus planos para Portugal dar a volta por cima, é isso que nós queremos.

Silvestre Félix

PS: Já me esquecia e injusto é coisa que não quero ser, o Ministro Álvaro, ainda antes o ser, já se batia pela redução da TSU e são muitas as dúvidas sobre a eficácia da medida no aumento de competitividade das empresas portuguesas.





QUE SE SALVEM OS MELROS!

A inclusão do “Melro” na lista das aves que podem ser caçadas é um atentado, não só contra a ave em si, mas também contra a natureza. As organizações de caçadores não concordam com a medida e não há notícia que algum cidadão português dê o seu apoio à decisão dos órgãos de poder, exceção, é claro, para quem teve a infeliz ideia e para quem assinou a Lei.
A Ministra da Agricultura, confrontada com a situação que herdou, ainda tem muito tempo até Novembro para anular esta barbaridade, permitindo assim que possamos continuar a admirar os lindos casais de “Melros” nos nossos jardins.


(Foto: Wikipédia)


Silvestre Félix

DESINTEGRAÇÃO?

Hoje, é perfeitamente pacífico, mesmo entre os apoiantes do anterior Governo, que temos a nossa parte de responsabilidade na atual crise. No entanto, e considerando também o que está a acontecer nos últimos dias no resto da Europa e nos USA, não foram os portugueses que a inventaram e seria perfeitamente possível acontecer o mesmo com qualquer outro Governo diferente e doutra cor partidária.
É imprevisível o futuro e o tombo de hoje nas bolsas, o confirmam. No que respeita à União(?) Europeia, com este modelo e com estes dirigentes, a desintegração, a acontecer, não será surpresa.
Vamos valorizar o que é nosso, voltar a olhar para o Atlântico e para toda a Lusofonia, porque é aí que nos sentimos bem. Da Europa, ficamos igualmente bem com os nossos “iguais” e vizinhos espanhóis e pouco mais.


A “Jangada de Pedra” tem cada vez mais sentido.


Silvestre Félix

RATING DOS USA E OS MERCADOS (?)

Na sequência do corte no rating da dívida Norte Americana, os “carolas” mundiais até interromperam as férias para acertarem a estratégia de combate à esperada hecatombe bolsista de amanhã e aos ataques cerrados dos mercados devidamente orientados pelos “inteligentes” agiotas e detentores de quase todo o capital universal.
Podemos estar à beira da maior recessão de que há memória.
Entretanto, por cá, ensaiam-se fins-de-semana prolongados e, no que respeita a Deputados, aí vão duas semanitas a banhos!


Silvestre Félix

O 112 E OS 14 SEGUNDOS…

Mas qual é o problema de alguém do grupo parlamentar do PSD ter ligado ao “112” para aferir o tempo de atendimento?
O problema é que, mesmo embrulhados nesta crise, continuamos a constatar a existência de organismos do Estado que se acham acima de qualquer crítica e que não admitem estarem ao serviço dos cidadãos, a quem têm que prestar contas, sejam eles Deputados ou varredores.
Justificam-se os críticos desta ação parlamentar que “as chamadas falsas para o 112 constituem um ilícito e eventualmente um crime”. Só que a chamada não resultou no estabelecimento de nenhum contacto e, em qualquer dos casos, é abusivo e despropositado, confundir isto com uma chamada falsa com as características que nós conhecemos.
Não estamos em tempo de mesquinhice e de criar “bolhas” onde elas não existem.
Se isto tivesse acontecido há três ou quatro meses e se o GP fosse o do PS, eu escreveria a mesma coisa.


Silvestre Félix

ESTAR POBRE!

A propósito do “Programa de Emergência Social” que o Governo se propõe realizar, nestes últimos dias, nalguns “fóruns” radiofónicos e “redondas” televisivas, pelas palavras altamente qualificadas (?) de comentadores, politólogos, pivôs, jornalistas, etc., etc., tenho notado e registado vezes demais o termo “POBRE” associado ao verbo «SER» sempre na terceira pessoa do singular ou plural.


São sinais preocupantes!


Esta conformidade, que a muitos convém, deve ser combatida até à exaustão.
A condição “POBRE” não é – SER!
O que está a acontecer na nossa sociedade é que muitas das nossas famílias – ESTÃO POBRES!


ESTÃO agora porque foram vítimas da crise em que nos meteram.
Este “Programa de Emergência Social” está a criar as normais expectativas e todos esperamos que seja digno do nome que lhe puseram.


Silvestre Félix

PORTAGEM NO IC 19?

A notícia que correu hoje sobre a cobrança de portagem no IC 19 pode não ser brincadeira nenhuma. Pela maneira fria e seca com que algumas das medidas de austeridade têm sido anunciadas, não me admira que se esteja a testar alguma coisa.
É verdade que as Estradas de Portugal já desmentiram qualquer previsão de implementação da dita cobrança mas, como não costuma “haver fumo sem fogo”…
Cuidado!
É que uma decisão destas, provocaria uma guerra com muitas baixas e, a haver um vencedor, podia muito bem não ser o Governo.


Silvestre Félix

NOS USA E CÁ NA EUROPA…

Lá, nos USA, tal como cá pela Europa, as bolsas continuam a afundar porque é esse o caminho traçado pelos “mercados” especuladores.
O “papel”, imprimido quando os bancos centrais muito bem entendem, deve estar a ser usado para outros fins que não os para que foi destinado ou, alguns, o vão escondendo debaixo de modernos colchões feitos com materiais ultra-resistentes a que outros chamam, “offshore”.


Afinal como é?
Onde é que se meteu o “papel”, se cada imprimem mais?


O que eles querem é transformar-nos em escravos do século XXI. O discurso do “inteligente”, sempre ao serviço do “polvo”, começa a ser tão radical que o “”, de tão má que a situação se vai tornando, já admite como boa a ideia que, «do mal o menos».
O “papel” é igual em todo o mundo. Os que o têm no “colchão”, movimentam-no conforme lhes convêm. Nesta fase, o capital multiplica-se muito mais nos chamados “emergentes” do que na Europa ou nos USA. Quanto ganha um operário duma multinacional a operar num qualquer país emergente ou ainda pré-emergente? Que benefícios sociais tem garantidos?
Dadas as respostas a estas perguntas, facilmente se percebe porque continuam as deslocalizações de múltiplas indústrias e até serviços, deixando, atrás de si, um rasto alarmante de desemprego.

Como é que se acaba com isto?


Silvestre Félix

OS LÍDERES DO CENTRÃO!

António José Seguro foi recebido hoje em São Bento pelo Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho.
Não consigo vê-los como adversários porque em tudo me parecem iguais.
Nesta altura, e mesmo sem ainda ter começado o “campeonato”, não sei se é bom se mau.


Silvestre Félix

PORQUE NÃO SE CALAM?

PORQUE NÃO SE CALAM? São praticamente os mesmos, que há menos de dois meses, bradavam “aos céus” por medidas mais restritivas, fortes e ...