“Eu, o infante D. Henrique, regedor e governador da Ordem de Cavalaria de Nosso Senhor Jesus Cristo, duque de Viseu e senhor da Covilhã, faço saber aos que esta carta virem que, esguardando como ao cabo de Sagres vinham e vêm muitas carracas, naus galés e outros navios pousar por não acharem tempo de viagem…”
Este texto é o início da carta, de responsabilidade do Infante D. Henrique, feita menos de dois meses antes da sua morte, dando conhecimento da fundação da Vila do Infante, em Sagres.
O Infante D. Henrique, de Sagres, ou o Navegador, morreu a 13 de Novembro de 1460, fez hoje 550 anos. Filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, era o terceiro infante da “Ínclita Geração” depois de D. Duarte e de D. Pedro. Foi o grande obreiro das descobertas portuguesas. Instalou-se entre Sagres e Lagos, no Algarve, e daí organizava e comandava a saída das Naus pela costa africana, primeiro para o Mediterrâneo e depois para sul pela costa ocidental, e também para o mar largo na descoberta do Porto Santo e da Madeira em 1418 com João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira e a colonização dos Açores em 1445 com Gonçalo Velho Cabral. Quando morre, em 1460, as caravelas Lusas, na costa africana, já tinham chegado à entrada do Golfo da Guiné, para ocidente com Diogo Gomes perto da Terra Nova em 1542 e, pelo mesmo navegador e António da Nola, exatamente em 1460, à Ilha de Santiago em Cabo Verde.
A designação de ”Ínclita Geração”, aparece nos “Lusíadas” de Luís de Camões, assim:
“Não consentiu a morte tantos anos / Que de Herói tão ditoso se lograsse / Portugal, mas os coros soberanos / Do Céu supremo quis que povoasse. / Mas para defensão dos Lusitanos / Deixou, quem o levou quem governasse, / E aumentasse a terra mais que dantes, / Ínclita geração, altos Infantes.”
A cidade de Lagos lembrou, com festividades, o Infante D. Henrique neste aniversário da sua morte.
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