JOVENS PORTUGUESES


Os nossos governantes são os melhores especialistas no botar inconvenientes discursos fora do País.

Em vez de criar condições de emprego e alguma esperança no futuro em Portugal, o Governo, pela voz do Secretário de Estado da Juventude e Desportos num seminário realizado em São Paulo, defendeu a opção da emigração dos jovens portugueses.

Tratando-se de um membro do Governo, não nos restam dúvidas em acreditar que os objetivos do poder instalado para amenizar as estatísticas do desemprego passam pela emigração dos nossos jovens.

Com governantes deste “calibre”, o destino traçado está! Novos portugueses nos quatro cantos do Mundo!

Que venham os poetas e escrevam – “sem armas e sem assinalarem os barões” – sobre os emigrantes do século XXI para que dos “fracos reze a história.” 

Silvestre Félix

PONTES E TOLERÂNCIAS DE PONTO


Já foi duro termos que ouvir a Chanceler ou “Chancelarina”, como lhe chama o líder do PS, afirmar que os portugueses têm férias e feriados demais, quando, depois das continhas todas feitas, se chegou à conclusão não ser verdade e, ao invés, os alemães, por exemplo, descansam muito mais do que nós. É claro que isto não tem nada a ver com produtividade. É outra coisa e não depende da quantidade de horas ou dias que se trabalha. Foi duro mas, reposta a coisa no sítio certo, nunca mais se falou do assunto.

Ora bem, a notícia não deve ter corrido no outro lado do mundo, lá para a costa ocidental do Canadá. Na verdade, quase a mesma coisa – «os portugueses têm demasiadas férias e isso tem de acabar» – foi dito por um Ministro português ontem no Parlamento. O homem, que chegou a Portugal apelidado de “estrela” (pode ser, mas falta-lhe a luz) tem protagonizado dos momentos mais hilariantes quando bota palavra.

Ontem, na Comissão de Trabalho, foi falar aos Deputados de férias, feriados, pontes e tolerâncias de ponto. Ao contrário do que aconteceu com o ameaço de apresentação do “Plano de reestruturação dos transportes”, levava o trabalho de casa em condições aceitáveis, contados os dias a mais e a menos, tudo bem feito e assim, deixando a economia para as calendas, se perderam mais umas boas horas de produção.

Silvestre Félix

ALGUNS PORTUGUESES…


Quando algumas vozes insuspeitas (??) declaram, sem vergonha, que os portugueses têm vivido acima das suas possibilidades, dá vontade de os mandar verem-se ao espelho.

Não foram “os portugueses”, quando muito, foram “alguns” portugueses que, no poder, aplicaram políticas governativas que, como agora se vê, não deram bom resultado. De certo tudo foi feito com boas intenções mas é preciso ter cuidado quando querem distribuir culpas pelos 10 milhões de cidadãos nacionais.

Todos nos lembramos como até há bem pouco tempo os bancos nos bombardeavam com oferta de créditos a torto e direita. Usando revolucionárias técnicas de “marketing”, os vendedores ao serviço da banca nacional e estrangeira, durante décadas, impingiram aos portugueses todo o tipo de produtos cobertos por créditos que, ao tempo, eram de regularização pacífica.

Quebrados todos os pressupostos rendimentos que, em consequência da crise e desemprego que o mesmo capital criou, os, antes digníssimos clientes, viram inconvenientes incumpridores quando não mesmo, horrendos caloteiros.   

Como é que, “altos dignitários da nação”, afirmam, sem se engasgarem e num tom repreensivo, que os portugueses vão ter de se habituar a uma nova vida porque têm andado a viver acima das suas possibilidades?

Dobradas reformas e subvenções vitalícias toleradas e aprovadas pelos “próprios”, têm conservado o bem-estar material da elite de “alguns portugueses”, que, por coincidência, são os que nos têm governado nos últimos trinta anos.

Silvestre Félix

TUDO ESTÁ ERRADO!


Confirmando a apetência hipócrita para deitar areia aos olhos dos portugueses, uma catrefada de políticos e afins, correram a tudo o que é microfone e escrita para se pendurarem nas afirmações “cavaqueiras” dos últimos dias, a propósito da proposta do Orçamento de Estado.

 A “equidade” evocada por Cavaco Silva não o eleva a defensor oficioso dos funcionários públicos como alguns agora querem fazer querer. Há um ano, também contestou o corte salarial imposto à função pública pelo Governo de Sócrates por ser só aos funcionários públicos. Já relativamente à taxa especial que engolirá parte do subsídio de Natal deste ano, como, para além dos funcionários públicos, abrange o resto do pessoal privado, achou muito bem e referiu-se à medida diversas vezes em tom muito elogioso para o Governo.

Bem podem os da oposição limpar bem as mãos pela (…) que disseram, porque o que tinha mobilizado Cavaco Silva para um apoio inequívoco a este Orçamento, teria sido a abrangência do corte dos subsídios também aos privados. 

Já lá vai o tempo em que os funcionários do Estado eram os “parentes pobres da nação”. A função pública, com todo o direito, atingiu níveis se segurança de emprego e de compensação em geral, em muito pouca percentagem igualadas ou ultrapassadas no setor privado. Mesmo assim, neste tempo, a quase totalidade dos desempregados registados não consta que sejam funcionários públicos e, também pelo que se vai sabendo, numa parte considerável das empresas privadas há muito que deixaram de ser “letra” os “contratos coletivos de trabalho” e, pelo menos há dois anos, têm sido feitos muitos acordos de empresa com reduções de salários e subsídios em troca da manutenção dos postos de trabalho.

Tudo está errado!

Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão!”

Merkel e Sarkozy mandam nisto tudo! Até se dão ao luxo de marcarem e desmarcarem cimeiras…   

Silvestre Félix

MANTO DE MENTIRA!


A sociedade portuguesa está envolta num manto de mentira que, a uma velocidade inacreditável, vai deprimindo os cidadãos tornando-os peões de um jogo sem regras conhecidas.

Todos os dias saltam para a ribalta vários arautos que se afirmam como sendo os únicos verdadeiros e, alguns, até se arrojam a apresentarem-se como possíveis salvadores da Pátria. Principalmente estes, que botam discurso para qualquer microfone que lhes ponham à frente, sabem, melhor que ninguém, que fazem parte desta grande farsa.

A “escravidão” moderna vai alastrando, dando sentido aos desígnios do “grande capital– Dominar tudo e todos através dos seus compridos e poderosos tentáculos!

No nosso País estamos todos meio anestesiados e a única coisa que se sente é que estamos a caminho do abismo. Só conhecemos más notícias. Os inteligentes – economistas, políticos, politólogos ou comentadores – não têm competência para nos dar as menos más notícias e, muito menos, alguma luzinha ao fundo do túnel.

A nossa vida transformou-se num conto “contado” em números e percentagens. Até poderia ser divertido, mas não é. Aqui, a matemática está viciada – Só se aprende a subtrair!     

A sociedade portuguesa está envolta num manto de mentira!

Silvestre Félix

LEITE ACHOCOLATADO…A PRETO E BRANCO!


O protagonismo repetente do “leite achocolatado” neste filme a preto e branco porque a troika não autorizou a cores, começa a provocar “embolias” em tudo o que são canudos e vasos que transportam o sustento da crise que está a pôr os portugueses a “pão e água”. Mesmo assim, vai ser difícil saber o que nos vai acontecer quando as “Águas de Portugal” forem privatizadas e quando o pão duplicar ou triplicar de preço.

Imagino que o “leite achocolatado”, pelo abusivo envolvimento na história, se indignará e, porque não está para aturar mais isto, imigrará para bem longe, de preferência para sítio sossegado e onde ainda não tenha sido inventado o IVA. O mal utilizado “leite achocolatado”, saboreado pela palavra por “gustativas” de tão duvidosa sabedoria, não permitirá que eles continuem a usar o seu nobre sabor e relevante vitamínico, para atingirem tão degradantes objetivos.

Ontem, no meio dos Himalaias, enquanto na ponta desta “Jangada de Pedra” “onde a terra acaba e o mar começa”, se decidia o destino do “leite achocolatado”, sem que o interessado fosse “tido nem achado”, o Reino do Butão festejava o casamento do seu jovem Rei com uma bela Plebeia de 21 anos, conforme noticia hoje o Diário de Notícias. O Reino do Butão ainda está a salvo de muitas universais maldades – a televisão só chegou lá em 1999. As cores que dominaram a cerimónia foram as consideradas auspiciosas e que transbordam simbolismo.

No Reino do Butão a festa durou até às tantas e não se falou de IVA, IRS, TSU nem de “leite achocolatado”.          

Silvestre Félix

O DIRETÓRIO…


O vendaval continua por cá e por essa Europa fora… As indecisões, ou melhor, as não decisões, estão a virar tudo do avesso. O capital e os seus capangas especuladores tomaram conta das economias, dos Países e dos seus políticos.

Olho neste momento para os indicadores bolsistas em direto e vejo tudo a vermelho incluindo os índices do outro lado do Atlântico. Por cá, encafuados no Conselho de Ministros, os Membros do Governo tentam fechar o orçamento a todo o custo. “Cortar” e “reduzir” são as formas verbais mais utilizadas nestes últimos dias e, cada vez que são aplicadas nas parcelas do documento, traduzem-se em “marteladas” certeiras na cabeça do “Zé” português.

Fico de boca aberta quando verifico que, por cá, o discurso de alguns está a mudar. A imposição dum diretório a dois na União (??) Europeia não aconteceu só agora, vem funcionando, pelo menos, há três anos.

Todos se subalternizaram ao “casal maravilha” e aí está o resultado.

Silvestre Félix

ENQUANTO SALAZAR DORMIA… De Domingos Amaral


Enquanto Salazar Dormia…” – não se fez muita coisa que ele não soubesse. O ditador tinha, por sua conta, muitos olhos e ouvidos que não deixavam que se passasse nada sem que ele viesse a saber – obra de Domingos Amaral, publicado a primeira vez em 2006, retrata bem o que era Portugal e, muito particularmente, Lisboa, durante a Segunda Guerra Mundial. À Capital portuguesa chegam refugiados aos milhares. A cidade transforma-se, dum momento para o outro, no porto seguro de Judeus, homens de dinheiro, atores e atrizes e, especialmente, os espiões mais valiosos dos países beligerantes. De todos, a maioria passava por Lisboa que servia de ponto de trânsito para viagens mais longas, quase sempre para o outro lado do Atlântico. Os espiões vieram e ficaram. O livro de Domingos Amaral trata exatamente destes, dos espiões.

Salazar, para garantir que se sairia bem, independentemente de quem ganhasse a guerra, tolerou estes ativos, mas, a dada altura pôs, descaradamente, a PVDE a trabalhar para os serviços secretos alemães. Mesmo assim, quando confrontado com os protestos ingleses, teve sempre que ceder.

A narrativa é entusiasmante e muito bem entrançada entre os interesses da espionagem e dos amores e desamores do herói da história que, 50 anos depois e já muito velho regressa a Lisboa para assistir ao casamento do neto, ouvinte predileto das suas aventuras.

Domingos Freitas do Amaral nasceu em 1967 na cidade de Lisboa, é escritor, jornalista e diretor da revista GQ.

“Enquanto Salazar Dormia…” foi publicado pela “Casa das Letras” em 2006 e em 1ª edição da BIS (bolso) em Julho de 2010.

(Gravura: Capa do Livro do site do autor)
Silvestre Félix

A CULTURA!


Tudo se vai resumindo à força do dinheiro. Quando não se autosustenta, ou seja, quando não dá lucro, é inviável ou, se já existe, extingue-se, funde-se, integra-se ou utiliza-se outras expressões que vão dar ao mesmo.

Não há mais nada para além da dívida e da redução do deficit, mesmo que isso represente o caminho para o desastre.

Há palavras, expressões ou frases que, alguns, se pudessem, apagavam dos nossos dicionários. A mais flagrante – A CULTURA!

Não consigo entender como, duma penada, querem pôr os nossos museus a dar lucro como se fossem balcões a venderem sumos naturais ou farturas quentinhas e bastante óleo da fritura.

A nossa sociedade e os nossos valores estão completamente submetidos ao poder do capital que nunca olha a meios para atingir os seus fins. O “polvo” está a despojar-nos de tudo o que, embora devagarinho, nos aproximava dum povo culto. É tudo o que eles não querem. Quanto menos cultura, mais fácil é para levarem a deles avante.

Será que a cobrança de entradas nos museus aos Domingos vai resolver o problema da dívida?

Silvestre Félix

QUAL É FUTURO?


Em vez dos discursos e entrevistas catastrofistas do Presidente da República, do Primeiro-Ministro e de alguns dos seus ministros, para quando – como muito bem pergunta Pedro Marques Lopes na sua crónica do Diário de Notícias – um pouco de esperança? É tempo do Governo começar a explicar melhor porque é que nos está a pôr a “pão e água”. As medidas de austeridade estão a surgir avulso e de todos os lados mas sem qualquer ligação entre si que não seja a Troika ou a conjuntura internacional, contrariando, aliás, tudo o que diziam antes das eleições.

Cavaco Silva continua a dizer que «temos de trabalhar mais e melhor». Mas quem é que tem de pôr o País a «trabalhar mais e melhor»? São os que trabalham, o cidadão comum? Claro que não! Hão de ser os empresários, os que têm a responsabilidade da gestão das empresas, da economia e, em última análise, os políticos com responsabilidades governativas em todos os patamares – Central, regional e autárquico.  

O Governo não pode esticar muito mais a corda. É bom que comece a dizer que caminho vamos percorrer. Temos o direito de escolher percorrê-lo, ou não.  

Silvestre Félix

COMISSÃO DE ECONOMIA


O que ontem assistimos diretamente da Comissão de Economia da Assembleia da República, foi um triste espetáculo. Não havia documento para distribuir e depois, a meio, o Ministro tirou da pasta uma bonita capa mas, distribuído, acabou por ser um “estudo prévio” ou coisa parecida. Foi um momento de diversão e, ao mesmo tempo, enervante, pela ligeireza com que vimos coisas importantes serem tratadas.

Em meia dúzia de minutos, o Ministro, com o apoio de alguns quadros com números projetados, apresentou o esboço do “Plano Estratégico de Transportes”. O que mais me impressiona nisto tudo é a frieza com que se fala de decisões que, mesmo indiscutíveis, mexem com a vida duma boa parte de portugueses e no pior sentido.     

Silvestre Félix

O VÍCIO DO LAMENTO!


São poucos os dias e as ocasiões em que a generalidade das pessoas consegue definir com exatidão, a fronteira que separa o essencial do supérfluo e o bom do mau no que respeita à rotina do dia-a-dia.

É normal que ocupemos o tempo e a energia com coisas sem importância para o nosso crescimento como seres humanos. Ao invés, é raro valorizarmos a tranquilidade de “espírito” e a oportunidade de oferecer um gesto solidário sem receber nada em troca.

Mesmo em tempos difíceis do ponto de vista material, com mais e mais amigos e outros que conhecemos, a ficarem mal, mesmo assim…continuamos a não olhar de frente para o essencial e, em vez disso, voltamos a olhar de frente mas é para o espelho.

Quantas baboseiras vemos e ouvimos quando ligamos a televisão? São tantas e com tamanha rapidez que nem sequer conseguimos dar vazão. Esta sociedade caminha para um buraco sem fundo…que, para conseguir curvatura e inverter a tendência, muita coisa tem de mudar.

A maioria das pessoas carrega um saco bem cheio de lamentos e queixas! Em grande parte dos casos, seria até mais prático transportar um “muro de lamentações” em miniatura, para que o queixume fosse rápido e eficaz no resultado. 

Cada vez se torna mais difícil ouvir as queixas e os lamentos “de nada”!

Devia haver um mecanismo que, quando no “cidadão comum”, se soltasse a necessidade de produzir mais um banal “queixume”, aparecesse um ecrã mostrando verdadeiros sofrimentos e desgraças, para que, pela reflexão e força da razão, o gesto e o sentimento egoísta, que o cidadão estava preste a soltar, fosse simplesmente eliminado.

É claro que me refiro às questões “comezinhas” com que nos envolvemos todos os dias.

Há muitas queixas, talvez mais na onda do protesto que, podemos e devemos utilizar relativamente a uma enorme lista de atropelos de que os portugueses estão a ser vítimas.

Silvestre Félix

NÃO HÁ PACIÊNCIA!


Já não há paciência para os “passados” avisos de Cavaco Silva!

Não há discurso ou entrevista ou conversa ou assim-assim, que não venha de lá a habitual lengalenga – “Eu avisei…eu chamei à atenção…eu disse…eu alertei…eu…eu…”.

Pensará, que assim, todos se esquecerão das suas responsabilidades nas opções que direcionaram a sociedade portuguesa para o atoleiro em que se encontra.

Continua a referir-se aos ”portugueses”como se a culpa da situação não seja, em exclusivo, dos políticos. Classe de que ele, Cavaco Silva, faz parte.

Já não há paciência!

Silvestre Félix

A FÚRIA DAS VINHAS - De Francisco Moita Flores


Mais do que a história ficcionada de parte da emocionante vida de Antónia Adelaide Ferreira, atravessada pela tragédia da destruição das vinhas do Douro através da praga da filoxera, “A Fúria das Vinhas”, espelha com singular sabedoria as contradições e fragilidades vividas no nosso País no epílogo da monarquia.

Francisco Moita Flores, autor de qualidade comprovada, já teve uma versão adaptada desta história transmitida em série televisiva com o título de “Ferreirinha”, nome pelo qual era conhecida na Região e no País, D. Antónia.

O Autor narra duma forma arrebatadora as vivências das gentes daquela parcela importante de Portugal numa altura em que, parecido com os tempos atuais, dependíamos do estrangeiro para sobreviver e que, ao mesmo tempo, os que trabalhavam, como acontecia com a “Ferreirinha”, tinham que aturar os desmandos e as incúrias dos que detinham o poder político.

Fazendo jus à sua herança profissional, Francisco Moita Flores, entrelaça nas vitórias e derrotas da vida de D. Antónia, Vespúcio Ortigão, detetive e protegido da “Ferreirinha”, que persegue um assassino em série pelos carreiros e azinhagas do medo das crenças e superstições, comuns naquela época. Pelas aventuras e desventuras de Vespúcio, o autor transmite-nos quanto os portugueses pré-republicanos temiam a Deus e ao diabo e como a “santa (??) inquisição” ainda moldava a mente dos nossos antepassados de há 125 ou 130 anos.

Francisco Moita Flores, conhecido de todos os portugueses, é hoje Presidente da Câmara Municipal de Santarém e autor de várias obras em livro e televisão.

1º edição “Casa das Letras” em 2007 e 1ª edição BIS (bolso) da Leya, SA. Esta, edição bastante económica que adquiri.

Silvestre Félix

“LENHA NA FOGUEIRA”


A principal chamada de primeira página do Diário de Notícias de hoje, que mistura a notícia e foto da manifestação de ontem com o título em primeiro plano: “PSP e secretas à espera dos maiores tumultos desde o tempo do PREC” é, a todos os níveis, despropositada e roça a provocação para toda a gente que trabalha, para o movimento sindical e, particularmente, para a Intersindical e seus dirigentes.

Meter no mesmo saco as manifestações que coincidiram com as comemorações do 41º aniversário da Intersindical e a prevenção natural que as forças de segurança têm de fazer para a manutenção da ordem pública, é de muito mau gosto, é tendencioso e altamente desprestigiante para um jornal de referência como é o Diário de Notícias que, por acaso, é o único que leio em papel.

Todos sabemos que, por um lado, há quem queira que a sociedade portuguesa caminhe exatamente para um “registo” da violência e tumultos e, por outro, quem pretenda colar tudo o que seja legítimo protesto e outras ações de rua pacíficas, a uma ideia de força revoltosa a ser combatida sem tréguas pelas “forças da ordem”.

Para que nenhum destes objetivos extremos sejam atingidos, é bom que não se deite “lenha na fogueira”. Eu quero continuar a ser leitor do Diário de Notícias.

Silvestre Félix

PORQUE NÃO SE CALAM?

PORQUE NÃO SE CALAM? São praticamente os mesmos, que há menos de dois meses, bradavam “aos céus” por medidas mais restritivas, fortes e ...