Anti - democracia net de Wilson Ferrer |
A uns dois ou três metros de
distância, no meio do asfalto, outra bicha ombro-a-ombro de policias fardados e
armados e, na cuidada, importante e minuciosa tarefa de apalpação das, ou dos interpelados,
outros autoritários, atendendo à maneira bruta como se dirigiam e mexiam nos
estudantes, que achamos, eu e outras pessoas que disfarçadamente e a alguma
distância observávamos, serem diligentes agentes da PIDE que, para justificarem
a patriótica ação, levariam com algemas para a António Maria Cardoso, dois ou
três das, ou dos apalpados.
Também naquela primavera
marcelista disfarçada, se dizia, oficialmente, que as forças policiais atuavam
para garantir a segurança dos cidadãos e da ditosa pátria, de perigosos e
subversivos criminosos e terroristas.
Naquele dia, como noutros da primavera de 1969 e seu rescaldo, tinha sido mais uma manifestação estudantil revindicando direitos básicos e democratização do ensino superior com a existência e funcionamento das associações académicas.
Num destes dias, na atualidade
estranha da segunda década do século XXI, também vi, em imagens televisivas e
fotos transmitidas pelas televisões e redes sociais, uma bicha enorme de
cidadãos, na generalidade contribuintes, da mesma forma encostados e de mãos
espalmadas na parede e a serem apalpados e revistados por polícias à civil,
enquanto outros, fardados e armados, perfilados estavam a dois ou três metros
da parede, igualzinho como faziam há cinquenta e cinco de tempo em anos
contados.
Também levaram presos dois ou
três, não sei se daqueles encostados à parede ou doutro sítio, e os argumentos
de segurança dos cidadãos (quais?) e do País, são os mesmos.
Evidentemente que as semelhanças nos
argumentos justificativos e na ação, é mera coincidência. Não me passaria outra
coisa pela cabeça, mas que me preocupa, preocupa!
S. Brandão Félix
27 dezembro de 2024
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