NÃO FOI POR
ESQUECIMENTO
Após 25 de novembro de 1975, a
força do MFA estava unida em volta do “Grupo dos Nove” materializada com
importantes intervenções de Ernesto Melo Antunes, Vasco Lourenço, Costa Gomes e
outros. Estas posições públicas foram determinantes para calarem o
aventureirismo de alguma extrema-esquerda e encostarem à parede os da extrema-direita
fascizante que viram naquele dia a oportunidade de regressarem ao antigamente e
voltarem a encarcerarem os comunistas e afins, nas prisões da Pide.
Reorientados os caminhos para a
consolidação da democracia, sem ressentimentos, com algumas feridas, mas
devidamente tratadas, sem vencidos nem vencedores e com um consenso político-militar
alargado, ultrapassou-se a última grande provação do tortuoso percurso do PREC.
Até que, passados 49 anos, uma
maioria de “iluminados” deputados da XVI Legislatura da República, em que a
média de idades é de 48 anos e meio, ou seja, grande parte ainda não tinham
nascido quando o 25 de novembro aconteceu, puxados por uma extrema-direita
trauliteira e populista, decidem abrir uma ferida há muito fechada e aprovam a
realização duma sessão solene na AR, semelhante à do 25 de Abril, para
comemorar aquela data.
Lamento, como decerto lamentam
muitos portugueses, que deputados da nossa República, estejam a protagonizar
tamanha afronta ao 25 Abril, aos Capitães de Abril e à Democracia.
Volta a justificar-se que se
grite com toda a força,
25 DE ABRIL, SEMPRE!
S. Brandão Félix
24 novembro de 2024
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