Não vi em direto a entrevista a Cavaco Silva e, às 11h da noite, quando
dei conta da gravíssima falha, (??) fiquei preocupadíssimo! Tinha perdido (???) uma
oportunidade única de assistir à “magistratura
ativa” em ação.
Logo me recompus. Os canais de
notícias tinham assunto p’ra noite e estavam todos a falar da mesma coisa: A
entrevista do professor. Como é hábito, o que disse à Judite de Sousa, não atrasou nem adiantou e as opiniões dos comentadores,
variam entre os que são seus apoiantes e os que não são.
Hoje, nos jornais e nas rádios, o
assunto foi ocupando a manhã informativa e, de tudo o que fui vendo e ouvindo,
incluindo alguns resumos da entrevista, destaco três coisas:
- Há 2 ou 3 anos, a mesma pessoa e no mesmo cargo, assustou os
portugueses com o anúncio duma comunicação ao País com tal formalidade e “intenção” grave, que todos começamos a
pôr a imaginação a trabalhar para tentar adivinhar que desgraça tinha acontecido.
– “A montanha pariu um rato.” – Cavaco Silva, diretamente do Palácio de Belém, comunicou-nos que não
concordava com uma cláusula ou duas (mera
questão administrativa) do proposto “Estatuto
Autonómico dos Açores”.
Neste ano de 2011, descobriu-se
que o Governo PSD da Madeira tinha
ocultado (não orçamentada e não escriturada
de propósito) durante vários anos uma elevada dívida. Este facto (grave, como tem sido classificado pela
generalidade dos intervenientes) tem merecido, da parte da mesma pessoa e
no mesmo cargo, quase nada! As poucas referências que tem feito ao “buraco da Madeira”, têm sido
condescendentes e contraditórias com a propagandeada “magistratura ativa”.
- Disse que vai convocar o Conselho
de Estado para ouvir os conselheiros sobre a “incidência da situação política, económica e financeira” em Portugal. Para quê? Que problemas concretos
é que já alguma vez foram resolvidos neste Órgão
de Soberania?
- O Órgão de que é titular Cavaco
Silva, precisava, nesta fase da vida portuguesa, de transmitir confiança
aos portugueses. Na presença de constantes contradições dos políticos
executivos, no Governo ou na
oposição, era, mais do nunca importante, uma postura verdadeiramente
independente que, falando verdade, fizesse a diferença e em quem pudéssemos acreditar.
Silvestre Félix