ISALTINO DE MORAIS


Prende, solta e amanhã, o que acontecerá?

Que Juiz ou Juíza estará de serviço?

Dá para perceber que, independentemente do homem, no final, cumprir ou não prisão, ontem, foi cometido um erro grosseiro pelo Juiz ou Juíza que mandou prender o Presidente da Câmara Municipal de Oeiras.

Tudo isto ilustra bem como está a Justiça no nosso País e qual o grau de (in)competência de alguns dos seus intervenientes.

Silvestre Félix

CAVACO SILVA E AS ENTREVISTAS!


 Não vi em direto a entrevista a Cavaco Silva e, às 11h da noite, quando dei conta da gravíssima falha, (??)  fiquei preocupadíssimo! Tinha perdido (???)  uma oportunidade única de assistir à “magistratura ativa” em ação.

Logo me recompus. Os canais de notícias tinham assunto p’ra noite e estavam todos a falar da mesma coisa: A entrevista do professor. Como é hábito, o que disse à Judite de Sousa, não atrasou nem adiantou e as opiniões dos comentadores, variam entre os que são seus apoiantes e os que não são.

Hoje, nos jornais e nas rádios, o assunto foi ocupando a manhã informativa e, de tudo o que fui vendo e ouvindo, incluindo alguns resumos da entrevista, destaco três coisas:

- Há 2 ou 3 anos, a mesma pessoa e no mesmo cargo, assustou os portugueses com o anúncio duma comunicação ao País com tal formalidade e “intenção” grave, que todos começamos a pôr a imaginação a trabalhar para tentar adivinhar que desgraça tinha acontecido. – “A montanha pariu um rato.” – Cavaco Silva, diretamente do Palácio de Belém, comunicou-nos que não concordava com uma cláusula ou duas (mera questão administrativa) do proposto “Estatuto Autonómico dos Açores”. 

Neste ano de 2011, descobriu-se que o Governo PSD da Madeira tinha ocultado (não orçamentada e não escriturada de propósito) durante vários anos uma elevada dívida. Este facto (grave, como tem sido classificado pela generalidade dos intervenientes) tem merecido, da parte da mesma pessoa e no mesmo cargo, quase nada! As poucas referências que tem feito ao “buraco da Madeira”, têm sido condescendentes e contraditórias com a propagandeada “magistratura ativa”.  

- Disse que vai convocar o Conselho de Estado para ouvir os conselheiros sobre a “incidência da situação política, económica e financeira” em Portugal. Para quê? Que problemas concretos é que já alguma vez foram resolvidos neste Órgão de Soberania?

- O Órgão de que é titular Cavaco Silva, precisava, nesta fase da vida portuguesa, de transmitir confiança aos portugueses. Na presença de constantes contradições dos políticos executivos, no Governo ou na oposição, era, mais do nunca importante, uma postura verdadeiramente independente que, falando verdade, fizesse a diferença e em quem pudéssemos acreditar.  

Silvestre Félix

DIREITO À INDIGNAÇÃO!


Há pouco ouvi, um daqueles habituais analistas que nos entram pela casa dentro, dizer, mais ou menos; «que a sociedade portuguesa já interiorizou como normal que os partidos prometam tudo e mais alguma coisa nas campanhas eleitorais e, chegados ao poder, façam exatamente o contrário» (???).

Como é que se deita pela boca fora tamanha asneira?

É de facto verdade que a maioria dos dirigentes partidários mentem neste sentido (e noutros) e, por isso, deviam ser penalizados pelos portugueses. Mas dizer que se aceita a “vigarice” como normal, já é demais.

Os cidadãos têm direito à indignação e não à conformidade!

Silvestre Félix

S.O.S. ANGOLA - De Rita Garcia


Não há muito tempo que se aborda a questão da descolonização duma forma aberta, sem tabus. Independentemente das opções terem sido as melhores ou piores, adequadas ou desadequadas, em proporção ou desproporcionadas, foram as que foram e passaram à história.

Neste mês de Setembro, apareceu nos escaparates mais um livro sobre esta temática de Rita Garcia que, começou na escrita, pela via do jornalismo em 2000. O livro “S.O.S. Angola – Os dias da ponte aérea” tem timbrado essa vertente da profissão da autora. É um excelente trabalho e os testemunhos relatados ilustram uma dura realidade que atingiu muitos milhares de compatriotas. 

Já antes, noutros escritos, tenho reconhecido quanto é importante para a minha geração “beber” e sentir o outro lado da descolonização. Eu, militar em 1975, também fui dos milhares que gritaram nas ruas de Lisboa: “Nem mais um soldado p’ras Colónias!”; “nem mais um soldado p’ra Guerra!”; Nem mais um soldado p’ra Angola!”, numa altura em que, do outro lado, lá nas Colónias, os civis portugueses, muitos nascidos já em África, ficaram sozinhos com a história contra eles e, a única alternativa, em desespero, foi conseguirem lugar nas centenas de voos com destino a Lisboa deixando tudo para trás na maior parte dos casos e viajando só com a roupa que tinham vestida.

A autora destaca o trabalho de alguns portugueses que, contra tudo e todos, conseguiram pôr a “ponte aérea” a funcionar e, assim, transportar desde Angola até Lisboa em menos de dois meses, cerca de 200 mil pessoas. Nunca antes tinha acontecido uma coisa assim. Ao todo, durante cerca de seis meses, chegaram a Portugal, vindos de todas as (ainda) Colónias, cerca de 600 mil portugueses que, com alguma carga pejorativa, ficaram conhecidos por “Retornados”.

Rita Garcia nasceu em Lisboa em 1979, jornalista desde 2000 com vários prémios nessa área e repórter da “Sábado” desde 2005.

É uma edição da “Oficina do Livro” com a 1ª neste Setembro de 2011.

Silvestre Félix

(Gravura: Capa do livro do site da editora)

MULHERES SAUDITAS!


Nesta Segunda-Feira, a digerir mais declarações completamente “descabeladas” da Chanceler Alemã e com as bolsas, já perto do fecho, a meterem mais “verde” do que “vermelho” nos seus indicadores, destaco, pela positiva, um acontecimento que pode ser o prenúncio de muitas mais mudanças no mundo árabe.

O Rei da Arábia Saudita anunciou, ontem, que as mulheres sauditas poderão votar e candidatar-se nas próximas eleições municipais. Neste País ultraconservador, até aqui, à mulher, não lhe são reconhecidos nenhuma espécie de direitos. Não pode fazer nada sem autorização do marido, nem conduzir.

Esta abertura, a que não será alheio o que vem acontecendo noutros países da região, é uma autêntica revolução.

Veremos os episódios seguintes.

Silvestre Félix

CATALUNHA E AS TOURADAS!


Neste mundo globalizado, onde as torneiras noticiosas jorram umas e outras, boas (poucas), más ou assim-assim, fornecendo material que, por muito que seja, nunca consegue saciar a sede dos fazedores de opinião, consegui reter no filtro que lhe apliquei, um acontecimento que, para mim, marca pela positiva estes dias que se preparam para encolherem e arrefecerem, juntando-se aos outros castigos que os inteligentes já prepararam para todos nós.

O adeus à tourada na Catalunha, embora tenha motivações políticas, não deixa de ser uma vitória para os que defendem o seu fim em toda a Espanha. Será que estamos perante o início desse fim? A ver vamos o que vai acontecer no resto do País.

Cá por mim, também não gosto de ver o animal ser repetidamente espetado como se de um alvo se tratasse. É um ser vivo que sofre e que não provocou ninguém para que o tratem tão mal assim.

Silvestre Félix

AS FOLHAS CAEM…


O Outono veio e o Verão foi!

Este caminho para o final de Setembro é feito na companhia do cair das folhas e de dias cada vez mais pequenos. É o regresso do tempo melancólico. São três ou quatro meses de cinzentismo absoluto.   

Percorro as notícias de lés a lés e não encontro nada que justifique uma ponta de entusiasmo ou alegria. Gastam os tempos de antena com todo o tipo de superficialidades que angustiam a já pouca boa vontade interpretativa que nos resta.

Temos pressa na passagem desta ponte para o rejuvenescimento da Primavera.

Silvestre Félix

LIXO TELEVISIVO!


Ainda não vi a atual grande estrela de audiências da nossa TV, mas hei-de espreitar, nem que seja só para “descobriros segredos da casa.

Bem sei que a programação das “generalistas” não dá grandes hipóteses mas, melhor que o pior “lixo”, sempre se conseguirá.

Estava crente que os portugueses já se tinham curado da euforia dos “big brother’s”, mas não, continua tudo na mesma e até os apresentadores circulam e voltam sempre aos mesmos.

Se calhar merecemos isto e tudo o mais que nos acontece… 

Silvestre Félix

NOTÍCIAS SEM CONTUDO!


Há dias, foram chamadas de primeira página de jornais, abriram os principais espaços noticiosos das televisões, destacaram-se nas notícias online, enfim, foram divulgadas e ampliadas até à exaustão, quatro palavras proferidas pelo chairman (patrão) dum dos maiores grupos de distribuição nacionais.

«Estamos falidos, resta-nos trabalhar»

Estas são as palavras cheias de conteúdo (??) que foram ditas, ouvidas e amplificadas, como se tivessem uma poção milagreira para curar todos os nossos males.

A forma como se diz: – NADA e, mesmo assim, se arrasta um batalhão de jornalistas e repórteres famintos de “qualquer coisa”, é assustador!

 Silvestre Félix

REGIONALIZAÇÃO E OS CACIQUES!


Sempre me pareceu que a Regionalização seria um bom caminho para um desenvolvimento integrado do nosso País. Com o advento da crise e a cada vez mais escassez de meios, principalmente os financeiros, a implementação duma reforma administrativa do território como há décadas se discutia, fica sem sentido.

Ainda assim, acho vantajoso, mesmo numa perspetiva economicista, descobrir e capitalizar todo o tipo de sinergias regionais, envolvendo grupos de municípios de forma a criar bolsas decisórias com poder legitimado e reforçado.  

Há muito que os portugueses conhecem o Presidente do Governo Regional da Madeira. Se dúvidas houvesse, os últimos acontecimentos e os nomes que este, nestes dias tem chamado aos portugueses do continente, aos de Lisboa e ao Estado Português, como se ele fosse doutro planeta, todos ficaríamos esclarecidos.

Claro que nem toda a gente se comporta como este senhor e sua pandilha mas, nestes tempos e congelando para mim a ideia da Regionalização, acho que não devemos correr o risco de entregar outras regiões do País a um qualquer clone do da Madeira.

Deixa-te estar sossegada Regionalização!

Silvestre Félix

ILHA TERESA De Richard Zimler

“Ilha Teresa” é realmente muito diferente do que já tinha lido de Richard Zimler. Toca com seriedade na questão do desequilíbrio comportamental nas situações de mudança de local de residência e ainda mais quando se vai de Lisboa para os arredores duma cidade como Nova York.
Os 15 anos de Teresa já são razão suficiente para, em qualquer lugar, causarem problemas próprios daquela faixa etária mas, com todas as novidades; Pessoas, escola e ensino diferentes, um amigo e colega brasileiro marginalizado pelo fato de ser homossexual e por quem se viria a apaixonar, a doença e morte do Pai e o permanente litígio com a Mãe, levam-na a tomar decisões extremas que iam causando a morte do Irmão mais novo, que ela adora.
É uma leitura interessante que fiz com gosto, como aliás acontece sempre com Richard Zimler. Não deixem de ler, é uma edição acessível no que respeita a preço e consegue levar-nos até à sociedade americana com o tempero da grande metrópole que é Nova York.
Richard Zimler nasceu em 1956 nos Estados Unidos. Em 1990 veio e ficou em Portugal na cidade do Porto e hoje tem dupla nacionalidade, portuguesa e americana.
Quem publicou o romance em Portugal foram as “Publicações Dom Quixote” neste ano de 2011 que, curiosamente, não o incluem nem publicitam no seu site.

Silvestre Félix

A MADEIRA E A JUSTIÇA!


O “patrão” da Madeira, que por acaso é Presidente do PSD e do Governo daquela Região, pelas irregularidades confessadas que praticou e pela forma como tem tratado todos os que o questionam, não devia poder continuar a ofender tudo e todos e a desculpar-se com os interesses da Madeira.

Se houvesse justiça neste País, o “patrão” já tinha ido dentro há muito tempo mas, como isso é coisa que só acontece nos anos bissextos e, mesmo assim, com alguma dose de sorte, ele e os seus comparsas da Região têm-se safado.

O “patrão” não pode continuar impune. Todos sabemos que ele ameaçará tudo e todos, a começar pelos seus correligionários nacionais mas, os mais altos dignitários, que por acaso são do mesmo partido, não podem deixar de tomar posição firme de condenação, sob pena de perderem alguma credibilidade que ainda lhes resta.

Silvestre Félix

“ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE”.

O Ministro da Saúde Paulo Macedo disse que o Governo pretende criar uma “Entidade Reguladora da Saúde”.


As “Entidades Reguladoras” existentes no nosso País, não têm “vivido” isentas de polémica e, frequentemente, são objeto de desconfiança no que respeita à necessária independência.


Se for criada mais esta ER da Saúde, vai tratar da “saúde” dos portugueses, pelo menos no que toca ao seu (da saúde) preço, disso não tenhamos dúvidas.


Silvestre Félix

OS I’S DE SEGURO!

Sou paciente e ficarei satisfeito se, daqui a uns meses, vier aqui elogiar António José Seguro porque, hoje, não há “matéria”, como eles (os políticos) gostam de dizer, suficiente para isso, antes pelo contrário. Pode ser constrangimento de “novato” (salvo seja), mas que tem de melhorar muito, lá isso tem.


Eu acho que a estreia de Seguro no Parlamento, no papel de líder do PS, foi bastante fraca. Aquela entrada de “leão”, com três dedos espetados, em que, cada um, valia um i (letra i), parecia e poderia ter sido uma boa encenação mas, quando desenrolou o texto, percebeu-se a falta de qualidade do guionista.

Um dos i’s, contestava a subida do IVA na eletricidade e gás a partir de Outubro, propondo, em alternativa, a cobrança de um imposto sobre empresas com mais de 2,5 milhões de euros de lucro. É que, esta alteração, embora não quantificada, foi (mal) negociada pelo PS com a troika para entrar em vigor a partir de Janeiro de 2012. Mas que grande “descoberta” fez Seguroem vez de aumentar em Outubro, só aumentava três meses depois, em Janeiro…e assim? Já estava bem?


Falou depois, já não me lembro se era algum i ou não, nas promessas eleitorais do PSD. Mas, dos últimos governos, qual prometeu não aumentar impostos e cumpriu? É claro que é condenável e deve ser cobrado a Passos Coelho mas Sócrates fez o mesmo e Durão Barroso o mesmo fez!


Estou a ter dificuldade (o defeito pode ser meu) em perceber boas ideias alternativas ao novo líder da oposição.


Silvestre Félix

(SÓ) 100 MILHÕES?

Sem pretender pôr em causa a “bondade” das decisões tomadas hoje em Conselho de Ministros no que respeita à redução de 38% de estruturas da Administração Central resultando daí uma poupança inicial de (SÓ) 100 milhões de euros, parece-me valor francamente curto para os níveis que todos os dias são atirados para a mesa.


Para quem há uns meses atrás, na oposição, ainda no rescaldo da apresentação do PEC IV pelo anterior Governo, discordando de algumas medidas aí propostas, anunciava como alternativa possível e imediata, cortes na Administração Central na ordem dos 1,6 ou 1,7 mil milhões de euros, as expectativas dos portugueses saem completamente frustradas.


Já sabia que fazer promessas para não cumprir, ou fazê-las só como mero exercício demagógico e ao mesmo tempo tentar convencer os incautos, é, cada vez mais, pratica corrente dos nossos políticos, no entanto, vamos desejando sempre que, de cada vez, não seja assim.


Gostava de ver os ministros, secretários de estado, chefes de gabinete, assessores, secretários dos secretários, diretores gerais, etc., etc., arrumarem os topos de gama e passarem a andar de metro ou, pelo menos, reduzirem a frota para metade e substituírem-na por carros económicos.


Vale a pena continuarmos à espera dos tão famosos cortes na estrutura do Estado?


O melhor é esperarmos sentados!

Silvestre Félix

CERTEZAS DE ONTEM - INCERTEZAS HOJE!

A propósito da prevista redução da Taxa Social Única (TSU), o Ministro da Solidariedade Social Mota Soares, garante que "está prevista a neutralidade fiscal na redução da TSU" (???) e que "estão asseguradas as verbas para a segurança social".


Perante o problema real estas afirmações não querem dizer absolutamente nada!


O que quer dizer com “neutralidade fiscal”?


Se reduzirem a TSU, as verbas que garantem a sustentabilidade do fundo para pagamento de reformas e outras parcelas da Segurança Social ficam curtas pelo que, para evitar incumprimento de compromissos assumidos, é necessário ir buscar dinheiro a outro lado.


Quando diz que “estão asseguradas as verbas”, é o mesmo que dizer que o que faltar da TSU virá, do também esperado aumento ou ajustamento do IVA.

A tão desejada (pelo FMI) redução da TSU traduz-se em muitas incertezas e todas elas assustadoras. Ao contrário, transforma-se imediatamente em duas certezas: Desestabilização financeira do fundo da Segurança Social e mais diminuição do poder de compra dos portugueses com o agravamento do IVA.


Também em relação à TSU, as certezas de Pedro Passos Coelho na campanha eleitoral, viraram incertezas depois de estar no poder.


Silvestre Félix

MERCADOS – POLVO!

Se ao grande universo de trabalhadores continuar a ser retirado poder de compra, este, vai consumindo cada vez menos, atingindo rapidamente a escassez do essencial, os retalhistas deixam de vender e, consequentemente, deixam também de comprar à distribuição que, por sua vez, deixa de encomendar ao aparelho produtivo que, deixa de produzir e de adquirir matéria-prima voltando tudo ao princípio.

Com o fim da linha e falências sucessivas, tudo pára!

O desemprego e a desgraça familiar fazem, na diagonal, todo este percurso.


No banco dos réus deveria sentar-se o detentor do capital porque: sôfrego, desregulado e ultraliberal, só tratou de acumular capital para especular onde melhor lucro encontrou para voltar a juntar mais, em tudo o que são paraísos fiscais.


Qual é a racionalidade de proporem (os mercados) empréstimos à Grécia com juros a 100%?


Como é possível que um Comissário da UE, com grandes responsabilidades comunitárias e que por acaso é Alemão, propor que, nas instâncias da UE, as bandeiras da Grécia, Portugal e Irlanda sejam colocadas a meia haste?

Pior do isso! Nem o Presidente da Comissão se desmarcou denunciando a inoportuna proposta, nem nenhum Estado ou Órgão da União(?) contestou veementemente a indigna “bacorada” do Comissário (que por acaso é) Alemão.


Os Estados e os Governos, cúmplices ou não, estão todos de joelhos e reféns do “tal polvo” que assume as mais variadas formas e designações sendo a mais conhecida: – Mercados!

Na Europa existem Estados (cúmplices) a quem a situação lhes calça que nem uma luva.


Eu acho que estamos muito perto duma desintegração europeia com consequências imprevisíveis. O que se toma como certo é que, acontecendo, a esmagadora maioria dos Estados são devedores.

Silvestre Félix

JERUSALÉM De Gonçalo M. Tavares

Preciso de ler outro livro de “Gonçalo M. Tavares” para concluir do gosto ou não da sua escrita. “Jerusalém”, que escolhi para me estrear com o autor, foi razão para a atribuição de vários prémios como por exemplo; Prémio Ler/Millenium BCP 2004, Prémio José Saramago em 2005 e Prémio Portugal Telecom de Literatura 2007 no Brasil.


Parece-me inquestionável a qualidade deste autor considerando as sucessivas críticas positivas e todo o reconhecimento internacional. O tema de “Jerusalém” não me caiu especialmente no “goto”. Manicómio, esquizofrenia, doença, morte e toda a narrativa muito à volta disto, não é o que mais me agrada.


Daí começar por dizer que preciso ler mais livros do “Gonçalo M. Tavares” e apreciar outras temáticas abordadas por ele. Quando acontecer, voltarei e espero com o gosto de o ter elegido como preferido da minha “prateleira de livros”.

Gonçalo M. Tavares nasceu em 1970 e tem já uma vasta obra publicada.

A 1ª edição foi do “Circulo dos Leitores” em 2004 e, a que li, é a 8ª edição e foi publicada pela “Caminho” em Outubro de 2010.


(Gravura: Capa do livro no site da editora)


Silvestre Félix

O RESPEITO É BONITO!

De qualquer ponto de vista, é um tremendo erro, a propósito da realização de eventuais manifestações em Portugal nos próximos tempos, que o Primeiro-Ministro se refira a esses; «que pensam que podem incendiar as ruas» ou «trazer tumulto ao País».


É uma ideia pré-concebida muito condenável para o responsável do Governo.


As manifestações em Portugal, normalmente convocadas e organizadas pelos sindicatos, têm sido exemplos de boa conduta cívica e não se podem confundir com quem «incendeia as ruas» ou «causa tumultos».


O respeito é bonito e todos gostamos…


Silvestre Félix

LULA DA SILVA, PÓS-PRESIDÊNCIA!

Lula da Silva é imbatível em carisma e simpatia. Cumprida que foi e bem, a sua função institucional, fica a sua força no papel de alta personalidade no mundo da Lusofonia.


O Ex-Presidente brasileiro continua a fazer declarações certeiras e oportunas para cada momento. Cada vez que está entre nós, extravasa em carinho e simpatia por Portugal e pelos portugueses.


Como tem afirmado nestes dias, usará a sua influência para concretizar a participação brasileira no programa de privatizações do nosso País e, por todas as formas, incrementar as relações comerciais e industriais entre Portugal e Brasil.


Silvestre Félix

“FERIDAS” PARTIDÁRIAS!

Será normal que, mesmo só com dois meses de governação, a oposição comece a desancar no Primeiro-Ministro e, duma forma geral, no Governo. Já o seria noutras circunstâncias, quanto mais neste quadro de “troikas” e baldrocas, apertos de cinto, de “albardar os tansos à vontade dos donos”, de ensinar a encabrestar e cavalgar a toda a sela por cima de tudo e todos e de dar o dito por não dito pelo menos uma vez por dia. O que já não era de se esperar é que os ataques e críticas mais certeiras chegassem dos “companheiros” do partido de Pedro Passos Coelho.


Como muito bem diz Baptista Bastos na sua crónica do Diário de Notícias de hoje;


«As quezílias deles, são entre eles. Porém, somos atingidos com uma violência inaudita.»


O rol de “dentadas” que alguns desses notáveis do PSD vêem fazendo a Pedro Passos Coelho e ao seu Governo não denunciam más políticas e muito menos sugerem as boas, pretendem infetar as “feridas” partidárias abertas desde que o atual líder foi eleito. O que move estes PSD’s despeitados, está completamente desenquadrado do quadro político geral, são questões meramente partidárias.


O interesse nacional, mais uma vez, fica para as calendas.


Silvestre Félix

O SUL COM TEMPERO!

Entre a “Fúria das Vinhas” de Francisco Moita Flores, “Enquanto Salazar Dormia” de Domingos Amaral, “Ilha Teresa” de Richard Zimler e “Jerusalém” de Gonçalo M. Tavares, vou ziguezagueando pelos caminhos que as narrativas dos diferentes autores percorrem. Nunca os tenho – os livros – no mesmo sítio, é como se; para cada hora ou para cada momento caseiro, sentisse desejo de interagir com esta ou aquela personagem ou com necessidade de desenrolar o novelo de uma das histórias.


Estes tempos, vazios de substância, precisam de ser compensados de maneira a não nos deixarmos vergar com o peso deprimente dos noticiários televisivos e parangonas dos jornais de “referência”. Todos os elementos devem entrar na dose certa para que, na altura de os calibrar – os tempos – os valores saiam mais ou menos bem.


A criação pela escrita transmite o pensamento e a imaginação de quem o faz. O leitor tem toda a liberdade de se misturar ou encarnar qualquer figurante literário: A D. Antónia na luta contra a filoxera que destruía as vinhas do Douro e o seu afilhado Vespúcio na perseguição do misterioso assassino, o Jack Gil Mascarenhas à caça dos espiões nazis que surgiam como cogumelos por todo o País, a jovem Teresa que, em Nova Iorque, perdendo o Pai se sente perdida e a esquizofrénica Mina passando pela complicada vida entre o manicómio e o grande amor da sua existência.


Os meus dias pelas Terras do Sul são enriquecidos com afago do Sol, com as batidas da maré, às vezes com o Suão que sopra e, como cereja no cimo do bolo, o sabor do peixinho que o Chico, a cada refeição, me põe na mesa. Não se pense que não acontece o inesperado, faz parte do tempero e, neste caso, tem sabor a amizade de infância e juventude. Aquele “rizotto” do Zé Barros não é para todos, é outra música…


Toda esta “riqueza”é complementada pelos capítulos de leitura e escrita que me vão ajudando a respirar as coisas boas da vida. Isto, porque das más, embora avisado, não me queixo nem me lembro.


Silvestre Félix

A SAÚDE E O CADERNO DE CONTAS…

A propósito seja do que for, um governante com a responsabilidade do ministério que mais tem a ver com a vida dos portugueses, o da saúde, não pode, em circunstância nenhuma, dizer o que disse sobre os transplantes, respondendo a uma pergunta da jornalista Judite de Sousa.


Com envolvência nos transplantes, temos dos melhores profissionais e legislação adequada resultando daí uma rara eficiência e alta produtividade a nível mundial. Pois bem, quando procuramos esta excelência nas mais variadas atividades, adquirido como essencial para a nossa recuperação económica, único desígnio nacional na agenda destes poderes, vem um técnico ministro afirmar que, por via dos cortes: “se calhar não podemos fazer tantos transplantes”. O senhor ministro não procurou toda a informação – um doente renal, por exemplo, com um ano de distância, custa muito mais ao SNS viver de hemodiálise do que ser transplantado e a mesma coisa acontece com outros órgãos, embora com distâncias diferentes.


Para além de sermos dos melhores do mundo nisto, o que se faz?


Deixa-se morrer as pessoas?


Para cortar despesas, se calhar, também era melhor fazer menos operações, menos tratamentos, enfim, ter menos doentes… É preciso reduzir despesas na saúde como o é em todo o setor público. Só que, quando se põe em causa, toda a complexa mas eficaz máquina dos transplantes e as vidas que por essa via se salvam, alguma coisa vai mal.


A matemática usada para subtrair auto-estradas ,TGV’s, aeroportos, secretários, motoristas, automóveis topo de gama, assessores, papel de fotocópia, canetas, etc., etc.,não pode ser aplicada da mesma maneira ao SNS e, particularmente, a todas as vertentes que tenham a ver com o transplante de órgãos, desde a deteção, extração, conservação, transporte via terrestre ou aérea e, finalmente, o transplante. Para garantir todo este circuito, é necessário um grande número de profissionais motivados e disponíveis, a qualquer hora do dia ou da noite.


O senhor ministro tem de começar a fazer as contas noutro caderno…


Silvestre Félix

A SELEÇÃO E OS NOVOS-RICOS!

Os mais dos “novos-ricos”, que são os futebolistas vedetas e, alguns, que até nem pareciam, mas são, continuam convencidos que, pelo facto de terem jeitinho p’rá bola e, por via disso, terem atingido uma capacidade financeira completamente inconsequente com a crise nacional e global, podem fazer aquilo que muito bem querem e que, na seleção de todos nós, têm lugares cativos com toda a sobranceria que o poder do dinheiro lhes dá.


Se não estou em erro, costumam ser convocados para cada jogo da Seleção, 22 ou 23 jogadores. Ora, se só podem estar 11 em campo, os outros 11 ou 12 ficam no banco e, ao longo do jogo, podem ou não vir a jogar. O que leva um destes 23 a julgar-se tão superior a ponto de bater com a porta quando percebe que não vai jogar de início?


A não haver outras razões, a atitude é condenável sobre todos os aspetos devendo o futebolista, nesta conformidade, ser penalizado com vigor.


Silvestre Félix

TRATEM DA NOSSA SAÚDE…

A tão conhecida expressão: “Os ricos que paguem a crise!”
Já não pega, nem com molho de tomate!


A este propósito e referindo-me aos cortes na saúde – os 5% previstos, foram revistos em alta para 11% e a parte de leão das despesas são com medicamentos – e aos valores em causa, uma parte significativa da crise pode ser aliviada com um maior rigor na utilização de medicamentos “genéricos” em vez dos de marca. Esta diligência é possível ser feita em mais ou menos metade dos medicamentos receitados por marca comercial e, como se sabe, está a acontecer a menos de 30%.

A utilização do “genérico” fica mais barata ao Estado e ao utente. Então porque continua a haver tanta resistência na tomada de medidas no sentido da poupança?


Há muitos interesses em causa mas não se podem sobrepor ao interesse coletivo. O atual Ministro da Saúde tem “crédito” suficiente para as coisas nos eixos não havendo, para já, motivos para dúvidas.

Todos queremos acreditar que a redução de 11% nas despesas da saúde, não venha a resultar num pior serviço prestado aos portugueses utentes.

Silvestre Félix

NÃO FOI POR ESQUECIMENTO

  NÃO FOI POR ESQUECIMENTO Não foi por “esquecimento” que ao longo de 49 anos, a Assembleia da República nunca reuniu solenemente para ass...