A propósito da ASAE já se disse, e vai continuar a dizer, muita coisa. Verdades, mentiras, outras assim-assim, e lá vamos nós ouvindo tudo o que é Político da oposição, comentador e simples jornalista.
Como no meio é que está a virtude, e como aí é onde é mais difícil chegar, o simples cidadão só houve os extremos, ou seja, dum lado os defensores da ASAE que se identificam com o actual Governo, do outro lado a oposição ou as próprias “vítimas” fiscalizadas.
Na minha modesta opinião, é inquestionável que era necessário a existência dum organismo com as características da ASAE, e aí o Governo andou bem. Não só pelo incremento que deu à acção fiscalizadora, mas também porque antes, esta acção, estava à responsabilidade de várias entidades, reinando por isso muita confusão nos fiscalizados e também nos fiscalizadores. Para além desta atitude organizativa, é verdade que o consumidor estava completamente desprotegido e desconfiado da qualidade e asseio dos produtos que comprava e consumia. Portanto, duma forma muito resumida, justifica-se e aplaude-se a criação da ASAE.
Depois vem o lado da aplicação das Leis aprovadas, com muito de Bruxelas à mistura, e que, nalguns casos, são muito restritivas, considerando os nossos hábitos e costumes, e por vezes completamente cegas. Na maior parte dos casos passou-se do oito para o oitenta.
Por exemplo, nas feiras até se compreende que se combata a contrafacção ou a falsificação, agora, já não consigo perceber nem aceito, que a ASAE faça a mesma coisa a tudo o que é doçaria regional/caseira, pão caseiro/saloio, chouriços, queijos, etc., como fizeram há tempos em S. Pedro e vão fazendo um pouco por esse País fora.
Que confiram o asseio e a qualidade da comida nos restaurantes, cantinas, refeitórios, pastelarias e afins, que vão às fábricas onde se faz a contrafacção, agora, que a coberto de Leis e directivas não sei donde, se ponha em causa tudo o que é Património Nacional no que respeita à nossa doçaria conventual e regional, ao nosso pão, chouriços, queijos e por aí fora. Não, isso é que não.
Relativamente à lei do tabaco, também acho que deviam ter ido mais devagar. Ir apertando o cerco ao tabaco, mas apertar também em tudo o mais que suja os nossos pulmões. Os mais ortodoxos até querem fazer querer que todos os males ficam resolvidos com a proibição do tabaco. E o resto, principalmente os escapes dos carros? A demagogia tem de ter limite.
Em conclusão, acho que se deviam aproximar os extremos, criar pontes e os consequentes consensos e, se necessário, corrigir algumas Leis usadas pela ASAE na sua acção. Nem a ASAE é comparável à PIDE, (é comparar ….. com banha de cheiro) como alguém afirmou há uns dias, nem é a salvadora da Pátria, como por vezes o Governo quer fazer querer. Como é costume, quem está no meio ….
Fevereiro de 2008