DE LÁ, VÊM SEMPRE OS BÁRBAROS


E lá do norte, nordeste, sempre vêm os bárbaros. E os do sul, sudoeste, sempre levam com eles. As invasões são cíclicas, chegam pelas piores razões, arrasam tudo o que encontram pela frente e, quando regressam à origem pelos caminhos saqueados, raramente deixam mais alguma coisa que não seja o cheiro a queimado.

A civilização sempre nos chegou do Mediterrâneo. Pelos cultos comerciantes Fenícios, os Povos da Ibéria conheceram as civilizações do Médio Oriente e da Grécia até à chegada dos evoluídos Romanos a toda a Península e com muitas dificuldades de fixação na Lusitânia porque o Viriato não era para brincadeiras nem “bom aluno”. Ainda depois, vieram os Árabes com a ciência e os seus ensinamentos que se perpetuam até hoje. Pelo “Estreito” vieram as mais-valias e o melhor que temos. Somos todos mediterrânicos, “farinha do mesmo saco”, irmãos, primos ou, pelo menos, parentes.

Dos Pirenéus para lá moram outros, “farinha doutro saco”. 

As grandes diferenças civilizacionais não podem ser ignoradas. 

É impossível misturar água com azeite.

O Mar Mediterrâneo é a nossa praceta,

o Oceano Atlântico a nossa rua, a  nossa avenida, o nosso caminho, o nosso mundo

e, a Lusofonia, a nossa essência.

Silvestre Félix

(Gravura: “Os Bárbaros” – Wilipédia)

AS FLORES QUE ERAM VERMELHAS...


Pelas avenidas, pelas ruas becos e travessas, as espingardas gritavam, continuamente, improvisadas palavras de ordem e as flores, que eram vermelhas, transbordavam de felicidade passando de mãos e mãos poisando nos canos das “getrês” e nas largas bocas das pesadas viaturas dos aderentes regimentos de cavalaria.

Os homens e mulheres só tomavam aquele rumo. A “guarda-de-honra” agora era civil e onde estivesse um “Militar-de-Abril” haviam de estar, à sua volta, dezenas, centenas ou milhares de felizes portugueses. 

«Olha, que coisa mais linda…», se dizia, do nosso País, no outro lado do Atlântico e também o Chico; «…ai esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso Portugal…». E em Abril, Portugal se tornou um mar de esperança.

Quase quarenta de tempo contado em anos a esperança esmorece e a chama está praticamente apagada.

Contudo, a primavera está e as vermelhas que são flores também ainda estão – VIVAS!!

Silvestre Félix

NÃO FOI POR ESQUECIMENTO

  NÃO FOI POR ESQUECIMENTO Não foi por “esquecimento” que ao longo de 49 anos, a Assembleia da República nunca reuniu solenemente para ass...