E lá do norte, nordeste, sempre vêm os bárbaros. E os do sul,
sudoeste, sempre levam com eles. As invasões são cíclicas, chegam pelas piores
razões, arrasam tudo o que encontram pela frente e, quando regressam à origem
pelos caminhos saqueados, raramente deixam mais alguma coisa que não seja o
cheiro a queimado.
A civilização sempre nos chegou do Mediterrâneo. Pelos cultos comerciantes Fenícios, os Povos da Ibéria conheceram as
civilizações do Médio Oriente e da Grécia até à chegada dos evoluídos Romanos a toda a Península e com muitas dificuldades de fixação na Lusitânia porque o Viriato não era para brincadeiras nem “bom aluno”. Ainda depois, vieram os Árabes com a ciência e os seus ensinamentos que se perpetuam até
hoje. Pelo “Estreito” vieram as mais-valias
e o melhor que temos. Somos todos mediterrânicos, “farinha do mesmo saco”, irmãos, primos ou, pelo menos, parentes.
Dos Pirenéus para
lá moram outros, “farinha doutro saco”.
As grandes diferenças civilizacionais não podem ser ignoradas.
É impossível
misturar água com azeite.
O Mar Mediterrâneo é a nossa praceta,
o Oceano Atlântico a nossa rua, a
nossa avenida, o nosso caminho, o nosso mundo
e, a Lusofonia, a nossa essência.
Silvestre Félix
(Gravura: “Os Bárbaros”
– Wilipédia)