LÍNGUA PORTUGUESA



A crónica da Maria José Nogueira Pinto publicada hoje no Diário de Notícias confirma, na minha opinião, que a citada personalidade não tem nada a ver com a pessoa com o mesmo nome conhecida como destacada militante do CDS/PP.

Muitas das suas intervenções televisivas, e outras tantas na imprensa escrita como é o caso, dão a conhecer uma cidadã moderna e progressista que não encaixa no conservadorismo com cheiro a naftalina daquele partido da nossa direita.

Na crónica referida, a Dra Maria José Nogueira Pinto, a propósito do acordo ortográfico, e dando como exemplo algumas expressões da sua Neta que nasceu Brasileira, diz; “Podemos olhar para todas estas coisas e ver-nos, a nós próprios, fora delas. Ou podemos ver-mos em todas elas, como num jogo de espelhos. Porque como diz Vinicius, chega de saudade. Aqui, saudade mesmo, só se for no futuro, como diz Pessoa. Ambos em Português.”, ou seja, o Português hoje não só é o que se escreve em Portugal, mas sim o Português que se fala em Timor, em Moçambique, em Angola, S. Tomé, Guiné, Cabo Verde, Brasil e em todos os cantos do mundo onde haja alguém que fale a nossa língua.
A evolução da língua deve ser a partir da fala e não da escrita.

ESQUECIMENTO



Indo eu, indo eu, a caminho das merecidas férias lá para as terras do Sul, que há coisa de cem anos atrás lhe chamavam “Reino dos Algarves” quando, no meio da conversa em família, em que até o gato metia o bedelho, se chegou à conclusão que a “placa” da net do portátil tinha ficado em casa. Bem, nem vos passa pela cabeça o que me apeteceu fazer naquela altura, principalmente ao membro da família (que não era o gato) responsável pelo esquecimento.

Chegada a família ao “Reino dos Algarves” e feitas as arrumações, depressa chegou a hora do desejado jantar de peixe na “tasca do Chico”, e entretanto já a net me parecia uma coisa daquelas perfeitamente dispensáveis, de qualquer das formas comecei a magicar como é que conseguiria dar a volta à questão, porque, para além do mais, tinha combinado um ou outro pormenor de trabalho com recurso à net.

No dia seguinte, convencido que com a velocidade a que estas coisas andam, já seria possível ir a uma loja de uma operadora e adquirir uma placa (mesmo pagando aqueles preços….), e utilizar a banda larga. Qual quê! Nada disso! Não é possível assim, só com assinatura de contrato, fidelização de pelo menos 24 meses e por aí fora, ou seja, para me resolver o problema de 15 dias, tinha que ficar agarrado 24 meses.

Embora discordando da metodologia, lá fiquei conformado com o facto de ficar sem net até ao fim das férias em terras do Sul no “Reino dos Algarves”.

Passados dois ou três dias comecei a achar que até tinha sido bom o raio da placa ter ficado em casa. É verdade, retomei a leitura de jornal de papel e dediquei-me à leitura dos livros que tinha levado comigo, conseguindo um “rendimento” como há muito não acontecia.

Sem o computador, a internet e o telemóvel, hoje, nesta floresta urbana, não se consegue viver, e eu, com idade contada em anos já para lá de meio século, utilizador destas novas tecnologias, o confirmo mas, quando é possível, sabe bem descansar e voltar ao papel.

CHOQUE PETROLÍFERO


Quando no ano passado, José Rodrigues dos Santos escrevia o seu último romance “O Sétimo Selo” que tem a ver com as alterações climáticas e o previsível esgotamento do petróleo, concerteza estaria longe de acreditar que algumas previsões feitas, estariam a concretizar-se já nesta altura, ou seja, um ano depois.

O JRS dá uma pequena entrevista à “Visão” de ontem, onde se aborda a questão. De facto a teoria desenvolvida no citado romance, de que a produção de petróleo é de facto insuficiente para a procura, e que a industria petrolífera tem escondido de propósito esta realidade, para não se apostar em energias alternativas, tem tudo para ser verdadeira, as grandes companhias têm feito tudo para que o mundo continue dependente do petróleo durante muito tempo ainda.

Eu penso que, embora seja essa a intenção, estão a dar um tiro no pé. Realmente começa a trabalhar-se com muito afinco, principalmente na Europa, em energias alternativas e renováveis. O nosso País, mesmo que para muitos Portugueses seja incrível, está, neste aspecto, na vanguarda a nível mundial. Isto é reconhecido pela generalidade dos analistas de todos os Países onde estas questões estão na ordem do dia.

Pois é, para além do êxito que temos tido com a criação, desenvolvimento e comercialização de painéis solares, estamos em velocidade de cruzeiro nos eólicos com grandes espaços para fabricação e montagem das torres e moinhos, vai arrancar a construção de dez novas barragens e, como cereja em cima do bolo, estamos envolvidos numa parceria com a “Nissan” para a construção e comercialização a partir de 2010, de um carro movido integralmente a electricidade. Vai ser um carro absolutamente parecido em tudo, a um familiar a gasolina.


A fonte energética é fornecida por bateria, e é aqui que está a ser feito o grande trabalho porque é necessário que a viatura tenha uma autonomia satisfatória. Tudo passa por uma rede eficaz de abastecimento em duas hipóteses; Substituição de bateria vazia por cheia, ou carregamento através de tomada em postos de abastecimento estrategicamente distribuídos.

É preciso fazer qualquer coisa, não se pode ficar de braços cruzados à espera que os produtores de petróleo ponham os outros países de joelhos assistindo à subida imparável do preço do barril de petróleo.

NÃO FOI POR ESQUECIMENTO

  NÃO FOI POR ESQUECIMENTO Não foi por “esquecimento” que ao longo de 49 anos, a Assembleia da República nunca reuniu solenemente para ass...