O rendimento disponível dos trabalhadores portugueses tem vindo a diminuir e, a partir de Janeiro, ainda mais e duma maneira mais acentuada.
Partindo desta dura realidade, existem contudo, três formas de sentir os “cortes” já feitos e os que ainda aí vêm, a saber:
Primeira: Naquela enorme faixa de famílias que já aufere tão pouco – muitas, abaixo do salário mínimo – que qualquer cêntimo que recebam a menos, pode significar um pão a menos na mesa, ou a falta de um medicamento indispensável à cura da doença.
Segunda: Outra faixa de famílias com rendimentos médios e encargos equilibrados que, considerando as quebras anunciadas, podem ter de prescindir ou reduzir: Na ida ao ginásio, ao instituto de beleza, ir jantar fora, passar férias no estrangeiro, lições de equitação e esgrima da(o) filha(o), trocar este ano só um carro em vez de dois, etc., etc.
Terceira: As classes abastadas ou famílias ricas, tanto lhes faz impostos baixos como altos, que não precisam alterar o seu estilo e nível de vida.
Nesta conformidade, e como todos já sabemos, não há dúvida que a crise custa muito mais a uns do que para outros. Por isso lamento, que a comunicação social duma forma geral, mas principalmente as televisões, estejam – a propósito da greve ou das medidas de austeridade – a dar voz, preferencialmente a classes profissionais do segundo nível, ou seja, com vencimentos superiores a cinco ordenados mínimos, fora os extras.
É claro que é difícil aceitar, não poder trocar o carro este ano ou não ir ao estrangeiro de férias, mas caramba, pelo menos sejam discretos.
(Foto: Manif. F. Pública 6.11.10 – DN Online)
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