As recentes afirmações de Pedro Passos Coelho, sobre responsabilidade civil e criminal, a propósito de eventuais desvios nas execuções orçamentais, têm o consciente efeito de “atirar mais uma acha para a fogueira”.
Estou a achar que PPC assumiu definitivamente, a corrida da asneirada e da teimosia com José Sócrates. Dá para perceber que vem fazendo “orelhas moucas” a tudo e a todos, incluindo a alguns antigos apoiantes.
Não entendo como é que, de vez em quando, lhe foge o tiro para os pés. Em tão pouco tempo, já foram tantos os tiros que, qualquer dia, vai ter dificuldade em manter-se em pé.
Devia ser inventado um aparelho para medir a demagogia. Se essa ferramenta existisse, PPC já estaria nos primeiros lugares. As contas do Estado são permanentemente auditadas e, se PPC não se lembra, existe uma instituição que se chama Tribunal de Contas, com poderes para responsabilizar e agir criminalmente no âmbito de todos os serviços do Estado e de outras instituições, deles dependentes, sempre que seja necessário.
Como podemos ganhar confiança numa personalidade que, depois duma primeira “abordagem” de entendimento e de defesa do interesse nacional, elogiada e classificada de muito positiva por quase todos os quadrantes da sociedade portuguesa, virou, a partir do Verão, para uma estratégia de confronto “barato” com o Governo, acabando por ficar encurralado no tabu sobre o Orçamento, provocando “resmas” de incertezas lá fora e cá dentro, materializadas no aumento dos juros da nossa dívida soberana?
Mesmo depois do Orçamento aprovado, e sabendo que até Março de 2011 o Parlamento não pode ser dissolvido, Pedro Passos Coelho continua, erradamente para a maioria dos portugueses, a alimentar uma guerrilha partidária permanente, criando um ambiente de pré-campanha eleitoral, quando, por enquanto, o que se lhe exige, é uma atitude de Estado, compatível, com quem pode estar muito perto de ser o próximo Primeiro-Ministro.
(Gravura: DN Online)
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