
Desfolhei o
livro de Laurentino e detive-me em
alguns capítulos tentando estabelecer ligações com o País de hoje, duzentos e
poucos anos depois. Quando o li pela primeira vez em 2008 parecia-me estar a
conhecer a história de um outro Portugal ou,
pelo menos, de há muitos mais séculos para trás. Mas não, tratava-se de um
Portugal tão próximo que muitos problemas subsistem até hoje. O destino do
nosso País em 1807 era ser protetorado de uma de duas potências estrangeiras – França de Napoleão ou Inglaterra. A
família real quando partiu levou tudo incluindo o tesouro. Os portugueses
ficaram sem “um tostão furado ao meio”
– literalmente na bancarrota. Era o princípio de um ciclo de miséria no nosso
País.
Neste início
do século XXI somos protetorado outra vez. Agora de uma maneira mais
sofisticada porque os “conquistadores”
não se apresentam de armadura e espada à cinta. Como há duzentos anos, também
estamos entre a “madrasta europa” e o
caminho dos oceanos. Descontando o facto dos oceanos já não nos transportarem
aos quatro cantos do império, acho eu que sempre será melhor navegarmos
ativamente no espaço da Lusofonia do que continuarmos a ser espezinhados,
humilhados e roubados.


26 de
Setembro de 2013
Silvestre Félix