O Presidente Francês, François Hollande, antes de ser eleito encheu
primeiras páginas de jornais e abriu semanas seguidas os noticiários das
televisões portuguesas. Como por magia, nós, os “portugas”, deixamos de ter direito a saber onde anda François Hollande e o que tem feito
nestes primeiros meses de Governo. Será que levou avante algumas das medidas
revolucionárias que prometeu?
Pois é, até parece que a
comunicação social portuguesa não quer que saibamos o que se passa por terras
francesas.
Já aqui tenho demonstrado a minha
indignação pelo facto de os “topo de gama”
continuarem a transportar os membros do Governo e, por aí abaixo, tudo o que é
gestor, a mulher do gestor, presidente, diretor, administrador, secretário,
etc., etc.
Há uns dias ouvimos, de fugida, notícia de que a administração do Centro Hospitalar de Guimarães, tinha
dispensado as viaturas ao seu dispor, telemóveis e outras mordomias habituais
nestes casos, provocando uma poupança anual de um milhão de euros para a
instituição. Eu até pensei que estava a ouvir mal, fui confirmar e era mesmo
verdade.
O Governo do nosso País devia aprender com CA do CH de Guimarães e fazer o mesmo.
Voltando a François Hollande, e porque em França
a comunicação social é democrática, apreciem, a seguir, alguns exemplos das
suas primeiras medidas após tomar posse. Os dados são oficiais, foram
publicados no “Le Monde” e recebia-os
por e-mail de 3 pessoas diferentes.
« - Suprimiu 100% dos carros oficiais e mandou que fossem leiloados; os
rendimentos destinam-se ao Fundo da Previdência que se destina a ser distribuído
pelas regiões com maior número de centros urbanos de subúrbios mais ruinosos.
- Tornou a enviar um documento (doze linhas) para todos os órgãos
estatais que dependem do governo central em que comunicou a abolição do
"carro da empresa" provocativa e desafiadora, quase a insultar os
altos funcionários, com frases como "se um executivo que ganha €
650.000/ano, não se pode dar ao luxo de comprar um bom carro com o seu
rendimento do trabalho, significa que é muito ambicioso, é estúpido, ou
desonesto. A nação não precisa de nenhuma dessas três figuras " […]
- Aboliu o conceito de paraíso fiscal (definido "socialmente
imoral") e emitiu um decreto presidencial que cria uma taxa de emergência
de aumento de 75% em impostos para todas as famílias, líquidas, que ganham mais
de 5 milhões de euros/ano. […]
- Reduziu em 25% o salário de todos os funcionários do governo, 32% de
todos os deputados e 40% de todos os altos funcionários públicos que ganham
mais de € 800.000 por ano. […]»
Resta acrescentar que são só 4
entre dezenas de medidas na mesma direção. As poupanças têm destinos definidos
e somam muitos milhares de milhões de euros.
Por aqui, primeiro, lixam-se os mesmos de sempre ou seja, os de menores
rendimentos… O “Zé Povinho”.
Entretanto, as verdadeiras “gorduras”
vão ficando esquecidas.
Silvestre Félix