O POVO UNIDO…


Os portugueses enquadrados na mobilização e organização da CGTP-Intersindical, vão, mais uma vez, manifestar-se amanhã em Lisboa para que o poder deste tempo não se esqueça que

«o povo jamais será vencido».

Esta nova direção da Central Sindical gosta do Terreiro do Paço mas, ao fim do dia e feitas as contas da participação, quantos manifestantes vão meter na praça que, cheia, não aguentará mais de 100 mil?

Silvestre Félix

IMPUNIDADE ??


Como é que um membro deste Governo afirma, para quem queira ouvir, «que o tempo da impunidade já acabou».

É preciso ter muita lata para dizer isto?

Se assim fosse, com as aldrabices tantas vezes repetidas, com violação de inúmeros contratos e quebra de tantos compromissos assumidos pelo Estado, já muitos deste “tempo” tinham a justiça “à perna”.

Silvestre Félix

MONA LISA REJUVENESCIDA…


Está tudo virado do avesso.

Desde a “Mona Lisa” repetida e mais jovem, o Passos que continua a bradar ao universo que a transferência de 7% do vencimento dos trabalhadores diretamente para as empresas é que estava certo e que os empresários foram medrosos e burros. Benfiquistas que cometem o pecado de chumbar as contas de 2011, sportinguistas que, passando os fins de semana, nunca sabem a ementa para segunda feira, se, com Sá Pinto ou não, a igreja portuguesa de Olivença que ganha o prémio de melhor “cantinho” espanhol, o portátil português, Magalhães, que, mal amado por este poder, continua a bater recordes de vendas no estrangeiro, os segredos sobre os planos de privatização do último banco estatal, a CGD, o… e é melhor ficar por aqui porque, se não, até eu fico do avesso.

Silvestre Félix

MORTE E ÉTICA…


Porque o Conselho, que mandou a ética às urtigas e absorveu duma forma pura os ensinamentos e orientações da troika, legitimou que se aplique a dicotomia custo-benefício, nos gastos com tratamentos de cancro, VIH/sida ou doenças reumáticas, os do poder na saúde ficam com a consciência mais leve e já podem mandar cortar à vontade nas doses e na qualidade dos medicamentos.

Como será apurado o resultado custo-benefício?

Eu acho que «a saúde não tem preço», mesmo sabendo que de números feitos euros, se transformou tudo neste nosso País.

Eles acham que «para pouca saúde, mais vale nenhuma» e, cortando nas doses e na qualidade, «“matam” dois coelhos duma cajadada».

Silvestre Félix

FUNDAÇÕES E OS DESFILES…


De corte em corte, diz o canal oficial do Governo que o das Fundações vai render 200 milhões. Que se expliquem melhor todos, porque outros dizem nunca ter recebido euros do orçamento e alguns, que receberam, mas vieram diretamente de Bruxelas. Ainda, uma ou outra, comprovadamente prestativas de grande serviço público de qualidade, classificadas por baixo e penalizadas por cima.

Enquanto isso, a passerelle para desfile dos “topo de gama” em último modelo, não deixam de passar em todas as mostras de poder…

«CEGOS, SURDOS E MUDOS, NÃO SOMOS!»

Silvestre Félix

A VER NAVIOS...


À medida que os portugueses da média para baixo, empobrecem, os da média para cima vão tendo mais marcas de luxo a instalarem-se na Avenida da Liberdade da nossa Capital.

Agora é a vez duma mundialmente famosa e rica joalharia abrir a sua loja com um investimento de 10 milhões de euros. Cliente alvo, para além do português rico, os turistas brasileiros, angolanos e chineses.

A nós, os da média para baixo, que nos deixem admirar as montras… temos muita prática de só olhar…

desde Alcácer Quibir que “estamos a ver navios”.  

Silvestre Félix

FUTEBOL E OS MARCIANOS…


- São Petersburgo, quase sempre geladinha, ganhou uma inesperada subida de temperatura com a chegada dos craques Hulk, ex-F.C.Porto, e Witsel ex-Benfica. Os jogadores russos do Zenit não estão pelos ajustes nem pelos chorudos ordenados dos já, mal-amados novos milionários e armaram grande banzé com via aberta até ao Kremlin.

As voltas (à cabeça) que o dinheiro, dá!  

- Dizia-se do tipo distraído que “está na Lua”. Nestes conturbados tempos, “Lua” já é pouco, agora, há tipos que parecem estar em Marte. O Vice-Chanceler e Ministro da Economia da Alemanha considerou ontem, em Berlim;

«exemplar para a Europa e para o mundo, a aplicação do programa de ajustamento financeiro em Portugal»

Claro que, para português, só pode estar a referir-se a um outro sítio e, porventura, em Marte

Silvestre Félix

E A CRISE CONTINUA…


Acho que as intervenções de improviso do líder da oposição são de eficácia duvidosa. Ontem, na entrevista da RTP, depois de uma semana de acumulação de erros por parte do Governo e dos respetivos partidos, AJS não aproveitou a oportunidade para transmitir credibilidade e confiança aos portugueses. Pouco mais fez do que repetir ideias e frases tantas vezes já ditas que se tornaram “lugares comuns”. Tenho muita dificuldade em entender como não se dignou gastar alguma saliva falando para os que se manifestaram na rua e em todo o País, no passado Sábado.

Entretanto, do outro lado…

As críticas à intenção de alterar a TSU ficaram, dum momento para o outro, subalternizadas às desavenças partidárias do interior do Governo. Os analistas e comentadores passaram a preferir falar, tomando partido, das declarações de Paulo Portas e especular sobre a “resposta” de Passos Coelho.

Os “inteligentes” botam discurso e a crise continua…

E assim vai o meu País!

Silvestre Félix

OS PORTUGUESES FALARAM!


Tiveram o descaramento de desafiar os portugueses…

Ora, aí têm a resposta!

Diz-se, quando estamos cativos duma situação desagradável – “Estamos entregues aos bichos!”

Neste caso, são muito piores que os ditos “bichos” mas, como o “” não dorme e sabe sempre quem não é do “bem”, ponham-se “a pau” que podem não ter tempo de fazer a mala!

Silvestre Félix

(Foto: Manif15Set2012 –O Público Online)

NEIGHBOURS De Lília Momplé


A história contemporânea de Moçambique foi escrita com muito sangue de luta pela liberdade e dignidade dum povo de incomensurável caráter. O fim da colonização portuguesa e a chegada à independência, não trouxe de imediato a tão esperada paz e o tão desejado desenvolvimento.

Lília Momplé, em “Neighbours” (palavra inglesa que significa “vizinhos”), retrata bem a conturbada vida moçambicana pós-independência. A maior ameaça vinha exatamente da “vizinha” África do Sul do apartheid que, entretanto tinha acolhido alguns colonos portugueses inconformados com a libertação moçambicana.

Lília, a partir duma fórmula simples, baseada em acontecimentos reais e com uma narrativa muito direta, conta-nos o drama humano vivido pelo povo moçambicano naqueles anos a seguir à independência.

Lília Momplé nasceu em 1935, na Ilha de Moçambique. Tem tido uma intensa atividade dentro e fora do seu País, chegou a ser membro do Conselho Executivo da UNESCO em Paris e é membro de honra da Associação dos Escritores Moçambicanos, onde já exerceu os cargos de Presidente e Secretária-Geral.

É uma edição da Porto Editora de Julho de 2012.

Silvestre Félix

(Gravura: Capa do livro do site da editora)

BAIXEZA...


Independentemente da “baixeza” que são os nossos políticos que prometem tudo e mais alguma coisa com o único propósito de levar os eleitores “à certa”, temos aqui uma clara desobediência ao Tribunal Constitucional na opinião de vários especialistas.

As críticas não são exclusivas dos afetos à oposição, também vêm da “zona” apoiante do Governo. Continua a não haver “equidade”, são só os assalariados (como é costume) que levam com a “ripa”, não se sabendo nada no que respeita às “gorduras”, à contribuição do capital, das PPP, dos lucros e, principalmente, dos grandes rendimentos individuais.

O Governo, o que fez foi; manter o corte dos dois subsídios no público e nos pensionistas e, aproveitando a desculpa do TC, sacar também um subsídio aos trabalhadores privados que vai direitinho para as tesourarias das empresas. Com o negócio ainda foi buscar mais 500 milhões do que antes.

O Governo, ontem, acabou de virar os últimos resistentes contra si. Agora nem vai mais haver neutros ou, em votações, abstenções – todos estarão contra!   

Silvestre Félix

“FALA AO PAÍS”, O PRIMEIRO…


Quando um Primeiro-Ministro “fala ao País, nunca é para dar boas notícias. Pois o que vai acontecer hoje ao princípio da noite há de ser “mais do mesmo”. Austeridade em cima de austeridade. Esta é a certeza!

Se “falasse ao País” numa praça pública, para além das habituais vaias, acabaria cheio de tomates e ovos podres a escorrer-lhe pela fatiota.

Ainda assim, esteja onde estiver e fale onde falar, terá sempre um “TOPO DE GAMA” para o levar de volta.

Silvestre Félix

TROIKADERO…


Desde a transformação do nosso País num “troikadero” que nos habituamos a fazer constantes exercícios de adivinhação para tentar perceber – o que mais nos irá acontecer.

Todos os dias, os “inteligentes”, nos dizem que o dinheiro é um bem escasso e que a crise foi provocada pelo excessivo endividamento, que a banca precisa de apoio com financiamentos diretos, etc., etc.

Então, mas não foi a banca que nos meteu dinheiro a crédito pelos bolsos dentro sem nós, muitas vezes, precisarmos?

Não foi o crédito sem limite e sem critério, anos a fio, o melhor negócio para os bancos? 
   
Não foi este sistema que originou lucros chorudos para os acionistas da banca?

Que se saiba, não houve nenhum “alto de fé” de notas de euros aqui, na Europa ou em qualquer outro sítio do mundo. As notas hão de estar em qualquer lado.

Enquanto os usurários com os cofres a abarrotar nos emprestam a 8, 9 ou 10% porque viramos “troikadero”, utilizam os seus “estados” e as instituições que controlam, para “parquear” o dinheiro inativo a juros negativos. Ou seja, o capital que devia estar a ser investido na economia para dinamizar o crescimento, está “parqueado” em alguns Países nossos parceiros (??) e nos autorizadíssimos paraísos fiscais.

Desde que existe economia global e capitalista (descobrimentos), a moeda nacional representa 2/3 da soberania de qualquer País.

Silvestre Félix

EXEMPLO DO C.H. DE GUIMARÃES


O Presidente Francês, François Hollande, antes de ser eleito encheu primeiras páginas de jornais e abriu semanas seguidas os noticiários das televisões portuguesas. Como por magia, nós, os “portugas”, deixamos de ter direito a saber onde anda François Hollande e o que tem feito nestes primeiros meses de Governo. Será que levou avante algumas das medidas revolucionárias que prometeu?

Pois é, até parece que a comunicação social portuguesa não quer que saibamos o que se passa por terras francesas.

Já aqui tenho demonstrado a minha indignação pelo facto de os “topo de gama” continuarem a transportar os membros do Governo e, por aí abaixo, tudo o que é gestor, a mulher do gestor, presidente, diretor, administrador, secretário, etc., etc.

Há uns dias ouvimos, de fugida, notícia de que a administração do Centro Hospitalar de Guimarães, tinha dispensado as viaturas ao seu dispor, telemóveis e outras mordomias habituais nestes casos, provocando uma poupança anual de um milhão de euros para a instituição. Eu até pensei que estava a ouvir mal, fui confirmar e era mesmo verdade.

O Governo do nosso País devia aprender com CA do CH de Guimarães e fazer o mesmo.

Voltando a François Hollande, e porque em França a comunicação social é democrática, apreciem, a seguir, alguns exemplos das suas primeiras medidas após tomar posse. Os dados são oficiais, foram publicados no “Le Monde” e recebia-os por e-mail de 3 pessoas diferentes.

« - Suprimiu 100% dos carros oficiais e mandou que fossem leiloados; os rendimentos destinam-se ao Fundo da Previdência que se destina a ser distribuído pelas regiões com maior número de centros urbanos de subúrbios mais ruinosos.
- Tornou a enviar um documento (doze linhas) para todos os órgãos estatais que dependem do governo central em que comunicou a abolição do "carro da empresa" provocativa e desafiadora, quase a insultar os altos funcionários, com frases como "se um executivo que ganha € 650.000/ano, não se pode dar ao luxo de comprar um bom carro com o seu rendimento do trabalho, significa que é muito ambicioso, é estúpido, ou desonesto. A nação não precisa de nenhuma dessas três figuras " […]
- Aboliu o conceito de paraíso fiscal (definido "socialmente imoral") e emitiu um decreto presidencial que cria uma taxa de emergência de aumento de 75% em impostos para todas as famílias, líquidas, que ganham mais de 5 milhões de euros/ano. […]
- Reduziu em 25% o salário de todos os funcionários do governo, 32% de todos os deputados e 40% de todos os altos funcionários públicos que ganham mais de € 800.000 por ano. […]»

Resta acrescentar que são só 4 entre dezenas de medidas na mesma direção. As poupanças têm destinos definidos e somam muitos milhares de milhões de euros. 

Por aqui, primeiro, lixam-se os mesmos de sempre ou seja, os de menores rendimentos… O “Zé Povinho”. Entretanto, as verdadeiras “gorduras” vão ficando esquecidas.  

Silvestre Félix

FILHA DO TIBETE De Soname Yangchen


A história recente do Tibete é uma espinha atravessada na “garganta” da China que cada vez mais faz parte do nosso dia-a-dia, seja do ponto de vista económico, social ou cultural.

O livro “Filha do Tibete” transmite-nos a realidade resultante da invasão chinesa em 1950 durante a Revolução Cultural de Mao Tsé Tung do antes, País independente, Tibete. A “Filha do Tibete”, é a própria autora, Soname Yangchen que conta a sua história desde que, ainda criança foi obrigada a sair de casa dos seus pais para trabalhar na capital, Lhasa.

Soname, ainda pouco mais que criança, protagoniza a mesma fuga empreendida antes e depois dela, por milhares e milhares de tibetanos, incluindo o Dalai Lama, para o norte da Índia. Todo o sofrimento de Soname tem de ser enquadrado pela forçada submissão a que os tibetanos foram sendo conduzidos. Ainda hoje, os tibetanos permanecem aferrolhados pelo regime do invasor que tudo controla.

A autora e protagonista da história contada no livro, com a força de Dalai Lama sempre presente, com quem esteve algumas vezes pessoalmente e, em tantas outras, nas concentrações coletivas, e com os ensinamentos do Budismo como Guia da sua vida, conseguiu vencer as contrariedades e descobrir em liberdade outras verdades que, durante muito tempo, desconheceu.

Estas quase 200 páginas de leitura são fascinantes e aconselho a leitura.

Soname Yangchen nasceu em Yarlung no Tibete em 1973. Hoje, vive na Inglaterra onde é uma conhecida cantora de world music.

 A primeira edição é de 2006 e a que li é de 2008 e a editora é a “Quidnovi” com a etiqueta “Mulheres de coragem”.

Silvestre Félix

(Gravura: Capa do livro do site da Wook)

NÃO FOI POR ESQUECIMENTO

  NÃO FOI POR ESQUECIMENTO Não foi por “esquecimento” que ao longo de 49 anos, a Assembleia da República nunca reuniu solenemente para ass...