SINTRA E OS TUK-TUK'S

Depois de ter feito promessas a todos os santinhos, para que, na Rua João de Deus, houvesse um lugarzinho livre para arrumar o carro de borla, bem no meio, do lado direito, lá estava o sítio à espera de ser ocupado, porque os ditos santos, assim tinham determinado. Deixei-o bem no centro do espaço disponível e, iniciando a caminhada pelo passeio fora, senti e vi a chegada dum comboio à estação de Sintra.

No momento em que, vindo daquele lado, me aproximei da saída no topo da gare, um magote de pessoas, empunhando cartazes de todas as cores e feitios, arrancaram direito a mim, obrigando-me a estancar o andamento e a tentar perceber o que se estava a passar.

Instantaneamente, recordei-me das notícias que tinha acabado de ouvir no rádio – greve da Função Pública! Exatamente, são manifestantes e confundiram-se com algum governante disfarçado. Tudo isto numa fração de muito poucos segundos que nem tive tempo de ler o tinham escrito nos cartazes de protesto.

Endireitei-me e, disposto a encarar a populaça de frente, senti forte algazarra nas minhas costas e, instintivamente, olhei por cima do ombro direito, e vi as cancelas verdes a despejarem turistas aos montes e, à medida que os manifestantes progrediam, os turistas, de risos estampados, apontavam para os cartazes.

No meio daquela algaraviada, só consegui perceber: TUK-TUK, TUK-TUK, TUK-TUK…. Estamos na era dos Tuk-Tuk’s.

Em Sintra, acho que já não chega dizer-se dezenas. Perseguem-nos como moscas, acho que, às centenas.     

Silvestre Félix
18.11.2016

Tags: Tuk-Tuk

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