PORTUGUESES DE MALACA



A propósito da eleição das “sete maravilhas de origem portuguesa no mundo”, e das várias apresentações que tenho visto na RTP, impressiona-me especialmente uma que é a antiga cidade portuguesa de Malaca, na actual Malásia. Não tanto pelas ruínas das construções de origem portuguesa, mas sim pela população que lá ficou e que conservou a nossa cultura e hábitos, passado mais de três séculos.

Admiramo-nos quando vemos os indianos de Goa, Damão ou Diu, falando fluentemente o português, ou a população de Timor Leste que, mesmo clandestinamente, manteve os nossos hábitos e costumes. Mas, nestes exemplos, estamos a falar de trinta/cinquenta anos. Os portugueses foram expulsos de Malaca pelos Holandeses, em 1641, ou seja, passaram 368 anos.

Os portugueses de Malaca, falam português medieval, praticam os nossos usos e costumes daquela época, cozinham da mesma forma que o fazíamos no século dezasseis e dezassete, dançam o nosso folclore, tocam e cantam o nosso cancioneiro popular, e raramente têm contacto com portugueses da actualidade.

Esta eleição das maravilhas portuguesas é uma excelente oportunidade para as autoridades portuguesas, olharem para estas comunidades com o sentido de as ajudar e valorizar, na abrangência da universalidade da nossa cultura.

A nossa presença nos quatro cantos do mundo foi, e é, a nossa grande contribuição para a globalização, no que aí existe de positivo.

SBF

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