GUINÉ-BISSAU A FERRO E FOGO



Passaram poucos dias desde a morte de Luís Cabral no passado dia 30 de Maio, aqui em Portugal, onde se encontrava exilado. Assumiu a liderança do PAIGC desde o assassinato do seu irmão Amílcar Cabral, e foi o primeiro Presidente da Guiné-Bissau desde a proclamação unilateral da independência em 24 de Setembro de 1973, nas áreas libertadas em Medina de Bué. Esta independência, viria a ser reconhecida por Portugal, já em 1974, após o 25 de Abril.

Até à sua deposição, em resultado do golpe de estado em 14 de Novembro de 1980, liderado por Nino Vieira, a Guiné-Bissau, viveu anos de tranquilidade e paz, tudo levando a crer, que no universo das ex-colónias portuguesas, viria a ter sucesso rápido, visto não ter, (por enquanto) problemas de guerra civil ou outras lutas internas pelo poder. Também se conhecia a boa preparação para a governação e diplomacia dos dirigentes daquela época, a começar pelo Presidente da República.

O que é certo é que, a partir do consolado de Nino Vieira, as coisas começaram a ser resolvidas muitas vezes na “ponta da espada”, a componente tribal floriu e o País nunca mais andou como se esperava. Depois de muitas execuções, e de muitas expulsões, de mais mortes e da deposição de Nino Vieira em 1998, a Guiné-Bissau torna-se uma das mais importantes placas giratórias da droga que vem do outro lado do Atlântico com destina à Europa. Muitos outros interesses entram em jogo e tudo passa a movimentar-se em função deste negócio.

Com mais uns golpes e assassinatos, incluindo o do Nino Vieira, chegamos ao dia de hoje em que, mais uma vez, se identifica as causas como tentativa de golpe de estado, morrem mais uns quantos que até nem estavam, em nenhum órgão institucional. Observadores, continuam a dizer que são os cartéis que mandam, e os bons guineenses vão sofrendo.

A CPLP deve fazer um esforço grande para ajudar a Guiné-Bissau a sair deste atoleiro em que se meteu.

SBF

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