MANIFESTAÇÃO DE PROFESSORES


O nosso fim de semana noticioso foi dominado pela manifestação dos professores em Lisboa no passado Sábado.

À excepção da entrevista que a Ministra deu à Judite de Sousa na RTP na Quinta Feira, dumas declarações uns dias antes da confederação das Associações de Pais e da crónica semanal do Miguel Sousa Tavares no Expresso e de uma ou outra posição com menos peso, todo o universo da nossa imprensa falada e escrita tem sido parcial e colocou-se claramente ao lado dos protestos dos professores, perdendo muitas vezes a capacidade de análise e discernimento para entrevistar ou comentar com profissionalismo limpo.

Na verdade, os cidadãos deste País, não tiveram muitas oportunidades para perceber, ao longo destas últimas semanas, porque é que todos os trabalhadores hoje são cientificamente avaliados nas empresas onde trabalham, os outros Funcionários Públicos, duma forma geral, também já o estão a ser, e os Senhores Professores, porque pertencem a uma classe bem organizada do ponto de vista sindical, não podem, ou melhor, não querem ser avaliados.

Já lá vai o tempo em que não interessava trabalhar, ou trabalhar bem ou mal, ou, no caso dos Professores, ensinar bem ou ensinar mal, ou até faltar com muita frequência, para quê este tipo de preocupação se, quando atingisse aqueles “x” anos naquele escalão, subia e passava a receber mais de igual maneira. Já lá vai o tempo em que a formação continua não era importante, porque sabendo mais ou sabendo menos, despedido nunca podia ser e chegado aqueles anos na mesma categoria, subia e era aumentado de igual maneira que o colega que andou a
gastar as pestanas durante não sei quanto tempo, e, numa grande parte dos casos, em horário pós-laboral.

Pois é meus senhores, estas é que são as questões que se querem defender contra o sistema de avaliação proposto. Quando os repórteres os interpelam nas manifs, todos dizem que “não têm nada contra a avaliação, mas contra a maneira como está a ser feita” É treta, o que eles querem é que continue tudo na mesma, e que o nosso sistema de ensino, a quem confiamos os nossos filhos, seja o que lhes interessa como classe. O nosso sistema de ensino tem de estar ao serviço dos alunos nossos filhos e duma maneira geral, ao serviço da comunidade, e nunca para servir uma classe, mesmo sendo os professores.
É justo também dizer, e eu acredito, que a maioria dos Professores são bons profissionais, e que merecem todo o apoio e admiração da nossa comunidade.

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