A TROIKA E OS BASTIDORES

Por enquanto ninguém poderá saber o que terá originado a mudança de atitude do PS em relação ao Ministro das Finanças e, por outro lado, a forma como Teixeira dos Santos desapareceu da ribalta. Que aconteceu alguma coisa, aconteceu.


Já nos habituamos às surpresas de Paulo Portas mas não estava nada à espera que, duma maneira tão formal, se apresentasse candidato a Primeiro-Ministro. É verdade que todos eles o são e, para todos os efeitos, “presunção e água benta, cada um, toma o que quer”. O que é certo é que no meio dos disparates do PSD e do PS, ele e o CDS, vão ganhando pontos. Aliás, tudo se encaminha para que, à partida, seja o único que está garantido no próximo Governo.


Como é costume, o Primeiro-Ministro não deixa por mãos alheias a sua conhecida habilidade na condição de entrevistado e isso foi o que aconteceu na última entrevista À Judite de Sousa. Penso eu, no entanto, que podia aligeirar as críticas ao PSD, pelo menos até à assinatura com a troika. É verdade que o PSD não tem facilitado, antes pelo contrário, e até acho que se confirma o mau “negócio” de ter ido buscar o antigo (mau) Ministro das Finanças de Cavaco Silva. Então o homem passa a vida a enviar cartas ao Governo sobre as contas que a troika está a verificar. Cartas? Ele se calhar está distraído, é que estamos no século XXI. E depois diz (secundado pelo PPC) que «o próximo Governo tem de ter margem de manobra». Mas qual “margem”? Já foi dito e redito que não há dois empréstimos e as condições só são negociadas uma vez! Será que estão com problemas de audição?


O Presidente da República tem tentado passar a imagem de que está a fazer “muito” nos bastidores. Não me parece! Continua a não fazer o que deve. Até o acordo com a troika estar assinado ele devia estar no terreno, não a negociar com os técnicos, mas a criar condições para que a parte portuguesa se apresentasse como um bloco unido no essencial.


A trovoada e a chuvada que acabou de cair, está perfeitamente sintonizada com a situação política portuguesa e europeia. Exceção para os ingleses e o seu casamento real.


Silvestre Félix

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