Quando se faz da independência partidária uma bandeira como o Dr. Fernando Nobre fez durante a última campanha presidencial, é difícil compreender que aceite liderar a lista de Lisboa de um dos maiores partidos portugueses. É o PSD mas podia ser (este podia é empregue convictamente, porque, pelos vistos, aceitaria oferta idêntica de outros) o PS ou qualquer outro, não é isso que interessa. O que importa destacar agora é que não pode mais discursar naquela onda de rigor de cidadania, denunciando o espartilho dos partidos e dos interesses associados. Agora vai passar a fazer parte duma família partidária (mesmo não sendo filiado, por enquanto) e, aos olhos dos portugueses vai ser mais um político com toda a carga negativa que antes lhe atribuía.
Do ponto de vista partidário e no que respeita às ambições dos respetivos boys, a decisão trará alguns problemas a Pedro Passos Coelho que, só serão amenizados se o resultado eleitoral for francamente bom. A notícia é apresentada como grande trunfo e vão ser necessários alguns dias para perceber se se confirma esta intenção.
Dos apoiantes presidenciais de Fernando Nobre já dá para perceber que há muitos desiludidos e os votos conseguidos em Janeiro podem não ter qualquer influência nas opções a 5 de Junho.
Os partidos portugueses, para além de todas as vicissitudes, ainda conseguem aliciar muita gente para se debater pelos seus interesses.
Silvestre Félix
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