A OCDE E A OPOSIÇÃO PORTUGUESA

A OCDE deu a conhecer esta Terça-Feira, os resultados do «Estudo Internacional de Provas de literacia de Leitura, de Matemática e de Ciências».

A organização indica no relatório deste estudo, que “Portugal foi o País que melhorou mais nestas provas da OCDE”. Na verdade, analisando os gráficos, Portugal aparece sempre no topo e no “Desempenho Científico”, é mesmo, o segundo melhor.
À parte das questões técnicas, quando ouvi a notícia, fiquei contente, como cheguei a pensar (como ainda sou ingénuo) que, a maioria dos portugueses iam ficar. São indicadores importantes para o nosso desenvolvimento e não são simplesmente dados económicos, tem a ver com a nossa escola, com a nossa capacidade de aprendizagem, enfim, com a melhoria de preparação para este difícil futuro, dos nossos filhos e netos. Também é uma boa notícia porque nos puxa para cima contrariando a tendência.

Mais uma vez me enganei!

O resto da manhã, pelo rádio do carro, nos espaços de participação de ouvintes, ouvi do pior que se pode dizer relativamente à OCDE, ao estudo, às escolas, aos alunos e, claro, ao Governo. Houve uma ou outra excepção que confirmam a regra. Naturalmente que os intervenientes nestes programas de “opinião pública”, vozes das estruturas sindicais dos professores e alguns comentadores que ao correr do dia também ouvi, não representam a maioria do povo português, mas, são eles que têm tempo de antena.
Por outro lado, também acho que o Primeiro-Ministro devia ter evitado invadir todas as vagas na comunicação social, para se engalanar de prestígio pelos bons indicadores apresentados pela OCDE. É assunto nacional importante demais para ele usar sozinho o palco daquela maneira. Com a sua cotação em baixo, a primeira consequência, é inversamente proporcional às suas pretensões. Tem efeito de íman com íman – Em vez de atrair, aumenta a distância!
A credibilidade destas organizações internacionais, como a OCDE, depende sempre: Dos resultados que transmitem e de quem aprecia, se é da oposição ou apoiante do Governo. As pessoas, mesmo o mais banal cidadão, não conseguem ser imparciais. Tudo se baseia na simpatia que se tem pelo partido que está no poder.

Os mesmos que ontem disseram cobras e lagartos da OCDE ou destes resultados, são os mesmos que daqui a um ano ou dois, quando (eventualmente) o Governo for doutra cor, vão tecer os mais rasgados elogios à mesma OCDE com resultados idênticos.

Somos bons alunos e aprendemos bem as lições dos líderes. A demagogia está a atingir, duma forma preocupante, o cidadão comum.

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