Um comissário de Bruxelas afirmou ser muito perigoso para a economia da União Europeia, as aquisições de capital-controlo por parte de estrangeiros, principalmente chineses, de empresas europeias que ocupam setores-chave.
Em circunstâncias normais seria legítima esta preocupação mas, o que está a abrir portas a estas investidas, é a opção europeia dum caminho recessivo em vez de expansionista.
Na prática, o que vai acontecendo, é que os únicos investimentos concretizados, têm de fato origem chinesa e dos outros emergentes. A Alemanha, maior potência económica do espaço europeu, desde que abandonou o princípio solidário e comunitário, em vez de investir nos outros países da UE, desinveste. Definiu uma área de influência com os seus satélites, e tudo o resto é para apertar até os pôr de joelhos. Portugal está neste último grupo.
Sendo assim, e porque a Alemanha e a França – Sarkozy, cinicamente, tem esperança de se safar do domínio alemão – têm o poder da União, literalmente mandam na Comissão, no Conselho e até no BCE, os periféricos, como nós, na tentativa de compensar as medidas de austeridade a que estão obrigados, procuram captar investimento noutras paragens, fora a União.
Neste quadro, é caricata esta intervenção do Comissário da Industria. Ainda por cima diz que a “Europa deve responder politicamente”. Pois bem, a única forma da Europa responder eficazmente é, pelo menos no âmbito do euro, centralizar a dívida soberana e adoptar políticas expansionistas, de forma a pôr as economias a crescer e, assim, quebrar os juros e faturar mais-valias para pagar a dívida.
Mas, como a Alemanha só quer a solução para si e seus satélites, nada feito!
Vamos ter que nos virar em definitivo para os Lusófonos, Ibero-Americanos e outros emergentes, mesmo que tenhamos de abrir mão do controlo de algumas empresas.
SBF
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