Será pela distância física entre Portugal e Moçambique, que a comunicação social portuguesa tem ignorado o processo eleitoral Moçambicano que culmina na próxima 4ª Feira, com a ida às urnas para eleições Presidenciais, Legislativas e Provinciais?
Bem sei que, quando as coisas correm bem, ou pelo menos, normalmente, o assunto pode não ser apelativo para os “média”, as “parvoeiras” do Saramago, Berlusconi, Sarkozy, ou do Alberto João, têm muito mais interesse…, mas que diabo, o que está em causa é um processo eleitoral num País africano do universo da Lusofonia, irmão e nosso parceiro.
A única notícia de Moçambique que vi nestes últimos dias com algum destaque, foi uma “Grande Reportagem” da Cândida Pinto, transmitida ontem na SIC. Tratava dos “órfãos da SIDA”. Trabalho com muito interesse, e que mostra duma forma clara, como por vezes, tão pouco, pode ser muito, para uma tão grande quantidade de seres humanos que vivem no limite da vida. Como os nossos problemas ficam pequeninos perante tamanhas dificuldades e como as nossas crianças se mantêm bebés por tanto tempo, comparando com as crianças da reportagem, que ficam “adultas” tão rapidamente.
Na presença de tão trágica realidade, em que o essencial se resume a uma refeição (vegetais+coco+ às vezes, arroz) diária e meia carcaça, quando se pergunta o que faz falta, quase sempre se ouve como resposta – “Está tudo bem!”
A SIDA em África, e particularmente em Moçambique, tem feito uma razia enorme naquela faixa - etária entre os 18 e 30 anos, em que as famílias são compostas por muitos filhos ainda pequenos. O resultado são milhões de crianças órfãs, que a juntar a essa condição, vêm as dificuldades comuns a toda a sociedade.
Se por absurdo, eu tivesse que escolher outro País para viver, sem ser Portugal, seria Moçambique. Os meus amigos Moçambicanos sabem que é verdade.
SBF
Sem comentários:
Enviar um comentário