JOSÉ SARAMAGO

José Saramago de braço dado com a polémica. Ele próprio é a “polémica”. É o confronto que lhe dá vida. O seu último livro, “A viagem do Elefante”, foi demasiado pacífico para ele. Depois de o publicar, deve ter tido algumas “dores de barriga”, pela maneira calminha como foi acolhido, comprado e lido pelos seus leitores.

É bom que um escritor, ainda por cima com as credenciais de Saramago, seja polémico, e que os seus livros sejam razão de muito trabalho para os críticos literários, e que, duma maneira geral, a sociedade fale deles.

Já comprei o “Caim” e vou lê-lo como obra literária que é. Espero gostar do livro, como costuma acontecer, com todos os que leio do mesmo autor.

O “homem/cidadãoJosé Saramago é que continua a falar demais e nem sempre bem. Ele, que sempre diz não existir Deus, julga-se, ou pelo menos parece, o próprio Deus. Ele pode ser Ateu, como tanta gente o é, mas não precisa desrespeitar quem não é, quem é crente Católico, simplesmente Cristão, Judeu, Muçulmano ou de qualquer outra religião.

José Saramago “homem/cidadão” parece esquecer-se que cerca de 80% da população da “Ibéria” (Portugal+Espanha), como ele tanto gosta de referir, é Católica. A estes, ainda se juntam mais cerca de 10%, simplesmente Cristãos. Ele, quando afronta os crentes da forma como o faz, coloca-se, ilegitimamente, num plano superior aos restantes.

Somos um País livre, onde vivem homens e mulheres livres. A liberdade religiosa, política e de expressão, são os bens mais preciosos da nossa democracia. A polémica não passa disso mesmo. As opiniões de Saramago sobre religião, e dos que dele discordam, como eu, são o tempero da nossa sociedade. Saibamos retirar do contraditório, o melhor do nosso pensamento para que o sentido seja sempre evolutivo.

SBF

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