SÓCRATES E PASSOS COELHO

Lembra Mário Soares, na sua habitual crónica do Diário de Notícias, que «a Troika não nos dá nada: empresta-nos e com juros muito elevados».


Tem toda a razão e, por muito estranho que pareça, é importante que o lembre porque há muito boa gente neste País que não se dá conta disso. A culpa mora em muito sítio lá fora mas, o País e os seus dirigentes, por ingenuidade ou por incompetência, puseram-se a jeito e agora todos temos que assumir as responsabilidades.


Para conseguirmos condições de empréstimo menos más, é indispensável que nos apresentemos unidos na defesa dos interesses nacionais. Sócrates e Passos Coelho têm de engolir os “sapos” que tiver de ser para estarem do mesmo lado da mesa a defender a mesma estratégia. Cavaco Silva, nem que tenha que engolir “bois” em vez de “sapos”, tem de patrocinar a mesma estratégia.


Entretanto vimos assistindo nestes últimos dias a várias trocas de “galhardetes” entre PSD e PS que se tornaram completamente ridículas. Sócrates continua a insistir no programa eleitoral do PSD. Claro que não é que ele manda na agenda do PSD e, diga-se, até tem lógica que os sociais-democratas esperem pelo final das negociações com a Troika. É impossível elaborar um programa eleitoral com um mínimo de seriedade, sem que se tenha em conta todas as condicionantes do empréstimo. Por outro lado, a história das cartas enviadas pelo PSD ou pelo Catroga ao PS, dá vontade de rir. Quem sabe, se calhar é mesmo uma nota de humor… E, por falar em Catroga, aquela possibilidade de levarem o Governo a tribunal também é engraçada. Para já, não é original. Há tempos houve alguém que se lembrou da mesma coisa. Bom, se vingasse, não seriam precisas eleições, os tribunais encarregar-se-iam de julgar o desempenho político dos governantes e, como quase todos que por lá têm passado, incluindo o próprio Catroga, têm culpas no “cartório”, corríamos o risco de não termos ministeriáveis disponíveis.


Silvestre Félix

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