D. FERNANDO I DE PORTUGAL

A 22 de Outubro de 1383, fez agora 627 anos, morre D. Fernando I de Portugal, último da Dinastia de Borgonha, a primeira.

O Formoso, o Belo, o Inconsciente ou Inconstante, de carácter indefinido, inseguro e com pouca habilidade política, reinou só 16 anos e morreu novo, com 38 anos, e tudo leva a crer que, com a “ajuda” da sua esposa consorte D. Leonor de Teles de Menezes que, segundo reza a história e algumas biografias, de quando em vez, acrescentava “pozinhos” nas bebidas e comidas do Rei, como de igual modo fez a sua irmã, Maria Teles.

De Leonor podemos falar noutra altura, que a sua história é grande e intrigante. A postagem é a propósito da data da morte de D. Fernando I que passou a maior parte dos 16 anos de reinando, batalhando com os seus parentes castelhanos, ganhando e perdendo conforme o lado de que estava o vento.

Há, no entanto, algumas decisões régias que a História assinala positivamente. Destaca-se a criação da Lei das Sesmarias. Era uma autêntica “reforma agrária”. A Lei obrigava a que as terras fossem cultivadas, sob pena de os proprietários serem severamente punidos e podendo mesmo ser expropriados. A construção de novas muralhas de proteção nas cidades de Lisboa e Porto. A criação da “Companhia das Naus” foi talvez a realização mais importante de D. Fernando I. Ainda antes, começou por criar condições de abate seletivo de pinheiro e outras madeiras das matas reais, isentou de pagamento de taxas de importação, ferragens, apetrechos, outros materiais necessários para construção de naus e e as próprias naus já construídas.

Com a “Companhia das Naus” já a funcionar, exigia-se o registo de todos os navios e o pagamento de uma percentagem dos lucros obtidos em cada viagem. Essa verba funcionava como um prémio de seguro moderno. Esse dinheiro ficava em cofre único e servia para cobrir eventuais prejuízos com avarias ou mesmo afundamento das naus.

Antes da sua morte, a “amadíssima” esposa, “feita”, em todos os sentidos com o Conde Andeiro, “diplomata” castelhano, consegue casar a Infanta D. Beatriz com D. João I de Castela. Ora, assim, com a morte de D. Fernando I, Portugal seria entregue a D. Beatriz, única herdeira e já Rainha de Castela. Foi assim que aconteceu e, no momento imediato da morte do Rei, ela, D. Leonor, foi nomeada Regente do Reino em nome da filha e D. João I de Castela.

Em 1385, D. João, Mestre de Aviz, acabou com a aventura e, com o apoio do povo, classe média e alguma nobreza, é aclamado Rei de Portugal iniciando a dinastia de Aviz, a segunda. Já agora, importa realçar o papel de D. Nuno Álvares Pereira na recuperação do Reino.

Os restos mortais de D. Fernando I estão no Convento do Carmo em Lisboa.
(Foto: Wikipédia)

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