PRATELEIRA DE LIVROS

A Cidade e as Serras
De Eça de Queirós

De entre os livros que li do Eça, “A Cidade e as Serras” ficou-me sempre num lugar especial. Talvez pela diversidade de locais percorridos pelo andamento da obra, talvez pela descrição das Terras e das paisagens que Eça de Queirós fazia primorosamente. “A Tragédia da Rua das Flores”, decerto por ser publicado já no nosso tempo e aparecer como desvendar de um segredo, também conquistou o meu gosto literário em contraposição, por exemplo, com “Os Maias”.

O amigo Jacinto, na sua quinta e casa senhorial de Tormes, na Estremadura, no Alentejo ou nas duas Beiras, para as bandas do Tua e nos pinhais que chegavam até Âncora. De todo o lado tirava rendimento directamente da produção ou através de foro. E em todos os sítios, tudo era melhor e mais bonito, mas mesmo assim, nada que se comparasse a Paris.Jacinto ainda falava de regressarmos ao 202 dos Campos Elísios, por dois ou três meses, mas… lá acabei por regressar eu sozinho.”

Ler “A Cidade e as Serras”, é um exercício de regressão ao Portugal do último quartel do século IXX.

A “Biblioteca de Editores Independentes” publica em formato “de bolso”, obras maiores e, em Março deste ano de 2009, pôs nos escaparates “A Cidade e as Serras”. Como este título, sem perceber porquê, fugiu da minha prateleira de livros, comprei, e fiz com gosto outra vez, este passeio de borla, por um Portugal que já não existe. Façam como eu!

Eça de Queirós, morreu em Paris com 55 anos em 1900. Este livro foi portanto publicado já depois da sua morte em 1901.

SBF

(Gravura: Capa do Livro digitalizada)

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