Lembro-me da construção dos edifícios que viriam a constituir o bairro de Mira – Sintra. Estávamos lá pelo início da década de setenta do século passado. Este bairro era notícia, considerando a dimensão e importância dos acontecimentos que mereciam ser referidos pelos órgãos de comunicação à época. Nessa altura, os bairros de lata fervilhavam em volta das principais cidades do nosso litoral, principalmente na cintura de Lisboa e, com a chegada constante de populações vindas do interior, levaria ainda muitos anos até que as barracas começassem a diminuir.
A construção de raiz, deste bairro, para alojamento de famílias com baixo rendimento, era novidade em todos os aspectos; Pelo tipo de construção e a quem se destinava. Daí, o ser notícia. Eu, que fazia de comboio, a minha ida e volta diária a Lisboa onde trabalhava, via os edifícios a crescer todos os dias.
Mira – Sintra, ainda antes de se tornar uma das freguesias novas do concelho de Sintra, foi adquirindo vida própria, tendo criado várias estruturas sociais, recreativas e culturais. Nas realizações a nível regional, sempre está presente qualquer instituição de Mira – Sintra.
Passados estes trinta, quase quarenta anos, a, agora, Freguesia de Mira – Sintra, volta a ser notícia nacional, também por uma boa razão. A Junta de Freguesia vai avançar para um ambicioso projecto de autonomia energética. Com a instalação de painéis solares nos telhados dos seus edifícios, querem; primeiro, atingir a auto-suficiência, segundo, quando aí chegarem, passar à venda do excedente de energia produzida, à rede de distribuição.
É com acções concretas no terreno como esta, que se protege o planeta.
É com esta política que se protege e defende os interesses das populações.
Não sei, nem me interessa saber, de que cor política são os membros do executivo desta Junta de Freguesia.
SBF
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