D. AFONSO IV (O BRAVO)



Há exactamente 653 de tempo contado em anos, em 28 de Maio de 1357, na cidade de Lisboa, morria o sétimo rei de Portugal e dos Algarves, D. Afonso IV cognominado “O Bravo”.

De reinado bastante longo, trinta e dois de tempo contado em anos, entre 1325 e 1357, de poucas linhas seria composta a biografia de “O Bravo”, não fora ter sido filho de D. Dinis e de Isabel de Aragão, conhecida para a história por Rainha Santa Isabel porque, pelas beiras da Quinta das Lágrimas em Coimbra, estando certo dia caminhando, com o colo cheio de pães para os pobres, e, em contra-caminho, à vista, El-Rei D. Dinis seu marido, que não ia lá muito à “bola” com a caridade da mulher Rainha, assistiu-se mais ou menos a este diálogo, em cima do embaraço natural da Santa:

D. Dinis: Que levais no teu regaço senhora?
Rainha Santa Isabel: (Abrindo o regaço e mostrando o seu conteúdo) São rosas Senhor.
(E diz a história, que estavam lá rosas onde antes estavam pães e as rosas viraram milagre e a Rainha virou Santa.)

Pegando no fio da história, e esclarecida a ascendência, passamos à descendência do sétimo que era pai de D. Pedro I, que por sua vez, também deve mais a sua notoriedade ao facto de ter protagonizado o amante fervoroso de Inês de Castro, do que pelos feitos em prol do seu reino.

De biografias falando, e eu li mais do que uma, e também histórias da História desta época, a de D. Afonso IV, ocupa-se, na maioria das suas linhas, com as muito azedas zangas com o seu filho e pretendente ao trono, D. Pedro. Entre muitas intrigas e mesquinhices, perseguiu o filho e D. Inês de Castro, de tal forma que mandou assassiná-la no seu retiro em Coimbra. Se diz também, em muitos manuais da história, que o rei não conseguiu sarar o remorso, e por isso, dois em anos contados depois, morreu sem descanso e sem paz.

Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito;

(Luís de Camões, Os Lusíadas – 1572)

Bom, mas estou a escrever sobre o sétimo, porque foi neste dia que ele morreu e é essa a efeméride.

O cognome de “O Bravo” vem-lhe da sua bravura no comando das suas tropas, indo sempre para a frente de combate incitando com o seu exemplo. Do ponto de vista económico deu um grande impulso à marinha, criando a primeira marinha mercante portuguesa e as primeiras armadas que se aventuraram, na descoberta, pela costa de África. Foi no seu reinado que as Canárias foram descobertas.

O seu túmulo está na Sé de Lisboa.

SBF

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