Mais do que a história ficcionada
de parte da emocionante vida de Antónia Adelaide Ferreira,
atravessada pela tragédia da destruição das vinhas do Douro através da praga da
filoxera, “A Fúria das Vinhas”, espelha com singular sabedoria as
contradições e fragilidades vividas no nosso País no epílogo da monarquia.
Francisco Moita Flores,
autor de qualidade comprovada, já teve uma versão adaptada desta história
transmitida em série televisiva com o título de “Ferreirinha”, nome pelo
qual era conhecida na Região e no País, D. Antónia.
O Autor narra duma forma
arrebatadora as vivências das gentes daquela parcela importante de Portugal numa altura em que, parecido
com os tempos atuais, dependíamos do estrangeiro para sobreviver e que, ao
mesmo tempo, os que trabalhavam, como acontecia com a “Ferreirinha”, tinham que
aturar os desmandos e as incúrias dos que detinham o poder político.
Fazendo jus à sua herança
profissional, Francisco Moita Flores, entrelaça nas vitórias e derrotas da
vida de D. Antónia, Vespúcio
Ortigão, detetive e protegido da “Ferreirinha”, que persegue um
assassino em série pelos carreiros e azinhagas do medo das crenças e
superstições, comuns naquela época. Pelas aventuras e desventuras de Vespúcio, o autor transmite-nos quanto
os portugueses pré-republicanos temiam a Deus e ao diabo e como a “santa (??) inquisição” ainda moldava a
mente dos nossos antepassados de há 125 ou 130 anos.
Francisco Moita Flores,
conhecido de todos os portugueses, é hoje Presidente
da Câmara Municipal de Santarém e autor de várias obras em livro e
televisão.
1º edição “Casa das Letras” em 2007 e 1ª edição BIS (bolso) da Leya, SA.
Esta, edição bastante económica que adquiri.
Silvestre Félix
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