O VÍCIO DO LAMENTO!


São poucos os dias e as ocasiões em que a generalidade das pessoas consegue definir com exatidão, a fronteira que separa o essencial do supérfluo e o bom do mau no que respeita à rotina do dia-a-dia.

É normal que ocupemos o tempo e a energia com coisas sem importância para o nosso crescimento como seres humanos. Ao invés, é raro valorizarmos a tranquilidade de “espírito” e a oportunidade de oferecer um gesto solidário sem receber nada em troca.

Mesmo em tempos difíceis do ponto de vista material, com mais e mais amigos e outros que conhecemos, a ficarem mal, mesmo assim…continuamos a não olhar de frente para o essencial e, em vez disso, voltamos a olhar de frente mas é para o espelho.

Quantas baboseiras vemos e ouvimos quando ligamos a televisão? São tantas e com tamanha rapidez que nem sequer conseguimos dar vazão. Esta sociedade caminha para um buraco sem fundo…que, para conseguir curvatura e inverter a tendência, muita coisa tem de mudar.

A maioria das pessoas carrega um saco bem cheio de lamentos e queixas! Em grande parte dos casos, seria até mais prático transportar um “muro de lamentações” em miniatura, para que o queixume fosse rápido e eficaz no resultado. 

Cada vez se torna mais difícil ouvir as queixas e os lamentos “de nada”!

Devia haver um mecanismo que, quando no “cidadão comum”, se soltasse a necessidade de produzir mais um banal “queixume”, aparecesse um ecrã mostrando verdadeiros sofrimentos e desgraças, para que, pela reflexão e força da razão, o gesto e o sentimento egoísta, que o cidadão estava preste a soltar, fosse simplesmente eliminado.

É claro que me refiro às questões “comezinhas” com que nos envolvemos todos os dias.

Há muitas queixas, talvez mais na onda do protesto que, podemos e devemos utilizar relativamente a uma enorme lista de atropelos de que os portugueses estão a ser vítimas.

Silvestre Félix

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