O APOCALIPSE DOS TRABALHADORES De Valter Hugo Mãe

Valter Hugo Mãe publicou o seu primeiro romance em 2004 e, dois anos depois, com (sem maiúsculas, como ele escreve) “o remorso de Baltazar serapião”, ganhou o Prémio José Saramago. O que acabei agora de ler e que foi a minha estreia na obra do autor é de “chorar por mais” que, aliás, o vou fazer quando o orçamento o permitir.
“o apocalipse dos trabalhadores” percorre as vidas e os sentimentos de duas mulheres-a-dias e acompanha o drama dos imigrantes do Leste. Cruza estas duas vertentes do mundo laboral mais sofrido e associa-lhe as carências afetivas que tantas vezes ignoramos porque pouco olhamos com olhos de ver.
A ação do romance decorre em Bragança e, também aí, Valter Hugo opta por não dar protagonismo às grandes cidades ao mesmo tempo que destaca a região mais afastada do litoral urbano.
Escreve os romances só com minúsculas e não utiliza outros sinais de pontuação que não sejam vírgulas e pontos.
Valter Hugo Mãe, nasceu em Angola no ano de 1971, é licenciado em direito e vive em Vila do Conde. É vocalista do grupo “Governo” e também se dedica às artes plásticas. Tem uma crónica no Jornal de Letras.
A 1ª edição foi em 2008 e esta, que é a 4ª, é da Objectiva em Março de 2011.


(Gravura: Capa do Livro digitalizada)


Silvestre Félix

1 comentário:

A.Bento disse...

Também aconselho a leitura do livro "a máquina de fazer espanhóis" do mesmo autor claro.

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