Donde nos terá ficado o gostinho das histórias de espiões e coisas parecidas? Herdamos isto de quem?
Ou não será hereditário?
O que é certo e não há forma de se desmentir é que, todos os anos, temos a nossa novela de escutas telefónicas, ouvidos disfarçados atrás dos cortinados, noites mal dormidas debaixo da cama para ouvir o que se passa por cima, disfarces com cabelos e barbas postiças e ouvidos bem apurados, tudo o que possa servir para uma espionagem eficaz.
Mesmo que o trabalhinho seja bem feito, há sempre “uma comadre” que se zanga e, por via disso, dá com a língua nos dentes.
Aí, grandes parangonas nos jornais e, no mesmo dia, faz-se fila interminável de “inteligentes” e “honestos” (palavras prestes a desaparecer dos nossos dicionários, porque já não têm explicação) que batem incessantemente com a mão direita no peito jurando pura inocência de qualquer “pecadito” que alguém venha a inventar.
O Zé – de manguito feito como manda o figurino – olha para estas “figuras” com o desprezo que merecem.
O pior, é que o “desprezo” não paga contas nem compra pão e vamos levando “com eles” cada vez que ligamos a televisão, ligamos o rádio ou olhamos para as primeiras páginas dos jornais.
Que sina!
Silvestre Félix
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