DURÃO BARROSO


Há dezanove anos atrás, por altura dos “acordos de Bicesse” (paz em Angola assinada pelo MPLA e UNITA), já se proclamavam elogios a Durão Barroso, principal promotor e organizador do processo e Secretário de Estado dos Assuntos Externos e Cooperação do Governo de Cavaco Silva.

O homem já tinha tido outras funções governativas, e, para trás, até já tinha sido militante activíssimo do MRPP.

Este lugar, o protagonismo nos “acordos do Bicesse” e algumas intervenções em palcos internacionais a favor da retirada da Indonésia de Timor Leste, atiraram-no de tal forma para a ribalta, que passou a ser a estrela do Governo e, no seguinte, foi promovido a Ministro dos Negócios Estrangeiros.

O resto do percurso é bem mais recente, toda a gente se lembra da “cimeira da vergonha” nos Açores, grande pedra no sapato de Durão Barroso, e da forma como abandona a chefia do Governo português partindo rapidamente para Bruxelas em 2004. Já naqueles idos anos de 1990, eu tinha um colega de trabalho fanático pelo PSD, que, constantemente me lembrava que “o Durão ainda havia de ir longe”. Bom, Bruxelas não é assim tão perto, mas, esse meu colega tinha razão, o homem tem mérito, porque senão, nem tinha ido em 2004, quanto mais um segundo mandato em Presidente da Comissão Europeia.

Como se percebe, não tenho particular simpatia, nem pela pessoa, nem pelo que politicamente representa, mas, contra factos não há argumentos e, tratando-se de um português, fico satisfeito e orgulhoso, de ver reconhecida a sua competência para mais um mandato à frente dos 27 da União Europeia.

SBF

(Foto: Wikipédia)

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