As florescentes em horizontal no teto dos corredores muito compridos, são a “marca d’água” das viagens em maca de última geração. Já tenho algumas destas viagens carimbadas no meu passaporte emitido pelo SNS deste “Estado-Social” que tantos querem subverter!
Cada visita feita, como hoje, às acomodações do “Fernando da Fonseca”, é como aqueles encontros periódicos de amigos. Tratamos do que é preciso e falamos de nós, dos outros, da crise, do tempo e também de doenças… já agora…
A boa ou má disposição por detrás do guiché, contamina o utente!
Todas as cadeiras estão ocupadas por poucos novos, muitos velhos, caras de sofrimento, olhares vagos, cores pálidas, mais muleta, cadeira de rodas e a espera de cinco, dez, quinze minutos ou meia-hora, sempre pretexto para o habitual protesto embirrento.
O aviso sonoro da chamada encaminha-me e encontro o conforto dos técnicos competentes e afáveis.
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