No ano da triunfante revolução dos cravos, neste mesmo dia, 28 de Setembro, os portugueses apanharam o primeiro grande susto no que respeita à ameaça contra-revolucionária.
A luta pelo poder – sendo o poder as FA consubstanciadas no Comando do MFA – tinha atingido o seu auge neste final do verão de 1974, com o Presidente da República General Spínola, a afrontar sem hesitações, as posições oficiais dos Capitães mesmo as constantes no Programa do MFA.
As diferenças existentes eram de tal ordem que, por exemplo, para o MFA, a negociação com os Movimentos de Libertação com o fim da autodeterminação e independência das Colónias era inquestionável, para o General Spínola e naturalmente para a direita reacionária, as coisas não eram bem assim.
A última cartada do General, vendo o poder fugir-lhe cada vez mais, foi tentar levar as suas posições para a rua. Os seus apaniguados trataram de convocar uma manifestação de apoio a Spínola para este dia. Os supostos manifestantes seriam a famosa “MAIORIA SILENCIOSA”. Os planos passavam por criar ambiente favorável à execução de um golpe de Estado para oferecer o poder absoluto ao General.
Os Capitães não dormiram, materializou-se a Aliança POVO/MFA e a manifestação acabou por não se realizar e a 30 de Setembro de 1974, Spínola, renuncia ao cargo de Presidente da República, sendo substituído pelo General Costa Gomes.
A esta “personagem” (Spínola), viria ainda a ser atribuído, em 11 de Março de 1975, o principal protagonismo de uma outra tentativa de golpe de Estado executado pelo MDLP, movimento de era líder.
Uns anos mais tarde, Spínola foi reabilitado politicamente e promovido a Marechal, com forte empenhamento de Mário Soares.
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