Nos últimos dias tenho visto com muita apreensão um aumento significativo de violência na África do Sul, primeiro em Joanesburgo, e agora estendendo-se a Durban.
A pátria de Nelson Mandela, está a viver um período muito perigoso – O final da era Mandela / Mbeki. A luta pelo poder vai reacender-se e, em África, mesmo sendo no País africano mais parecido com o mundo ocidental, as coisas podem complicar-se muito dum dia para o outro e a maior protagonista é sempre a violência.
Os nossos jornalistas ocidentais identificam a violência actual com uma reacção xenófoba por parte dos Sul Africanos em relação aos imigrantes, principalmente do Zimbabué e de Moçambique. É verdade que são muitos milhões, mas sempre foi assim, ou seja, ao contrário da interpretação dum jornalista ocidental, as diferenças ali não têm nada a ver com as fronteiras artificiais definidas pelas potencias Europeias há praticamente cem anos, mas sim com as Nações Africanas (Nativas).
Na África do Sul, só línguas oficiais são onze que correspondem a outras tantas etnias com raízes e culturas diferentes. Nestas, estão incluídas o Inglês e o Africander que correspondem a população branca. A língua oficial Zulu é falada por 22% da população, o que quer dizer uma percentagem igual para nacionalistas Zulu’s, que, a nível nacional têm pouco poder. O partido que os representa é o “Inkatha” e, a nível nacional, tem sido sempre derrotado pelo ANC partido de Nelson Mandela e Thabo Mbeki.
Eu penso, infelizmente, que a actual violência tem muito mais a ver com autênticas batalhas entre Etnias do que uma reacção xenófoba. Um Zulu ou um Zuazi tanto o é, do lado da África do Sul, como o é, do lado Moçambicano e Zimbabuano. Vamos esperar para ver e oxalá eu esteja enganado.
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