Na altura em que chega às livrarias
o último livro de Valter Hugo Mãe, “O filho
de mil homens”, eu compro e leio o penúltimo, “A máquina de fazer espanhóis”.
A austeridade obriga-nos a esperar pelas promoções até nos livros, como é o
caso. Poupei mais de cinco euros e, desde há algum tempo, vou fazendo assim,
espero um ano ou mais pela baixa do preço ou até por eventual edição de bolso
da Bertrand ou BIS da Leya.
“A máquina de fazer espanhóis”
trata, duma forma genial, do mundo dos mais velhos, que “educadamente” chamados idosos, quando confrontados com a separação
dos seus, quer por motivo de morte dos seus companheiros ou companheiras, quer
porque os descendentes não têm condições de os manter nas suas casas ou,
simplesmente, porque se querem ver livre deles.
A vida num “lar”,onde se respira velhice temperada de ternura, deceções,
casmurrices e teimosias, algum humor, ainda sonhos e alucinações e também,
porque faz parte da natureza humana, alguma maldade, ocupam as duzentas e
oitenta páginas do romance de Valter Hugo Mãe. Um dia-a-dia que inclui
uma convivência de “tu cá, tu lá” com
a morte que cumpre sempre aquela parte mais obrigatória da vida – o seu fim!
Aproveite as promoções e não
deixe de ler esta obra. Valter Hugo continua a ser fiel a Vila do Conde de onde só sai quando é
mesmo obrigado. Este romance e toda a obra do autor, tem a chancela “Alfaguara”. Esta edição é da “Objectiva” e a primeira de Fevereiro de
2010.
Silvestre Félix
(Gravura: Capa do Livro)
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