O PAPA E O JUDAÍSMO

Em dia de visita do nosso “Primeiro” à “Primeira” da (UE?) Alemanha, criando uma bolsa de expectativa sobre o que vai ela dizer de Portugal nas declarações que habitualmente fazem no final dos encontros, surge na comunicação social uma notícia que, do ponto de vista histórico, obriga a que algumas páginas sejam arrancadas e, no aspecto cultural e religioso, mexe com muita profundidade em convicções milenares.

O Papa Bento XVI, em livro já escrito e a colocar à venda nos próximos dias, iliba totalmente os Judeus da morte de Jesus Cristo.

Pode parecer uma não notícia, tanto mais que já não é a primeira vez que representantes da Igreja Católica o afirmam, mas, o fato de ser o próprio Papa a testemunhar esta certeza com o seu escrito, é muito importante não só para as duas grandes religiões como para todo o mundo que perfilha uma perspectiva ecuménica saudável.

Bento XVI, com quem não nutria especial simpatia, tem-me surpreendido pela positiva. Qualquer Papa sucessor de João Paulo II teria sempre muita dificuldade em afirmar-se, e, por isso, admito ser injusta esta minha ideia pouco simpática em relação ao atual Papa. O que é certo, é que tem conseguido avançar com algumas opiniões, que sabemos não são consensuais no todo da Igreja, e que são autênticas reformas numa estrutura tão conservadora como é a Igreja Católica.

Para além do catecismo que nos era ensinado na catequese ou até na escola, os nossos ensinamentos religiosos de base, também por culpa da nossa negra história de inquisição, tinham uma carga muito negativa para os Judeus. Felizmente que, principalmente depois do 25 de Abril de 1974, as mentes se abriram e começamos a aprender o que era de fato o judaísmo, no fundo, um pouco das nossas raízes.

Silvestre Félix

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