Não há pachorra para continuar a ouvir as declarações dos nossos políticos, dos comentadores e até dos simples pivôs ou leitores de notícias que os inteligentes escrevem.
É eleições não é? Então vá de andar com isso rapidamente e sem olhar para trás!
Pode muito bem acontecer que os resultados, em vez de resolverem, ainda compliquem mais as coisas. Toda a gente percebe porque é que o PSD quer ir sozinho às urnas. Olham para o seu umbigo e têm esperança de alcançar uma maioria absoluta para fazer com o CDS o que muito bem entenderem. Defeitos em ter mais de metade dos deputados, só existem quando se está na oposição. Muita gente acha que uma coligação pré-eleitoral PSD/CDS criaria uma dinâmica vencedora irresistível ao eleitorado indeciso mas, para isso, Passos Coelho tinha de partilhar o palco com Paulo Portas e, pelo que já se viu, não é lá muito do seu feitio.
Pois bem, o que pode vir a acontecer?
O PSD conseguir um número de deputados que, juntamente com os do CDS, não cheguem para a maioria absoluta. Se for assim, não têm outra saída se não irem bater à porta do PS e fazerem figas para que este (PS) se tenha esquecido da forma como antes foi tratado. O mais provável é que, uma vez na oposição, o PS faça exatamente o que os outros agora fazem.
Ou seja, depois das eleições, do ponto de vista político, podemos estar na mesma ou ainda pior.
Às vezes sonho com o aparecimento de um novo partido com pessoas credíveis e que conseguisse renovar alguma confiança na política por parte dos portugueses. Um novo contrapeso que fizesse funcionar o fiel da balança e que retirasse aos velhos partidos do arco do poder aquela certeza de que, se não ganharem agora, ganham para a próxima.
Silvestre Félix
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