Têm ou não, os portugueses, razões de queixa da forma como
os atuais partidos políticos vêm (des)
governando o País?
Claro que sim!
Se dúvidas houvesse, basta consultar os resultados das
últimas legislativas em que, entre abstenções, votos brancos e nulos, se contam
praticamente metade dos eleitores. Creio que, se fosse hoje e a “jogo” estivessem os mesmos protagonistas,
a participação do povo no ato eleitoral seria bem menos do que em 2011.
Disse, nestes dias Mário
Soares que; «A campanha sistemática
antipolítica e antipartidos, a que temos assistido, tem de ser combatida a
sério».
O Senador da República,
ao contrário do que acontece a maior parte das vezes que fala, desta vez não
tem razão ou, pelo menos não se expressou corretamente. A verdade é que os partidos
têm “posto o corpo a jeito” para que
este sentimento antipartidário varra a sociedade portuguesa duma ponta à outra.
Há décadas que não têm respeito pelo País. Sistematicamente prometam nas
campanhas eleitorais o que, já no poder, fazem exatamente o contrário. Criticam
o poder quando estão na oposição relativamente aos mesmos pontos e medidas que
defenderam quando estavam na posição inversa.
Reconheço que a situação é perigosa para a democracia mas não
são o milhão de portugueses que saíram à rua no último dia 15 de Setembro, os
culpados. Todas estas pessoas protestaram contra os desmandos da classe
política. Estes maus políticos, é que têm de “ser combatidos a sério”. O que «pode prejudicar terrivelmente a democracia,
é a austeridade excessiva», como disse ontem Jorge Sampaio.
Aos partidos, por
serem, do ponto de vista orgânico, a base da democracia, não lhes é permitido
tudo, nem podem ter o exclusivo da verdade governativa.
Silvestre Félix
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