
Os amores e as aventuras começam
nas rotas marítimas e praças estabelecidas pelos navegadores portugueses
durante todo o século XVI no oceano Índico. Desde o rendilhado de ilhas do
arquipélago indonésio com fortalezas construídas em Flores, Solor e na nossa
bem conhecida Timor, passando pela grande Java, feitoria de Malaca até chegar a
Goa na costa do malabar. Até aqui tratam os dois primeiros romances com
abordagem objetiva à subordinação espanhola por parte dos portugueses desde o
desastre de Alcácer Quibir em 1580. O correr dos acontecimentos romanceados
demonstram o declínio lusitano, dando lugar a um protagonismo cada vez mais
evidente de Holandeses, Ingleses e Espanhóis.
O Último romance, 1621, faz o
caminho de regresso à Europa, partindo de Goa por mar e aportando à costa
ocidental de Marrocos. Aqui, o autor introduz novos protagonistas e,
enriquecendo a estadia dos principais em terras africanas com várias e gostosas
aventuras. A passagem para a Europa vem acompanhada de muitas referências
cabalísticas dado o envolvimento na trama duma perseguição sem tréguas da
odiosa “santa inquisição”.
Independentemente do interesse da
narrativa romanceada, este trabalho de Pedro Vasconcelos também é muito útil
para quem queira saber um pouco mais da história do antigo Império português do
Oriente e da desastrada, criminosa, injusta e inoportuna expulsão de Judeus de
todas as terras administradas pelos portugueses.
Pedro Vasconcelos nasceu em
Lisboa em 1961. As edições são da “Oficina do Livro”.
Silvestre Félix
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