TIMOR LESTE – O REFERENDO


Este dia 30 de Agosto em 1999, foi vivido em Portugal com muita emoção. A generalidade da população portuguesa estava mobilizada para esta causa que, embora Timorense, sentíamos com intensidade fraternal.

O esforço, para se chegar ao referendo, tinha sido grande e, nem mesmo as ameaças das milícias pró – indonésias, conseguiram evitar que os Timorenses em massa fossem votar pela Independência do País.

Na verdade o pior estava para vir. As milícias cumpriram o que andavam a prometer. Cinco ou seis dias depois do referendo, e imediatamente a seguir ao anúncio oficial da vitória esmagadora (78,5%) pela independência, o terror começou. As milícias e muitos militares Indonésios, em poucas horas, arrasaram Dili e as principais cidades de Timor Leste, causando mais de mil mortos e muitos milhares de desalojados e deslocados.

O sacrifício foi pesado mas, não fora o êxito do referendo, e o processo teria ficado no impasse, não se sabendo o que poderia ter acontecido.

Assisti, uns dias depois, no aeroporto de Lisboa, à chegada do Bispo de Dili, D. Ximenes Belo. Foi uma loucura. Nunca tinha visto nada igual nas chegadas do aeroporto, e, desde aí, por toda a Av. de Berlim e até ao Campo Grande estava tudo apinhado de gente saudando o Bispo, como se estivéssemos a abraçar o povo todo de Timor Leste.

Com tal espontaneidade e entusiasmo, só no nosso 25 de Abril ou no primeiro 1º de Maio de 1974.

SBF
(Gravura: Bandeira de Timor Leste - Wikipédia)

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