O CABOUQUEIRO E A CIÊNCIA DA PEDRA

NOTÍCIAS DE ANGOLA

Mais uma vez, o Coutinho que era Bernardino, ouvia com toda a atenção o Caladinho. Desta vez, e já o ano de 1962 ia por aí fora, lia um aerograma que tinha acabado de receber do Chico. Depois de se certificar que estava sozinho com o Cabouqueiro, começou a leitura;

« O meu plantão foi até às duas da manhã. Esteve tudo calmo, não aconteceu nada. Quando fui rendido no posto cinco, que dá para nascente, já se notava o céu menos escuro e não tardava a claridade da madrugada. A G3 hoje pesava aí uns cinquenta quilos e eu estava exausto. Adormeci rapidamente. Não teria passado um quarto de hora, abri os olhos sobressaltado, e vi clarões como se fosse o fogo de artifício lá da aldeia. Não era na aldeia, era no norte de Angola, numa terra que não era minha. O quartel estava mais uma vez a ser atacado e, como de costume, ao romper a madrugada. Os de Angola não queriam que eu lá estivesse. Até estávamos de acordo, eu também não queria lá estar. Os de Angola, usam como podem as suas armas para correrem connosco e o “botas” continua a dizer que “Angola é nossa!”.»

Extraído do escrito “O Cabouqueiro e a Ciência da Pedra” de autoria de Silvestre Félix (SBF)

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