A EUROPA E A PORTA DAS TRASEIRAS…


Cavaco Silva anda pelo Oriente seguindo a rota que os nossos antepassados tantas vezes percorreram em frágeis caravelas. O nosso melhor “capital” está espalhado pelas estradas que há quinhentos anos eles construíram através desses mares que nunca antes tinham sido navegados.

Os nossos vizinhos, para além dos outros povos ibéricos, estiveram sempre para além dos oceanos. Os Pirinéus, para os portugueses, funcionaram sempre como uma barreira intransponível e, mesmo assim, quando conseguimos transpô-los, na maior parte das vezes foi para nos submetermos às regras segregacionistas da emigração.

O nosso caminho, com ou sem “Jangada de Pedra”, será mais uma vez para o Atlântico tocando, duma maneira abrangente, os “abrigos” americanos e africanos. Bem no sul, com as “tormentas” a bombordo, o Índico nos recebe com o Oriente pela frente a emergir de séculos de incertezas e submissões colonialistas.

É urgente que se recupere a ideia das antigas “rotas” adaptadas aos nossos tempos e que, periodicamente e duma forma organizada, partam “armadas” para os “quatro cantos do mundo” levando nos “porões” os nossos produtos e garantindo espaço para que na volta venham “amostras” das novas “especiarias”. 

A nossa porta principal é a Lusofonia que pode ser franqueada algumas vezes à “Iberofonia”.

A Europa foi para nós, mais uma vez, a porta das traseiras.

Silvestre Félix

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