A sabedoria popular aplica-se, direitinha, ao imbróglio do
agora, denominado, “Aeroporto do Montijo”.
O atraso na construção
dum “novo-aeroporto-de-Lisboa”, começou
quando, após o 25 de Abril, se concluiu que, sendo a localização, estudos e
projetos do governo de Marcelo Caetano,
estaria com certeza infetado com algum vírus fascista e, por isso, o trabalho “herdado”,
deveria ir para o lixo. A Herdade de Rio
Frio, já era!
Assim foi e, pelos anos seguintes, na penúria, sem dinheiro,
e com os muitos interesses políticos e mercantilistas a botarem trunfos p’ra
mesa, começaram a surgir dezenas de hipóteses para o “novo-aeroporto-de-Lisboa”.
Com os “interesses” a atropelarem-se uns aos outros à medida que
os governos mudavam, passaram-se trinta, quarenta anos e, Ota, Alverca, Sintra, Montijo e a coisa assentou em Alcochete. Era
uma “obra e peras”, mas, com o advento
da “Troika” e do “Passismo” e o movimento da “Portela”
em baixo, tudo chumbado mais uma vez e lá vão mais oito anos.
Ou seja, o que devia ter sido uma obra “do País”, serviu todos os outros interesses. No vagar podia ter
sido feito, poupando-se nos acrescentos da “Portela”
que, nos últimos quarenta anos, todas as obras, prémios, luvas e outros
adicionais, já dariam para meia-dúzia de grandes aeroportos e, agora, tudo tem
que ser remediado com muita pressa.
A pressa é tanta que nem se espera pelo “impacto ambiental”, assinando-se compromissos e contratos para
avançar com o do “Montijo”. E se o “ambiental” chumbar o dito?
De facto, não há tempo para fazer bem, confirmando-se que “a pressa é inimiga da perfeição!”
Silvestre Brandão Félix
12 janeiro de 2019
- (1) Provérbio Popular
Português
- Gravura: Projeto do futuro Aeroporto do Montijo - Expresso
(Google)
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