Nestes dias de exames nacionais
dos nossos alunos de ciclos intermédios e finais, só ouvimos falar da
dificuldade de escolha de cursos com saída profissional. Esta crise não é só
económica, também é de valores. A nossa preocupação é corresponder às
exigências economicistas desta sociedade que nos vai criando todo o tipo de
dependências.
O nosso ensino, a nossa escola,
está cada vez mais formatada para criar “cabeças”
que façam andar os negócios que o “capital”
impõe. A formação superior com mais sucesso é a técnica. O licenciado pode ser inculto mas tem de ser um bom técnico.
A frequência da escola devia ser,
em primeiro lugar, absorver cultura.
Paralelamente adquiriria competências profissionais para completar uma formação
académica consistente.
Os cursos ligados a tudo o que
seja cultura estão fora de moda e
desvalorizados. Nesta sociedade ultraliberal a cultura é dispensável, e só o facto de o “poder”, duma ou doutra maneira, ter de se confrontar com núcleos culturais
que, com muitas dificuldades subsistem, deixam-no nervoso.
Os nossos alunos, os nossos
filhos, estão condicionados de todas as formas. Precisam-se alternativas para
travar esta tendência de criar “marrões”
em vez de “estudiosos”, “burros” em vez de “inteligentes” e “ignorantes” em vez
de “cultos”.
Pela cultura na formação académica dos nossos jovens!
Silvestre Félix
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